O Atlético comemora o saldo positivo nas categorias de base, em 2004, e projeta uma temporada ainda melhor para 2005. Com vários jogadores convocados para as seleções amadoras do Brasil, e mais três ex-juniores promovidos ao grupo profissional, no início deste ano, a diretoria considera que atingiu o objetivo de revelar bons valores para o clube, mas já começou o planejamento para manter e até melhorar o trabalho de formação de atletas.
O diretor das categorias de base do Galo, Hissa Elias Moysés, aprovou o trabalho desenvolvido no futebol amador, e acredita que o clube poderá repetir lucrar ainda mais em 2005. “Vamos repetir a fórmula que foi um sucesso em 2004, pois nos trouxe resultados positivos. Temos uma quantidade significativa de jogadores aproveitados pelo Atlético, e também em outros clubes”, afirma.
Um dos pontos positivos apontados por Hissa é o fato de o Atlético ter cedido vários atletas para as seleções de base do Brasil. Em 2004, o clube acumulou 19 convocações, para as equipes sub-16, sub-17 e sub-20. Na atual temporada, o Alvinegro já teve quatro jogadores chamados para o Campeonato Sul-Americano Sub-20, na Colômbia, como Renato, Quirino, Rodrigo Dias e Diego, e mais três para a Seleção Sub-17, como o zagueiro Samuel, o lateral-direito Casagrande e o armador Ramon.
“Melhoramos o relacionamento com a CBF, em relação a contatos e convocações de atletas. Atualmente, temos sete jogadores convocados para as equipes de base do Brasil, algo que não era freqüente no Atlético. Além disso, subimos jogadores da base, no ano passado, que foram aproveitados no grupo principal, como Zé Antônio, Marcelinho, Rafael Lopes, Thiago Junio, e os outros que já estavam no elenco, como Renato, Quirino, Levi, Enrico, Henrique”, citou o dirigente.
Hissa considera que o Atlético tem outros jogadores da base em condição de servir ao grupo profissional, como o zagueiro Lima, um dos destaques do Galinho na última Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas diz que é preciso preparar melhor os atletas antes de promovê-los ao time principal.
“Temos de tomar cuidado para não queimarmos etapas. Promover jogadores da base ao profissional é uma evolução natural no futebol, mas não basta simplesmente subir, é preciso dar qualidade ao atleta, como no caso do Lima. Não adianta ele ficar sem atuar no grupo principal, ele tem de chegar lá em boa condição para mostrar seu futebol e dar o retorno financeiro ao clube”, observa.
O dirigente destacou também a melhor estrutura de trabalho oferecida aos jovens atletas, mas acredita que o rendimento será mais positivo com a conclusão das obras da concentração que abrigará as categorias de base do Atlético, na Cidade do Galo. “Sem dúvida, quando o CT estiver concluído, teremos mais qualidade. Mas a situação atual é bem melhor, os jogadores têm campos à disposição para treinar e facilidade para se locomover, depois que adquirimos um ônibus para o futebol de base. A explosão, porém, ocorrerá com a conclusão da concentração”, prevê.
Observadores
De acordo com Hissa, um dos pontos a serem incrementados no trabalho de formação de atletas é em relação aos observadores técnicos. Atualmente, o clube conta com vários “olheiros” espalhados pelo país, que captam atletas em potencial para vestir a camisa do Alvinegro. “Temos o Lola, o Paulão, André Figueiredo e o Jorge Valença (integrante da comissão técnica de Procópio Cardoso), todos ex-jogadores do clube, além de outras pessoas que nos ajudam a descobrir novos talentos. Precisamos dar seqüência ao trabalho, pois através dele trouxemos atletas como Zé Antônio, Lima, Diego, entre outros”, enfatiza.
Experiência
Com o objetivo de dar experiência a alguns atletas que ainda estão na base, mas que poderão integrar o grupo profissional no futuro, o Atlético emprestou alguns jogadores para equipes do interior, para a disputa do Campeonato Mineiro de 2005. O lateral-esquerdo Paulo Roberto, 19 anos, e o volante Alício, de 20, foram cedidos para a URT, de Patos de Minas, enquanto o atacante Pedro Paulo, 19, foi para o Democrata de Sete Lagoas.
Para Hissa, será ótima oportunidade de dar experiência aos atletas. Ao mesmo tempo, segundo o dirigente, o grupo de juniores será reforçado por promessas como Casagrande, Samuel e Ramon, justamente os juvenis que estão com a Seleção Brasileira Sub-17., em preparação para o Sul-Americano da categoria, na Venezuela. “São jogadores já em condição de subir para o júnior, mas vamos trabalhá-los melhor, pensando em futura promoção para o profissional”, comenta.