Antigamente dizia-se que nada daria certo na TV brasileira se não houvesse a possibilidade de título para o Brasil. E isso é mais do que certo. O futebol só é tão popular porque o Brasil sempre está lá, competindo. A Fórmula 1 tem mais graça quando um brasileiro tem um carro bom. Tênis? Só vimos na TV quando Guga foi ás finais de Roland Garros.
A audiência em finais de Copa do Mundo sem o Brasil cai bruscamente. Nas raras vezes que um time brasileiro não chega à final de Libertadores, a TV aberta nem transmite o jogo, preferindo um confronto qualquer pelas rodadas iniciais do Brasileirão.
A atração pelo futebol estrangeiro toma seus primeiros passos no Brasil nos anos 90, com a transmissão do campeonato italiano pela TV Bandeirantes. Com a chegada e a consolidação da TV a cabo, outros campeonatos passaram a ser transmitidos. O boom dessa invasão do futebol europeu na TV brasileira teve, em muito, a participação da ESPN Brasil, que, aproveitando o momento de grande êxodo dos grandes jogadores brasileiros para a Europa, passou a transmitir os jogos das principais ligas do Velho Continente e da Champions League.
Eis então que o fenômeno por essa competição começou a dominar o país. Os jogos as 15h30 da tarde em dia de semana não ajudavam na audiência, mas era comum, nas ruas, ver torcedores parados em frente a bares olhando a TV, querendo saber quanto estava aquele jogo entre o time do Ronaldinho contra o time do Adriano. Ademais, os jovens, público fiel dos times europeus, aproveitavam as tardes livres para assistir.
A moda pegou e dois canais de TV, Rede TV e Bandeirantes, passaram a transmitir os jogos. Impensável, entretanto, era a Rede Globo, e seu disputado espaço, cederem horário para uma competição em que, jamais, um time brasileiro poderia figurar. E eis que em 2010 a Rede Globo surpreendeu e transmitiu a final da competição entre Bayern de Munique e Internazionale de Milão.
Em 2011 a febre aumentou. Com o Barcelona encantando o mundo e com o confronto com o rival Real Madrid na semifinal, a Globo transmitiu a semifinal e volta a transmitir o jogo decisivo.
Além disso a tecnologia parece aliar-se a Champions League. Uma rede de cinemas está cobrando R$60 (preço mais caro do que um ingresso para um jogo do Brasileiro) para que as pessoas assistam o jogo em suas salas, com tecnologia 3-D. E os ingressos, no Rio e em São Paulo, estão esgotados.
No Rio, há a possibilidade de só assistir o jogo em um cinema, de graça, mas sem as três dimensões.
O país todo vai ficar ligado no maior jogo do ano, bares ficarão cheios para a transmissão e o Sábado a tarde vai ser agradável, até porque, depois, ainda tem o Campeonato Brasileiro.
E as chances do Brasil ser vencedor? Isso já é 100% garantido. Ou Daniel Alves, Adriano, Maxwell e Thiago pelo Barça, ou Anderson, Fabio e Rafael pelo Manchester.
