Dos anexos do Estádio Olímpico à Seleção
Formado dentro do mais reputado dos clubes gaúchos, o Grêmio Porto Alegre,
Ronaldinho é hoje, aos 24 anos, o jogador mais dotado de sua geração.
Descubra neste artigo o percurso do jovem prodígio que já soma mais de 60 escalas na Seleção.
Ronaldo de Assis Moreira, mais conhecido como “Ronaldinho Gaúcho", nasceu no dia 21 de março de 1980 em Porto Alegre. Ele cresceu com uma bola de futebol, em uma família na qual esse esporte é considerado como sendo uma verdadeira paixão. Sua mãe é enfermeira, enquanto seu pai, soldador. A fim de ganhar um pouco mais de dinheiro para cuidar de seus três filhos, seu pai vigiava também o estacionamento do Grêmio Porto Alegre. Desde criança, Ronaldinho já tinha sido descoberto pelo Grêmio, clube que veio a oferecer uma casa de campo à sua família com o intuito de conservar o jovem prodígio. Os técnicos já viam nele, naquela época, uma grande esperança para o futuro do clube.
No entanto, assim que Ronaldinho completou oito anos, um drama sacodiu sua família: seu pai sofreu um acidente doméstico. Talvez tenha sido depois desse acontecimento que Ronaldinho intensificou seu desejo de ir sempre mais longe, de chegar ao topo. Durante sua formação, ele progrediu muito rapidamente, sem ter, portanto, pulado etapas. Ele reviveu proezas enquanto estava na categoria de jovens do Grêmio. Antes mesmo de ter iniciado na equipe profissional do Grêmio, Ronaldinho foi selecionado para a equipe sub 17 do Brasil, para disputar a Copa do Mundo dessa categoria no Egito, em 1997. Ele trouxe o título de campeão do mundo dos sub 17 e foi eleito o melhor jogador da competição! Foi a partir desse momento que os grandes clubes começaram a reparar o talento do brasileiro e que o Grêmio começou a receber várias ofertas. O PSV Eindhoven, que já tinha revelado Ronaldo e Romário na Europa alguns antes antes, ofereceu 7 milhões de euros ao clube gaúcho para contar com os serviços do jovem prodígio. Uma quantia inédita para um jogador de dezessete anos, mas que o clube brasileiro recusou por conhecer o futuro e o talento que já tinha Ronaldinho.
[photo=roni1.jpg id=25 align=left]Foi em 1999 que Ronaldinho iniciou na equipe profissinal do clube no qual foi formado. Durante toda aquela temporada, ele encantou o estádio Olímpico Monumental com seus fantásticos dribles, seus passes milimetrados, e seu tiro livre. Ele fez nada menos que quatorze gols em apenas quinze jogos, tornando-se assim o maior artilheiro do Rio Grande do Sul, realizando o duplo campeonato e copa do Rio Grande do Sul com o Grêmio.
Wanderley Luxemburgo, técnico da Seleção, não pôde ficar indiferente frente às performances de Ronaldinho, e o convocou para disputar a Copa América, no Paraguai. Ele marcaria certamente um gol fantastico frente a Venezuela: se movimentou com muita desenvoltura e técnica para eliminar um jogador venezuelano, antes de crucificar o goleiro com um tiro cruzado. Depois de ter sido campeão do mundo dos sub 17, Ronaldinho ganhou a Copa América em 1999. Neste mesmo ano, ele disputou igualmente a Copa das Confederações, na qual terminou como maior artilheiro e finalista.
Um pentacampeão, daqui por diante, Rei da Espanha
Os grandes clubes se interessavam cada vez mais por ele, e dessa vez o Grêmio recusou um montante colossal de 75 milhões de euros proposto por Leeds United, valor que veio a constituir um novo recorde. Assim, em 2000, Ronaldinho disputou uma segunda temporada com o Grêmio. Mas ao término daquela temporada, com o fim do contrato, ele optou por não prolongar sua aventura com seu clube de origem, com medo de reviver os fatos da temporada anterior e de ver o clube recusar todas as ofertas que viriam a aparecer.
Apesar das belas histórias entre o jogador e seus torcedores, Ronaldinho deixou o Grêmio Porto Alegre marcando um tiro livre magistral, o que não impediu os torcedores de dar seu adeus ao jogador com assobios de reconhecimento ao seu talento. Foi o Paris St Germain que conseguiu trazer a estrela brasileira em 2001. O agente de Ronaldinho não é nem mais nem menos que seu próprio irmão, Roberto Assis, confiando em sua experiência a nível profissional. Ronaldinho disputou seu primeiro jogo na França frente a Auxerre, em Borgonha. Ele marcou seu primeiro gol em L1 no Parque dos Príncipes frente a Lyon (2-2). Ronaldinho se tornou rapidamente um vedete do campeonato francês, apesar de sua iniciação um pouco tímida. Ele marcou nove gols em vinte e oito reuniões do L1, e se tornou o ídolo de todos os torcedores do Parque dos Príncipes.
[photo=roni3.jpg id=25 align=right]José Luís Felipe Scolari, técnico brasileiro, o convocou para a Copa do Mundo de 2002, na Coréia do Sul e no Japão. E foi Romário quem contribuiu para a impressionante ascensão em potencial de Ronaldinho. Na Ásia, Ronaldinho foi titular ao lado de Ronaldo. Lá ele marcou um gol frente a China (4-0), depois um gol exceptional nas quartas de final contra a Inglaterra (2-1): um tiro livre de mais de quarenta metros que entrou do lado direito do gol; Ronaldinho encobriu Seaman, enquanto todo mundo esperava um chute no centro do gol. Infelizmente, o número 10 seria expulso no fim do jogo, sendo privado de jogar na semi-final contra a Turquia. Mas graça a um gol de Ronaldo, o Brasil se classificou para a final, da qual participou Ronaldinho. Ele se tornou então Campeão do Mundo graças à vitória de 2-0 frente a Alemanha.
Na temporada seguinte com o PSG, ele conseguiu performances quase similares
àquelas da temporada anterior, marcando oito gols em vinte e sete jogos do
campeonato. Ele disputou então seu ltimo jogo com o Paris na época da final da Copa da França, infelizmente vencida por Auxerre. Em conflito com seu treinador, Luis Fernandez, Ronaldinho deixou o PSG sem ter podido oferecer o título aos torcedores parisienses. [photo=roni4.jpg id=25 align=left]Ele arrumou suas malas no dia 20 de julho de 2003, e foi para Barcelona, mais especificamente para o Manchester United. O montante da transferência seria de, aproximadamente, trinta milhões de euros para um contrato de cinco anos. Desde sua chegada ao clube catalão, Ronaldinho foi acolhido como uma verdadeira estrela. Ele não demorou para encantar os torcedores espanhóis com seus dribles cada vez mais refinados. Nessa temporada ele marcou quatorze gols em trinta jogos do campeonato no Barça. Ele ganhou o Troféu EFE, como recompensa por ser considerado o melhor jogador sul-americano do campeonato espanhol.
Aos vinte e quatro anos e com quase setenta seleções internacionais, Ronaldinho Gaúcho já fazia parte do grupo dos melhores atacantes do mundo, e tem ainda todo o futuro pela frente para levantar novos desafios e escrever novas linhas no livro de seu destino.
Tradução: Marielle Furlaneto Saraiva
