MSI: conexão russa no Corinthians

MSI: conexão russa no Corinthians Fonte: http://www.terra.com.br Por Maurício Capela [photo=KIA1.jpg id=119 align=right]Nunca o hino do Sport Club Corinthians Paulista foi tão atual. Os primeiros acordes de “Salve o Corinthians”, que naturalmente deveriam recepcionar uma equipe repleta de estrelas, assumem agora o seu pior significado. Com os credores à porta, o time da fiel torcida […]
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sambafoot_admin
Publicado em 15/11/2005 às 03h00

MSI: conexão russa no Corinthians

Fonte: http://www.terra.com.br

Por Maurício Capela

[photo=KIA1.jpg id=119 align=right]Nunca o hino do Sport Club Corinthians Paulista foi tão atual. Os primeiros acordes de “Salve o Corinthians", que naturalmente deveriam recepcionar uma equipe repleta de estrelas, assumem agora o seu pior significado. Com os credores à porta, o time da fiel torcida aguarda quem o resgate. Na última semana, a redenção ganhou corpo, passaporte inglês e sotaque russo. Personificada na figura de seu presidente, o iraniano Kia Joorabchian, a Media Sport Investment (MSI) promete injetar uma bolada no timão: US$ 45 milhões, em dez anos. A dúvida é saber quem é o MSI e quem está por trás dele. Até agora, esse grupo de investidores não constituiu uma empresa no Brasil. O que se sabe é que tem sede no conhecido paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. Outra incógnita é a paternidade do dinheiro. Na semana passada, especulou-se que um dos sócios da MSI seria o magnata russo Boris Berezovski, com negócios na área de mídia e participação na companhia aérea Aeroflot. Hoje, é um refugiado político que vive em Londres e com prisão decretada pelo governo de seu país. A suspeita da presença de Berezovski no fundo de investimento não é à toa. Ele e Joorabchian já estiveram juntos antes, quando compraram a editora Kommersant da Rússia, e residem na mesma cidade. Procurado pela DINHEIRO, Alberto Dualibi, presidente do Corinthians, admite que foi apresentado a Berezovski por Joorabchian. Mas afirma: “Ouvimos dele que não há interesse em participar do negócio".

[photo=kiaartigo.jpg id=119 align=left]O MSI chegou ao Corinthians pelas mãos do empresário Renato Duprat, ex-proprietário da Unicor, empresa que já patrocinou o Santos na década de 90 e depois foi à bancarrota. Foi Duprat quem apresentou o fundo de investimento aos mais de 350 conselheiros na reunião da terça-feira 24 no Parque São Jorge, a sede alvinegra, em São Paulo (SP). Ao final do encontro, ficou a impressão de que o presidente Dualibi já havia assinado um pré-contrato com o MSI. “Era apenas uma carta de intenções e o conselho deliberativo a aprovou", defende-se o cartola. De qualquer forma, eles terão que bater o martelo em 30 dias. Eis a proposta do MSI: dos US$ 45 milhões prometidos, US$ 20 milhões serão liberados até o fim deste ano para quitar qualquer cobrança futura. Dualibi diz que o Corinthians não tem dívidas e sim “compromissos a vencer até o fim do ano". Mesmo assim não revela quanto. Outros US$ 15 milhões serão usados exclusivamente para a compra de jogadores e o restante vai custear as despesas da sede social do Timão. O parceiro se responsabilizará também por qualquer déficit nos departamentos de futebol amador e profissional durante o acordo. Em troca de tantas exigências, o MSI ficará com o dinheiro decorrente do contrato de televisão e embolsará patrocínio de camisas e uniformes. DINHEIRO apurou ainda que o fundo ficará com a renda obtida na bilheteria dos jogos.

A história recente mostra que as tabelinhas entre multinacionais e clubes de futebol no Brasil tiveram mais gols contra do que a favor. Com exceção da aliança Palmeiras/Parmalat, que rendeu dinheiro à empresa e títulos ao clube, as demais fizeram água. A lista é extensa: Nations Bank e Vasco da Gama; Flamengo/ISL. Em 1999, o Flamengo anunciou com pompa a chegada da parceira suíça, que atuava no setor de marketing esportivo. A empresa aplicou US$ 60 milhões no clube, mas faliu em 2001 e deixou de honrar uma série de compromissos firmados. O próprio Corinthians já teve decepções. Assinou com o fundo de investimentos americano Hicks, Muse, Tate & Furst, que largou o barco em 2002. “O maior problema é que os custos no futebol são fixos e as receitas não", disse à época Dick Law, executivo da Hicks.

Por enquanto, a política de Kia Joorbchian parece funcionar bem. Graça a um recrutamento audacioso que promoveu a chegada da dupla de atacantes Tevez-Nilmar e do meia Roger, o Timão subiu para o primeiro lugar da classificação e deverá terminar vitorioso no campeonato. Próxima etapa: ganhar a Copa Libertadores 2006 com uma equipe que já está sendo anunciada como sendo “imbatível".

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