Abel Braga: dedicação até o fim

Abel Braga: dedicação até o fim sambafoot.com Que lembranças você guarda de sua experiência como jogador no Paris Saint Germain e como treinador em Marselha? [photo=abel.jpg id=154 align=right]Abel Braga Minha época de jogador no PSG foi fantástica. Foi a primeira vez em que eu saí do Brasil para trabalhar, com contrato assinado. Na época foi […]
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sambafoot_admin
Publicado em 08/12/2005 às 03h00

Abel Braga: dedicação até o fim

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Que lembranças você guarda de sua experiência como jogador no Paris Saint Germain e como treinador em Marselha?

[photo=abel.jpg id=154 align=right]Abel Braga

Minha época de jogador no PSG foi fantástica. Foi a primeira vez em que eu saí do Brasil para trabalhar, com contrato assinado. Na época foi um grande desafio pra mim porque cheguei em Paris sem falar uma única palavra em francês, apesar de eu poder ter contato com a ajuda de muitos companheiros meus. Foi uma experiência muito boa, que me deu a oportunidade de conhecer um outro tipo de cultura futebolística, na qual percebi um futebol muito mais rápido e com uma marcação muito mais forte. Já em 2000, fiquei fascinado com minha experiência como treinador no Marselha. Eu usei um sistema de jogo que era pouco usado na França e que passou desde então a ser muito usado atualmente no país. Eu tenho recordações até hoje daquela massa de torcedores, daquele fanatismo, algo realmente lindo. Assistir um jogo em Marselha, é participar de um espetáculo a parte. Saí lamentando, mas às vezes terei a oportunidade de voltar um dia, quem sabe…

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Quais são as diferenças de métodos de treinamento no Brasil e na Europa? Um treinador na Europa é sempre livre para realizar seu trabalho ou é necessário adaptar-se a regras que são estabelecidas pelo clube?

Abel Braga

O treinador é o patrão geral. Tudo o que é feito a nível de trabalho com a equipe é comandado por ele. O que eu levei como método pra lá foi o fato de utilizar a bola nos primeiros dias de treinamento, logo na pré-temporada; levei alguns tipos que trabalho que eu realizo no Brasil; aprendi novas formas de trabalhar com o meu auxiliar técnico. A grande diferença existente entre os dois países é que na pré-temporada trabalhamos entre 40 e 45 dias na Europa, sendo que este número se reduz para 10 ou 15 no Brasil, o que permite ao jogador europeu entrar em uma competição muito mais preparado que um jogador brasileiro. Um outro aspecto que diferencia o futebol daqui do de lá é que no Brasil jogamos um número maior de jogos e mesmo assim treinamos de uma forma mais intensa. Por exemplo, eu sempre fui acostumado a fazer o coletivo na quinta-feira aqui, e lá me solicitaram que eu o fizesse na quarta para que o jogador não ficasse muito cansado para o jogo de domingo. O futebol francês é um futebol com uma técnica muito apurada e com uma velocidade de raciocínio admirável.

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O Fluminense perdeu a final da Copa do Brasil. Na sua opinião, o que foi que faltou para a vitória e o que a equipe aprendeu com essa derrota?

Abel Braga

Nós vencemos a Taça Rio e depois fomos os campeões cariocas. Chegamos em uma final de Copa do Brasil, o que é relativamente difícil, e não fomos felizes no primeiro jogo porque tivemos 6 jogadores titulares que não jogaram, o que representou um peso muito grande para a equipe. Fomos derrotados no primeiro jogo por 2×0, 3 jogadores voltaram no segundo jogo, mas os desfalques ainda continuaram grandes, não só de jogadores titulares mas também de opções de banco. Com tudo isso não conseguimos tirar a diferença. Mas a Copa é assim no mundo inteiro, as surpresas sempre aparecem. O que é lamentável é que se tivéssemos a equipe titular no primeiro jogo, teríamos certamente conseguido um resultado muito melhor.

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O que você pensa a respeito da nova política de contratação do Fluminense? Qual é sua opinião sobre o elenco atual?

Abel Braga

É um elenco mesclado de juventude e experiência. Nós normalmente só contratamos jogadores que têm características que se enquadram bem no nosso trabalho. As contratações não são feitas de maneira aleatória; contratamos jogadores dentro de posições que nós estamos carentes. Nossa política tem sido a de trazer jogadores de valor, mas procurando sempre dar prioridade a jogadores que foram formados no clube.

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Se um dia você tiver a oportunidade de treinar novamente um time francês, qual clube seria o de sua preferência?

Abel Braga

Não tenho preferência não, mas se fosse o caso de eu voltar para um lugar que eu já conheço, como é o caso do Paris ou do Marselha, as coisas seriam muito mais fáceis.

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