A manhã desta sexta-feira na Toca da Raposa II foi marcada pela emoção. Negociado ao Villarreal, da Espanha, o craque Sorín se despediu do Cruzeiro para retornar à Europa. Visivelmente emocionado durante a entrevista coletiva concedida aos jornalistas, o lateral não escondeu sua tristeza em deixar o clube e a saudade que terá de Belo Horizonte. A torcida celeste não foi esquecida. “Tenho uma noção muito clara do que os cruzeirenses sentem por mim. Só posso dizer que o carinho e o respeito é totalmente recíproco”.
Contratado no início de 2000, o craque deixa o Cruzeiro com o histórico de 120 partidas realizadas, 18 gols marcados e três títulos conquistados. A seguir, os principais trechos da conversa do craque nesta manhã no CT celeste.
Despedida
“Saio triste, com o coração apertado. As despedidas são sempre difíceis, mais ainda quando se deixa um lugar onde você é feliz. Deixo uma cidade que amo, os amigos, o clube. Sou muito contente por ter tomado a primeira decisão de vir para o Cruzeiro, jamais vou se arrepender disso”.
Transferência ao Villarreal
“O Villarreal apareceu, fez uma proposta rápida por telefone, nos reunimos em São Paulo e acertamos tudo. O nosso presidente conversou comigo e abordou o lado profissional, técnico e pessoal. Ele disse que estava contente, que gostaria de me ter aqui no Cruzeiro por toda a vida, mas que seria complicado para o clube. O Villarreal é um time que está crescendo, uma equipe importante hoje na Espanha. Além disso, o grupo possui muitos argentinos, isso vai me dar uma rápida adaptação”.
Retorno em 2004
“Voltei para finalizar o meu contrato, mas a situação, as circunstâncias foram mais fortes e tenho que ir. Não poderia forçar a barra, até porque quero o melhor para o clube. Esperava voltar, disputar títulos, e só depois falar sobre uma saída. Imaginei que haveria uma situação parecida somente em junho de 2005. Na verdade, essa segunda passagem foi muito rápida, foram só nove jogos, mas fico orgulhoso de ter vestido novamente a camisa do Cruzeiro. Sobre o meu relacionamento com o grupo e a comissão técnica, digo que sempre foi ótimo. A minha convivência com o pessoal do clube era a melhor, do cozinheiro ao técnico Marco Aurélio”.
Lembranças do Cruzeiro
“O Cruzeiro representou e sempre irá representar muito para mim. Aqui puder viver momentos muito importantes na vida e na carreira. Guardo um monte de coisas. As conquistas da Copa do Brasil e das duas Sul-Minas, o gol contra o rival, na virada de 2000, pelo Brasileiro. Mais que nada, guardo aquela despedida em 2002, que foi além do sonhado, além do qualquer jogador pode esperar. Isso vai ficar para o resto da vida. Para onde for, levarei uma camisa do Cruzeiro junto”.
Possível volta
“Quando sai em 2002, disse que tinha a intenção era voltar, voltei e cumpri com a palavra. Eu sempre me imagino voltando ao Cruzeiro, para Belo Horizonte. Agora, a verdade é que jogar de novo com a camisa azul não sei se seria mais possível. Seguramente, alguma ligação com o Cruzeiro eu gostaria de ter. Eu sei que vou voltar, mas não sei de que forma. Inclusive, tive uma reunião com o Zezé em Paris e ele me propôs algumas coisas, sonhou algo, mas não posso falar sobre isso ainda”.
Recado para a torcida
“Gostaria de mandar um abraço enorme a todo o pessoal cruzeirense, aos torcedores. Agradeço muito, de coração. Falo que vou ficar sempre perto de vocês e vou que estar sempre voltando para Belo Horizonte. Mando um abração para o povo azul. Tenho um carinho que vai além do que se possa falar, temos uma relação muito especial e que ninguém irá tirar. Esse felling que a gente tem está na pele, não vai mudar nunca”.