Júnior Baiano: a muralha da China do Flamengo
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Aos 35 anos, você é capitão o time do Flamengo nesta temporada. Como você se sente ou se caracteriza fisicamente falando?
[photo=entjunior.JPG id=145 align=right]Júnior Baiano
Fisicamente eu me sinto muito bem. Eu acho que é depois dos 30 que passamos a ter uma consciência maior das coisas que temos que fazer fora de campo, e eu sou uma pessoa que se cuida muito bem fora de campo.
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Você já jogou na Alemanha e na China. O que estas experiências acrescentaram em sua vida profissional e pessoal?
Júnior Baiano
Quando eu joguei na Alemanha eu estava no início da minha carreira, tinha apenas 24 anos. Tive a oportunidade de viver momentos muito bons naquele país, com os quais eu aprendi muitas coisas. Aprendi a respeitar mais meus colegas de trabalho, a ter disciplina tática dentro de campo. Jogar na Europa é completamente diferente do que jogar no Brasil, porque lá nós podemos passar mais tempo com a família. Eu gostei muito dessa experiência. Já na China, minha passagem foi mais rápida, de apenas 3 meses, mas a experiência foi muito boa também. As pessoas de lá são muito simples, muito simpáticas. Foram dois lugares bem diferentes, mas os dois me agradaram muito.
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O que você sente quando você pensa na Copa do Mundo de 1998?
Júnior Baiano
Eu fico muito triste porque foi uma Copa que o Brasil tinha plenas condições de ganhar. Infelizmente aconteceu um problema com o Ronaldo que mexeu com todo mundo. Foi a única Copa que eu disputei e tive a oportunidade de chegar na final. Quando eu lembro desse episódio, Brasil x França, França x Brasil, eu lembro com um pouco de tristeza.
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E qual seria a justificativa mais forte que você teria pra nos dar em relação a este jogo? Porque todo mundo se pergunta o que aconteceu realmente com a Seleção, se havia algum problema psicológico, físicos, ou se foi algo que aconteceu somente no dia do jogo.
Júnior Baiano
Eu acho que foi mesmo um problema do dia do jogo, pelo fato que ocorreu com o Ronaldo. Nós não estávamos acostumados a presenciar aquela tipo de cena, a vê-lo passando mal, se contorcendo. Só os médicos podem dizer se foi um ataque epiléptico ou uma convulsão. Foi uma cena muito chocante, que deixou todo mundo abalado. Na minha opinião, se isso não tivesse acontecido, o jogo teria sido completamente diferente. Não sei se o Brasil teria ganhado, mas que o jogo iria ser muito diferente, isso eu posso afirmar.
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Você acha que a Seleção atual dispõe de bons zagueiros? Se não, quem você escolheria para substituí-los?
Júnior Baiano
O Brasil tem bons zagueiros sim, tem o Roque, tem o Lúcio, tem o Juan. Eu acho que o Juan deveria ser titular na Seleção. Não sei quem deveria ser o companheiro dele, se deveria ser o Roque ou o Lúcio, mas se fosse eu quem deveria escolher alguma coisa, com certeza o Juan seria titular.
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Como você analisa o nível atual dos times cariocas? Na sua opinião, o que diferencia os clubes cariocas dos paulistas?
Júnior Baiano
O nível dos cariocas está muito bom. A grande diferença entre os cariocas e os paulistas é que lá eles dão mais condições para o atleta. A estrutura do futebol carioca, atualmente, é bem inferior se comparada à estrutura do futebol paulista. Isso faz com que os paulistas sempre saiam na frente.
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Você se sente bem atualmente jogando no Rio, no Brasil, ou se ainda surgisse uma oportunidade de jogar fora você pensaria na proposta?
Júnior Baiano
Pensaria sim. Apesar dos meus 35 anos eu gostaria de poder voltar a jogar na Europa, no exterior. Eu tenho filhos e gostaria muito que eles aprendessem uma outra língua. Eu sei que é difícil, que é quase impossível, mas se tivesse alguma outra oportunidade, eu gostaria muito de jogar fora novamente.
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