Jaïrzinho: « Voltar a Marselha como treinador »
[photo=jairzinho1.jpg id=339 align=right]– Em 1974, você assinou com o Olympique de Marselha. Na época, era muito raro ver um jogador brasileiro migrar para a Europa. O que te motivou ?
– Neste momento, fazia muito tempo que eu estava no Botafogo por falta de opções. Os dirigentes de Marselha e da Adidas decidiram contratar dois jogadores brasileiros campeões do mundo, eu e o Paulo César. O Olympique foi minha primeira experiência fora do pais.
« Eu lembro do calor humano dos marselhanos. »
– Qual lembranças você guarda de sua passagem em Marselha e na França ?
– Eu guardo uma lembrança muito positiva de minha passagem em Marselha. Todo mundo foi muito simpático comigo, eles tentaram me deixar à vontade para que eu pudesse mostrar meu melhor futebol. Eu consegui atingir uma média de um a dois gols por partidas, com a possibilidade de jogar a decisão do título com o St Etienne.
Cheguei em Marselha quando o time estava muito mal, na décima segunda colocação do campeonato francês, com apenas cinco mil pessoas assistindo aos jogos. Depois que eu cheguei e com uma série de bons resultados, tinha mais de 30.000 pessoas para cada jogo. Eu lembro também do calor humano, da gentileza e da hospitalidade dos marselhanos. Gosto muito de Marselha e seria ótimo voltar lá como treinador !
– Como você se adaptou a vida francesa ?
– Foi a primeira vez que eu tentei uma experiência fora de meu país. Eu lembro que a temperatura era muito mais agradável em Marselha do que em Paris ou St Etienne… Mas não achei a adaptação difícil mesmo chegando na França no início do inverno.
– Hoje os brasileiros são muito atraídos com a Europa …
– O futebol brasileiro é naturalmente atraente com suas qualidades naturais. O fator econômico também é fundamental, o jogador brasileiro é barato se considerarmos o real com o euro.
Você é campeão do mundo com o lendário Brasil de 1970. Será que a Seleção vai um dia atingir o mesmo nível ?
Para mim Seleção igual a de 1970 nunca vai ter. Todos os jogadores jogavam no Brasil, ninguém jogava na Europa. Todo mundo se conhecia bem, ou porque jogavam juntos ou porque eram adversários.
A Seleção de 1970 é a única que alinhou cinco números 10 no campo. Pelé do Santos, Jairzinho, do Botafogo, Gérson, do São Paulo, Rivelino, do Corinthians, e Tostão, do Cruzeiro. Nunca mais a Seleção vai ter jogadores desta qualidade no seu elenco. Na cultura brasileira, o número 10 tem uma importância enorme, em geral quem veste o número 10 é capaz de fazer a diferença em qualquer momento.
« Se Ronaldo estiver com 70% de sua forma… »
[photo=jairzinho2.jpg id=339 align=right]Você descobriu o Ronaldo… Como isso aconteceu ?
– Eu estava na época de treinador do São Cristovão e tive a oportunidade de detectar o Ronaldo enquanto ele jogava nas categorias de base. Ela já era um atacante diferenciado, já tinha muito talento. Sempre estava adiantado apesar da juventude dele. Usava sua inteligência e sua criatividade para fazer a diferença. Depois recomendei o Ronaldo para os dirigentes do Cruzeiro. Sou muito feliz de ter contribuído ao sucesso dele.
– Você acha que ele vai disputar a próxima Copa do Mundo ?
– Se Ronaldo volta a 70% de sua forma, ele é capaz de jogar contra qualquer Seleção do Mundo. Mas a escolha não pertence a mim, o Dunga tem que decidir.
SUA VOTAÇÃO:
1. Kaká:« É o maior representante do futebol brasileiro na Europa »
2. Luis Fabiano: « É um dos melhores artilheiros no mundo. Ele teve uma atuação fantástica em 2009 com seu clube, o FC Sevilla e com a Seleção. Com certeza ele deve ser reconhecido. »
3. Daniel Alves: « Inteligente, polivalente. Pode jogar em várias posições. Ele é capaz de fazer a diferença.»
>> Vote para seu jogador preferido!
>> Leia mais:
:: Taffarel: « Dunga? A Seleção precisa dele »
:: Carlos Alberto : « um momento inesquecível »
:: Tostão : « O estilo do futebol é hoje bem diferente »
:: Quem vai conquistar o Samba de Ouro 2009?