Quem era Pelé, quem era Coutinho?

Quem era Pelé, quem era Coutinho? Bolero foi um zagueiro do Flamengo nos anos 50/60. Jogava com mais freqüência nos aspirantes, entrava às vezes no time titular, era reserva. Em 1984, carreira já encerrada, Bolero trabalhou como motorista do jornal O Dia. Reservado, caladão, Bolero tinha no entanto muitas histórias para contar, que quando resolvia […]
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sambafoot_admin
Publicado em 28/03/2005 às 03h00

Quem era Pelé, quem era Coutinho?

Bolero foi um zagueiro do Flamengo nos anos 50/60. Jogava com mais freqüência nos aspirantes, entrava às vezes no time titular, era reserva. Em 1984, carreira já encerrada, Bolero trabalhou como motorista do jornal O Dia.

Reservado, caladão, Bolero tinha no entanto muitas histórias para contar, que quando resolvia ia recordando levado pela saudade do tempo de jogador. Histórias que nem sempre eram de “mocinho", como aquela em que enfrentou o Santos de Pelé, Coutinho & Cia. no Torneio Rio-São Paulo de 1961. Era um tempo em que os zagueiros ficavam, de véspera, apavorados ao saber que teriam de marcar Pelé.

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O jogo entre Flamengo e Santos, no Maracanã, aconteceu no dia 11 de março de 1961. Bolero não estava relacionado para a partida. Como o zagueiro titular havia se contundido, e fora vetado, Bolero foi convocado às pressas para se concentrar e escalado para jogar.

Bolero entrou em campo preocupado. Não era para menos, afinal teria pela frente Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, o famoso ataque santista. Só não podia imaginar que naquela noite viveria o pior dos seus pesadelos, como ele começou a recordar de maneira bem-humorada.

– Eu ainda não tinha botado o pé na bola e o Santos já estava vencendo por 2 a 0 – contou.

Bolero não perdia por esperar. Pelé estava em noite inspirada, driblando a quem lhe aparecia pela frente.

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– Teve um gol em que eu caí sentado com o drible que ele me deu. Quando eu virei, a bola já estava na rede.

O time do Flamengo (e a defesa) quase não pegava na bola. Pelé e Coutinho iam fazendo das suas, através de tabelinhas que deixavam tontos os zagueiros rubro-negros. Em um desses lances, outra vez Bolero tentou entrar em ação. Não conseguiu, de novo, achar Pelé. Ou Coutinho.

– Eles entraram tabelando e saiu outro gol. O time do Santos não parava de atacar. No final, não sabia mais quem era Pelé, quem era Coutinho, na velocidade eles se pareciam. Tinha também o Dorval, que ajudava a confundir ainda mais. Só sei que eles não paravam de fazer gol.

Pelé fez quatro, Pepe fez dois e Dorval completou. O Santos goleou o Flamengo por 7 a 1, diante da sua torcida, no Maracanã. O Flamengo jogou com Fernando, Joubert, Bolero, Nelinho (Jadir) e Jordan; Carlinhos e Gérson; Joel, Henrique (Luís Carlos) Dida e Babá (Germano). Henrique marcou para o Flamengo, que devolveu a goleada vencendo depois o Santos por 5 a 1, no Pacaembu, e terminou campeão do Rio-São Paulo de 1961.

Aluísio de Almeida, o Bolero, disputou 143 jogos pelo Flamengo, com 87 vitórias, 21 empates e 35 derrotas.

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