Carlos Alberto Parreira reuniu os jogadores da Seleção Brasileira após o jantar de terça-feira, presentes o supervisor Américo Faria, o coordenador Zagallo, o auxiliar Jairo Leal e o preparador físico Moraci Sant’Anna. Uma conversa rápida precedeu a exibição de 20 minutos do jogo em que a Colômbia empatou com o Paraguai em 1 a 1, em Barranquilla.
No auditório, diante do telão, os jogadores acompanhavam atentamente aos lances que eram narrados – e explicitados – pelo treinador, quando o time colombiano executava as suas principais jogadas. Parreira alertou o time sobre o que o adversário tem de mais perigoso, com destaque para seus melhores jogadores. O técnico começou com o meio-campo Grisales.
– Ele se movimenta muito, cai pelos lados de campo, para permitir a entrada dos laterais e é rápido – disse.
A eficiência nas jogadas de tabela do ataque colombiano foi motivo de alerta. Parreira se deteve em vários lances em que isso aconteceu, com a Seleção Colombiana penetrando na área paraguaia com toques rápidos até o chute final na frente do goleiro. Nessa situação, Parreira chamou a atenção para o meia Pacheco.
– Ele passa a bola com precisão para os companheiros concluírem. Esse jogador merece muito cuidado – disse.
O centroavante Juan Pablo Angel, autor do gol da Colômbia na vitória do Brasil por 2 a 1 no primeiro turno, é outro que tem de ser marcado com toda a atenção. Parreira mostrou os muitos lances em que Angel prepara com cabeçadas as bolas para quem vem de trás concluir. Quando não acontece de o próprio Angel, que tem boa impulsão, concluir de cabeça os cruzamentos que vêm do lado do campo – foi assim que ele marcou o gol no Brasil.
– O Angel se coloca muito bem, está sempre do lado contrário da bola para preparar para o chute final – mostrou.
Os jogadores fizeram poucos comentários. Pelo que viam, a seleção colombiana dominando completamente o Paraguai, e jogando bem, pareciam concordar com o treinador sobre a melhora do time adversário com a troca do treinador, agora Reinaldo Rueda.
Terminado o jogo contra o Paraguai, Parreira dispensou a maioria e pediu para que os jogadores do sistema defensivo permanecessem. Queria mostrar lances de gols da Colômbia na goleada de 5 a 0 sobre o Uruguai.
– Vai ser rápido gente. Vocês vão ver como os erros dos uruguaios possibilitaram tantos gols – disse Parreira.
Acionado o vídeo, surgiram gols da Colômbia, três deles em jogadas de passes curtos pelas laterais, com os defensores uruguaios enfiados na sua área, sem sair para a marcação. Parreira pediu a opinião de Cafu, trocou idéias com Roberto Carlos, e terminou dizendo que o exemplo que acabara de mostrar era exatamente o que a defesa brasileira teria de evitar para não ser surpreendida.
O treinador, em seguida, dispensou os jogadores. Magrão ainda se demorou para uma última consulta, sobre como deveria exercer a marcação sobre um determinado atacante colombiano, e se deu por satisfeito com a explicação. Estava terminada a reunião e a Seleção Brasileira preparada para o jogo contra a Colômbia. Agora, resta descansar até o momento do jogo. Antes, às 19h15 desta quarta-feira, Parreira faz a última preleção.