Inter arranca empate em Quito

O Internacional encarou o Deportivo Quito e a altitude da capital equatoriana (cerca de 2850 metros acima do nível do mar) no primeiro desafio longe do Beira-Rio na Libertadores 2010. Foi uma partida difícil, mas não faltou empenho do time do técnico Jorge Fossati, que lutou com muita garra em campo. Além do time da […]
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sambafoot_admin
Publicado em 12/03/2010 às 21h33

O Internacional encarou o Deportivo Quito e a altitude da capital equatoriana (cerca de 2850 metros acima do nível do mar) no primeiro desafio longe do Beira-Rio na Libertadores 2010. Foi uma partida difícil, mas não faltou empenho do time do técnico Jorge Fossati, que lutou com muita garra em campo.

Além do time da casa, o Inter teve outro adversário no Estádio Atahualpa: a péssima arbitragem de José Buitrago, que protagonizou um lance patético no segundo tempo, quando marcou um pênalti totalmente inexistente contra o Inter e depois, orientado pelo árbitro assistente, reconsiderou sua grotesca decisão, anulando o pênalti e dando falta para a equipe colorada.

O Inter teve inteligência, especialmente na etapa inicial, para jogar de forma cadenciada, valorizando a posse de bola, de modo a não ser vítima dos efeitos da altitude. Quando sofreu o gol, aos 33min, não se abateu, tanto que chegou ao empate com Giuliano minutos depois, após uma grande jogada coletiva. No segundo tempo, foi valente ao superar a pressão do Deportivo e os erros seguidos do árbitro, que inverteu inúmeras faltas, prejudicando o time do Beira-Rio.

A equipe teve uma alteração em relação à escalação que esteve em campo na vitória sobre o Emelec na partida de estreia: Bolívar, com dores no joelho, viajou para Quito, mas acabou sendo preservado. Com isso, o jovem zagueiro Juan atuou pela primeira vez em um jogo de Libertadores, formando a zaga ao lado de Índio e Sorondo. Na ala-direita, Bruno Silva ganhou uma chance no lugar de Nei. O restante do time foi o mesmo que havia treinando durante a semana, com Pato Abbondanzieri; Kleber na ala-esquerda; Sandro, Guiñazu e Giuliano no meio-campo; Edu e Alecsandro no ataque.

Começo equilibrado

O confronto começou nervoso no Atahualpa. Os dois times marcavam forte e a disputa pela posse de bola era acirrada. Aos 4min, Bruno Silva foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para trás, na área. O zagueiro equatoriano não conseguiu cortar e Sandro chutou de chapa de pé, por cima. O Inter tentava chegar ao gol nos chutes de longa distância, principalmente com Giuliano, que arriscou diversas vezes de fora da área. O bom posicionamento da zaga colorada dificultava as investidas do Deportivo. O time da casa ameaçou aos 16min. Niell recebeu lançamento e se adiantou à zaga, Pato saiu da área tentando interceptar o lance, mas o atacante do Deportivo conseguiu chutar, porém, fraco. A bola corria lentamente em direção ao gol vazio quando Sorondo apareceu para dar um carrinho, afastando para o lado.

Aos 21min, a primeira trapalhada do colombiano José Buitrago: Alecsandro recebeu lançamento e dominou com o peito, mas o juiz considerou que o atacante tocou com o braço na bola e marcou falta. Ainda aplicou o cartão amarelo. Aos 23min, Giuliano chutou de fora da área e a bola passou perigosamente ao lado da trave esquerda. Ela quicou na frente de Ibarra, quase traíndo o goleiro. O meio-campo colorado apresentava uma boa dinâmica: Giuliano abria pela direita enquanto Guiñazu posicionava-se pelo lado esquerdo. Sandro jogava centralizado como primeiro volante. O toque de bola era cadenciado, mas os atacantes estavam isolados na frente e bem marcados pela defesa do time de Quito.

Superação após o gol

O gol do Deportivo surgiu em uma jogada individual de Arroyo, aos 33min. O meia invadiu a área pela esquerda e chutou cruzado para defesa parcial de Pato. A zaga não conseguiu afastar na pequena área e Minda pegou o rebote para fazer 1 a 0. Aos 37min, Arroyo partiu com a bola dominada pelo meio e chutou forte, com efeito. A bola passou ao lado do gol, com perigo.

O Inter se recompôs rápido após o gol. Não se deixou abater e partiu para o ataque. Aos 39min, Giuliano igualou o placar em sincronizada jogada coletiva. Alecsandro recebeu bom passe de Kleber e soltou uma paulada, que explodiu na trave esquerda. A bola sobrou na área para Edu, que dividiu com o zagueiro e fez o passe para Giuliano. O garoto concluiu com tranquilidade, fora do alcance do goleiro Ibarra, no lado direito. Foi o nono gol de Giuliano com a camisa do Inter.

O time comandado por Fossati manteve-se no ataque, apertando a saída de bola adversária. Era um bom momento do Inter na partida, mas o Deportivo foi salvo pelo apito final do primeiro tempo.

Arbitragem rouba a cena

Tanto Inter como Deportivo voltaram sem alterações para o segundo tempo. Os primeiros minutos foram marcados pelo equilíbrio. Os times se alternavam nas investidas ofensivas, a maioria sem sucesso. Um dos lances mais incríveis protagonizados por um árbitro nos últimos tempos ocorreu aos 7min, quando José Buitrago marcou um pênalti que ninguém no estádio, apenas ele, viu. Após lançamento em direção à área do Inter, Pato Abbondanzieri foi ao encontro da bola sob a cobertura de Sorondo. Quando ele a agarrou, foi deslocado pelo atacante Pirchio, que chegou atrasado no lance.

Para supresa geral, o árbitro correu em direção à marca penal. Todos os jogadores colorados cercaram o colombiano, tentando o convencer da grande burrada que havia feito ao marcar o pênalti. Mas Abbondanzieri teve presença de espírito e foi direto na fonte, na única pessoa que poderia demover o juiz da decisão que havia tomado: o bandeirinha Wilson Berrío, que havia visto o lance de forma privilegiada. Abbondanzieri se valeu da sua experiência em disputas de Libertadores e exigiu que o juiz auxiliar falasse com o árbitro. Pouco depois, o pênalti foi anulado e a falta revertida em favor do Inter, para alívio da maior torcida do Rio Grande.

Superada a cena bizarra da arbitragem, o Inter tentou chegar à virada. Aos 12min, Kleber cobrou boa falta no centro do gol e Ibarra defendeu em dois tempos. Aos 15min, Niell desviou perigosamente de cabeça e a bola passou perto do ângulo direiro. Pato saltou bem no lance. Aos 18min, Borgello e Donoso entraram nos lugares de Pirchio e Arroyo, no Deportivo. No seu primeiro lance, Donoso chutou perigosamente ao lado do gol após bola respingada pelo zagueiro Juan no interior da área. Aos 24min, D’Alessandro entrou no lugar de Edu.

Abbondanzieri garante empate

O panorama da partida não estava favorável ao Inter. O time tinha dificuldade em sair do seu campo de defesa. A todo o momento, o árbitro marcava faltas, por vezes inexistentes, em frente à área colorada. Aos 28min, Pato deixou a bola escapar na área e quase que Minda chegou a tempo para tentar o gol. O goleiro conseguiu corrigir o movimentou e ficou com a bola. Abbondanzieri sentia dores no tornozelo desde um lance ocorrido ainda no primeiro tempo, quando foi deslocado por Pinchio no ar e machucou o tornozelo na queda.

Mesmo descontado, Abbondanzieri foi o grande nome do Inter no jogo. Aos 30min, Borguello chutou cruzado e Pato espalmou para escanteio. Um minuto depois, após cruzamento da esquerda de Donoso, Mina desviou de cabeça e Abbondanzieri se esticou todo para espalmar para escanteio, evitando gol do Deportivo. A pressão equatoriana era imensa. Aos 33min, Saritama soltou a pancada e a bola passou sobre o travessão. Aos 34min, Wilson Mathias entrou no lugar de Giuliano. Fossati tentou dar mais gás ao ataque, colocando Taison no lugar de Alecsandro, aos 40min.

O Inter se fechou bem atrás, mas a arbitragem insistia em achar faltas frontais à área colorada. Já aos 46min, Donoso cobrou uma falta e Abbondanzieri fez outra defesa espetacular, no cantinho direito. No rebote, Borgello chutou prensado com Juan, para escanteio. Foi o último lance da partida. O Inter arrancou um empate precioso no Equador e chegou aos quatro pontos no Grupo 5. É o vice-líder no momento, mas na próxima quinta-feira irá brigar pelo primeiro posto, quando enfrentará o Cerro de Montevidéu, em Rivera. O time uruguaio é o atual líder, com seis pontos.

“O time está de parabéns pela total entrega e disciplina tática. Jogamos equilibrados no primeiro tempo, mas pecamos na qualidade do último passe. O Deportivo teve que forçar nas bolas longas, porque não encontrou espaço para jogar curto. Isso é muito difícil de se fazer aqui na altitude de Quito. Foi um bom resultado”, afirmou o técnico Jorge Fossati.

“Gostei do empenho do time e do resultado. O time da casa veio para cima auxiliado pela arbitragem que, na minha avalição, errou demais durante todo o jogo. Tivemos que superar muita coisa em campo”, disse o presidente Vitorio Piffero.

“Apesar do sofrimento, gostei muito do resultado. Há muito tempo não via um juiz tão ruim. O estádio não entendeu a marcação deste pênalti. Ele marcou outras faltas inexistentes e deixou de dar em nosso favor. Foi uma atuação patética do árbitro. O resultado acabou sendo um empate com gosto de vitória por tudo que tivemos que enfrentar dentro da partida. Libertadores é assim mesmo, não tem jogo fácil”, analisou o vice-presidente de futebol Fernando Carvalho.

“Foi um jogo complicado, com um lance lamentável da arbitragem. Mas empate sempre é um bom resultado na Libertadores. Agora vamos em busca dos três pontos nos próximos jogos”, disse o vice presidente de Serviços Especializados e assessor de futebol Roberto Siegmann.

Deportivo Quito (1): Ibarra; Checa, Hurtado e Mina; Aguirre, Minda, Castro, Saritama e Arroyo (Donoso); Niell e Pirchio (Borgello). Técnico: Ruben Dario Insúa.

Internacional (1): Pato Abbondanzieri; Índio, Sorondo e Juan; Bruno Silva, Sandro, Guiñazu, Giuliano (Wilson Mathias) e Kleber; Edu (D’Alessandro) e Alecsandro (Taison). Técnico: Jorge Fossati.

Gols: Minda (D), aos 33min do primeiro tempo, Giuliano (I), aos 39min do primeiro tempo.

Cartões amarelos: Alecsandro, Juan, Abbondanzieri, D’Alessandro (I); Aguirre, Mina, Hurtado, Niell (D).

Arbitragem: José Buitrago, auxiliado por Wilson Berrío e Javier Camargo (trio colombiano).

Local: Estádio Atahualpa, em Quito (Equador).

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