O meio-campo Emerson voltou à Seleção Brasileira para não sair mais. É com essa disposição que o meio-campo do Juventus, da Itália, se apresentou ao técnico Carlos Alberto Parreira para a disputa do amistoso desta quarta-feira (às 7 horas de Brasília) contra a Seleção de Hong Kong. Ele viajou 14 horas, desde Turim, disposto a recuperar o seu lugar em um grupo para o qual não era convocado há cerca de oito meses.
– Voltei à Seleção para ficar. Fiquei muito feliz em ser lembrado novamente e vou lutar muito para disputar não só este amistoso como para continuar sendo convocado para as Eliminatórias – disse o jogador ao desembarcar nesta segunda-feira no Aeroporto Internacional de Hong Kong.
Emerson está motivado e se diz plenamente identificado com a Seleção Brasileira, da qual foi titular absoluto por algum tempo. Ele recebeu a convocação para o amistoso contra Hong Kong como a oportunidade de retomar um lugar que era dele até se contundir na véspera da estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002.
– Infelizmente, fiquei de fora da conquista do pentacampeonato. Mas isso só aumentou a minha motivação em disputar a Copa do Mundo de 2006. Quero ir à Alemanha – disse.
Para chegar lá, o Brasil tem de passar pelas Eliminatórias, competição que Emerson considera das mais difíceis – o Brasil enfrenta o Peru, dia 26 de março, em Goiânia, e em seguida o Uruguai, dia 29 de março, em Montevidéu.
– Os jogos pelas Eliminatórias são sempre complicados. Acho que com minha experiência posso ser muito útil à Seleção Brasileira – diz.
No Juventus, da Itália, Emerson é muito mais do que um jogador útil ao time. O meio-campo é considerado uma das peças mais importantes da equipe e tem no treinador Fábio Capello um admirador do seu futebol.
– Felizmente, no Juventus, meu futebol é valorizado. O treinador e meus companheiros me respeitam – diz.
O respeito que Emerson não tem no Brasil. Alvo muitas vezes de críticas contundentes, o meio-campo desistiu de tentar entender o motivo de tanta rejeição ao seu futebol.
– Não tem mesmo muita explicação. Na Europa, vários clubes tentaram me contratar, inclusive o Real Madrid. Acho que isso acontece porque joguei muito pouco no Brasil. Saí do Grêmio com 20 anos – conta.
Há oito anos na Europa, onde começou no futebol alemão, Emerson foi campeão pelo Roma e agora está feliz no Juventus, um clube que diz ser um dos mais poderosos da Europa.
– O Juventus tem uma estrutura espetacular. É um grande clube, que faz um eficiente trabalho de marketing, e por isso é muito forte financeiramente – revela.