O retorno do Kleberson promete
Sambafoot – Sua história dentro do futebol internacional começou no início de 2002 quando o Luiz Felipe Scolari te chamou para um jogo das eliminatórias contra a Bolívia. Você jogava no Atlético Paranaense, que conquistou o Brasileirão em 2001, mas sua convocação foi uma surpresa para todo mundo. Você poderia nos contar como ocorreu sua convocação? Você estava esperando ser convocado?
[photo=sel.jpg id=298 align=right]Kleberson – Não, eu não esperava. Como todos os jogadores brasileiros, sempre sonhei em jogar na Seleção Brasileira. Eu ainda era garoto na época, queria muito jogar na Seleção Brasileira, estava fazendo uma boa competição com o Atlético Paranaense, mas não achava que eu estava tão próximo de poder participar na Seleção. O Luiz Felipe Scolari confiou em meu trabalho e me chamou para os amistosos de 2002. Aquela foi uma oportunidade excelente para eu mostrar meu trabalho, e assim começar a sonhar na Copa do Mundo como ideal, mesmo se a minha convocação ocorreu um pouco tarde.
Você disputou mais de 30 jogos com a Seleção e marcou dois gols. Seus dois primeiros gols foram marcados na suas três primeiras partidas com a camisa auriverde. Isso foi porque o Scolari te pediu para ficar mais atrás ou foi só uma coincidência?
Quando comecei na Seleção, o Scolari me colocou numa posição um pouco mais avançada, como quando joguei no Atlético Paranaense. Quando eu me encaixei no grupo da Seleção, tive que atuar como segundo volante, segurar, marcar um pouquinho mais. Mas sempre tive liberdade para avançar e tentar fazer gols. Eu acho que só me faltou um pouquinho de sorte para fazer mais gols com a Seleção. Acho que marquei os dois gols nas três primeiras partidas porque quando temos nossa primeira oportunidade, queremos fazer o máximo.
Você conquistou o Mundial de 2002 com a Seleção. Ao lado do Gilberto Silva, você foi uma das revelações da competição, mesmo sem ter uma grande experiência internacional. Como você se preparou? O que você achava do grupo?
[photo=fla.jpg id=298 align=right] O grupo de 2002 era fabuloso. O Luiz Felipe conseguiu formar uma família. Todos os jogadores tinham prazer de jogar e queriam conquistar o título mundial. Ele deu a oportunidade para vários jogadores inexperientes, como eu e o Gilberto Silva. Mas o grupo era também composto por jogadores experientes, como o Cafu, que transmitia tranquilidade pra gente. Esta mistura deu certo e conseguimos nosso objetivo.
Você pensava desde o início que o Brasil tinha a possibilidade ganhar?
Sempre tivemos o objetivo de ir o mais longe possível e, com os jogos, ganhávamos confiança. Começamos mesmo a acreditar no título mundial depois do jogo contra a Inglaterra. Este jogo nos deu muita força.
Depois da Copa, você assinou com o Manchester United. Essa experiência não foi muito boa para você. Com o tempo, como você analisa sua passagem pelo futebol europeu? O que faltou para você conseguir se firmar no time?
[photo=man.jpg id=298 align=right]Pessoalmente, eu não acho que esta experiência foi ruim. Apesar de não ter sido muito convocado pra jogar, eu acho que foi uma experiência muito boa. Eu fui o primeiro brasileiro a jogar no Manchester, e marquei dois gols… O que mais me atrapalhou na Inglaterra foi uma série de lesões que tive e também este futebol de "contato" ao qual eu não estava acostumado. O Manchester é formado por um grupo de elite; todos os jogadores atuam em seleções e eu sabia que ficando machucado seria muito difícil me firmar no time. Mas estou feliz por ter tido esta oportunidade!
E sua experiência no Besiktas da Turquia?
Foi muito boa também. O futebol turco é muito bom, consegui chegar na semi-final do Mundial de 2002 e eu tinha muitos amigos brasileiros lá. O primeiro ano foi ótimo. Disputei 45 partidas, o que colaborou para que eu voltasse a ficar em forma. O segundo ano foi mais difícil. As coisas não aconteceram como eu desejava, tive problemas de contrato com o clube, e acabei desanimando e decidindo voltar para o Brasil.
Depois de cinco anos de ausência, você voltou a jogar com a camisa auriverde numa competição internacional. Você esperava um telefonema do Dunga depois de tanto tempo? Como você se sente dentro do time? Qual é a maior diferença entre o Scolari e o Dunga?
Nestes últimos tempos eu sonhava novamente com a Seleção. Claro que eu estava esperando poder voltar. Eu trabalhei muito para isso, tive uma boa sequência no Flamengo e acabei conquistando uma vaga no grupo. Fiquei muito feliz, sobretudo depois do que aconteceu com minha carreira nos últimos anos. Em relação ao grupo atual, eu não acho que ele seja tão diferente da Seleção pentacampeã. O Dunga e o Scolari têm o mesmo estilo. O Dunga deu oportunidade a muitos jogadores dentro da Seleção.
[photo=edito.jpg id=298 align=right]Sobre a Copa de 2010, você acha que já conquistou uma vaga dentro do grupo? Seria fácil para você voltar a fazer uma dupla com o Gilberto Silva?
Claro, meu sonho é jogar de novo com ele. O Gilberto é um jogador muito experiente e nos demos muito bem no Mundial de 2002. Mas sou consciente que vou ter que lutar para garantir minha vaga na Copa do Mundo.
Você acha que o Ronaldo vai ser chamado?
Eu acho que o Ronaldo poderia participar. Todo o Brasil quer que ele volte em forma e dispute o Mundial. Ele é um jogador muito importante no Corinthians. Com o Ronaldo no grupo, os adversários certamente vão ficar mais preocupados.
Você joga há dois anos no Flamengo, e agora ao lado do Adriano. Você acha que o time ficou mais forte com ele? Segundo você, o que falta para ele voltar a jogar pela Seleção?
O Adriano dá uma força muito grande para a gente. Ele decide as partidas, faz gols e segura muito bem a bola. A gente percebe que ele está feliz no Flamengo e que ele gosta muito do time, o que acaba nos motivando. É um prazer jogar ao lado dele. Eu acho que não falta muita coisa para ele voltar a jogar pela Seleção. Como eu falei, ele está feliz, tem objetivos de voltar e para isso só precisa continuar seu trabalho no Flamengo, jogando com alegria.