Jeito Scolari perdura na Seleção há 4 anos
[photo=scolari.jpg id=54 align=right]Em primeiro de julho de 2001, Luiz Felipe Scolari estreava na Seleção Brasileira. Era aclamado pela crítica como o melhor técnico brasileiro naquela época. Chegou ao posto no lugar de Emerson Leão (atual treinador do São Paulo), que teve passagem meteórica no cargo mais cobiçado do Brasil – foram 11 jogos apenas.
Felipão, como é conhecido, pegou o time na quarta colocação das Eliminatórias (os quatros primeiros se classificavam para a Copa do Mundo) e com 21 pontos. Era a 13ª rodada, a equipe precisa vencer. Ele foi ousado. Trouxe de volta Roberto Carlos e Cafu e implantou o 3-5-2. A justificativa era: “Quero que os jogadores que atuam na Europa sintam-se à vontade na Seleção, jogando em um esquema tático parecido" (Site da revista Placar, 30/06/2001).
O sonho de estrear bem foi por água abaixo naquele dia. O Uruguai do meia Recoba venceu por 1 a 0. O time de Felipão demorou para emplacar. No fim de seu mandato, depois do sofrimento da classificação à Copa, o retorno do trabalho seria glorioso. A Seleção seria pentacampeã no Japão.
A equipe brasileira eleita em 2004 como a melhor do mundo, segundo o ranking da Fifa, ainda tem Felipão nas lembranças. Não só no hall da fama da Confederação Brasileira de Futebol, mas dentro de campo também. O atual treinador de Portugal é uma referência para Carlos Alberto Parreira. Basta analisar o elenco que enfrentou o Uruguai, no dia 30 de março de 2005, na mesma 13ª rodada das Eliminatórias, agora para 2006, que o leitor poderá notar a semelhança. Os titulares foram Dida, Cafu, Lúcio, Luisão, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Ricardo Oliveira. Se pegarmos o time escalado por Felipão para a final da Copa (Marcos, Lúcio, Edmílson, Roque Júnior, Cafu, Gilberto Silva, Kléberson, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo), são 5 jogadores iguais. Isso sem contar que Luisão estava no lugar de Roque Júnior, machucado. Seriam 6. E ainda: Emerson era o capitão pouco antes da estréia na Copa. Seriam 7.
Na época, com estes jogadores o antigo técnico conseguiu uma média de 73,07% de aproveitamento na Seleção, contra 47,05% que tem Parreira neste seu segundo mandato (desde 12/02/2003). Os números mostram como o atual treinador precisa, urgentemente, criar uma equipe com sua cara e desistir de continuar com um time que já persiste há 4 anos.
Alguns leitores podem dizer que os jogadores continuam sendo convocados porque são os melhores. O caso aqui é ver que Parreira não dá chances para novos talentos, que sem visibilidade acabam ficando sempre em segundo plano. O atacante Robinho é um exemplo. Astro no Brasil, bicampeão do campeonato nacional, cogitado para ser mais uma estrela no Real Madrid e na Seleção disputa vaga com figurões que estão perto da aposentadoria.
Um levantamento feito pela Folha de S. Paulo, publicado em 1º de abril de 2005, conta que se mantiver o atual elenco, Parreira levará à Alemanha o time mais velho da história do Brasil em Copas. A média de idade é 29,7 anos, sendo que seis titulares têm mais que 30 anos.
Robinho é um exemplo de peso, mas os outros jovens pelo país, com menos fama que o santista, mereciam mais crédito. Parreira necessita pensar seriamente em uma reformulação. Apesar de contar com jogadores de extrema categoria, como Cafu e Roberto Carlos, o atual elenco mostra que precisa de estímulo extra para continuar jogando bem. A convocação de novos talentos, mesmo que para o banco, pode ser uma solução e o início de uma nova geração de craques.