Julio Cesar leal já começa a traçar prioridades

O Natal junto com a família, em Teresópolis, foi o último momento de descanso para Júlio César Leal neste fim de ano. De hoje em diante, ele começa a traçar os planos do Flamengo para a próxima temporada, em reuniões com o novo vice de futebol, Gerson Biscotto, e o coordenador Anderson Barros. E Leal […]
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sambafoot_admin
Publicado em 27/12/2004 às 12h27

O Natal junto com a família, em Teresópolis, foi o último momento de descanso para Júlio César Leal neste fim de ano. De hoje em diante, ele começa a traçar os planos do Flamengo para a próxima temporada, em reuniões com o novo vice de futebol, Gerson Biscotto, e o coordenador Anderson Barros. E Leal já traçou duas prioridades para as próximas semanas: iniciar as renovações de contrato de jogadores considerados importantes no elenco, como Zinho e Júnior Baiano, e acompanhar os jogos do rubro-negro na Taça São Paulo de Juniores, em janeiro, em busca de bons valores na prata da casa.

— O grupo que terminou o ano atuando pelo Flamengo pode ser dividido em três grupos: os que não vão ficar, os que têm permanência garantida e os que podem ter seus contratos renovados. É neste último caso que temos de trabalhar e ver se poderemos contar com eles em 2005 — explicou Júlio César Leal, que terá Andrade como seu auxiliar. — Além disso, a base sempre foi a força do Flamengo, desde a geração Zico. O clube costumava formar 3 ou 4 jogadores de alto nível a cada ano e o trabalho precisa ser modificado para que isso volte a acontecer. O Flamengo ainda é um grande celeiro.

Técnico acha que time precisa de 5 ou 6 reforços

Desde agosto, quando voltou ao Brasil depois de uma temporada no Kuwait, Júlio César Leal pôde observar a pífia campanha do Flamengo no Campeonato Brasileiro e a luta contra o rebaixamento que durou até a última rodada, contra o Cruzeiro, em Volta Redonda. Na avaliação do técnico, o rubro-negro precisa mudar a metade do time para ficar competitivo. Ele também ressalta a importância de jogadores experientes, como Júnior Baiano e Zinho, serem mantidos no grupo.

— São jogadores em processo de renovação e com os quais gostaria de contar. O Zinho, ao lado do Andrade, é o maior vitorioso em campeonatos brasileiros e precisamos de gente com esse perfil, para estimular os mais jovens. Pretendemos contratar cinco ou seis jogadores de bom nível, num padrão para serem titulares. Acho que antes do dia 10 de janeiro (data da reapresentação dos jogadores), já temos de contar com dois jogadores por posição no elenco para iniciarmos o trabalho — disse o treinador.

Júlio César Leal é admirador do talento de Felipe, mas sabe que é muito difícil a permanência do camisa 10 na Gávea em 2005. De qualquer forma, ele não considera a possibilidade descartada.

— Em princípio, o que me parece é que a possibilidade de o Felipe ficar é pequena, mas ainda existe. Não temos um jogador no grupo com o mesmo potencial dele.

Apesar do orgulho de ter começado a carreira de técnico nas divisões de base do Flamengo, em 1976, Júlio César Leal acompanha com tristeza a atual mudança de valores do futebol brasileiro. Clubes de massa hoje ocupam posição de coadjuvantes no cenário nacional. Uma realidade que ele espera começar a mudar, pelo menos em se tratando de Flamengo.

— O futebol moderno está mostrando clubes de menor importância e investimento, mas com boa organização e consistência alcançando posições privilegiadas. Enquanto isso, clubes de massa, de grande projeção, como Flamengo e Atlético-MG, ficaram em posições muito difíceis no Campeonato Brasileiro. Isso é muito triste e tem de servir de aprendizado. São erros que não podem se repetir — discursa Leal.

Apesar do discurso de reforçar a equipe com jogadores de qualidade, Júlio César Leal acha fundamental o Flamengo manter os pés no chão na hora de abrir os cofres, para não viver mais um ano de dificuldades financeiras.

— Vamos trabalhar dentro das possibilidades financeiras do Flamengo, sem cometer loucuras. A clube está procurando se organizar e temos de priorizar algumas metas. O Flamengo é um clube que tem de estar sempre lutando por títulos e, para isso, o trabalho tem de ser muito bem feito.

No início da semana, quando o Flamengo começou a sonhar com Tite e depois passou a pensar em Celso Roth, o nome de Júlio César Leal surgiu na Gávea como um possível coordenador de futebol, fazendo a ligação entre as divisões de base e o departamento profissional. Na quinta-feira, os dirigentes decidiram contratá-lo como técnico. O que não vai tirar de Júlio César Leal a obrigação de fazer uma função que ele conhece como poucos: aproveitar a prata da casa. Campeão mundial de juniores em 1993, na Austrália, ele dirigiu as categorias de base do Flamengo de 1976 a 1982, revelando na Gávea jogadores como Mozer, Tita, Zé Carlos, Anselmo, Figueiredo, entre outros.

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