Apesar de declarar publicamente que não liga para o número da camisa, o atacante Robert mandou um aviso para os torcedores: pode ser o ‘9’ que o Palmeiras tanto procura. De fala mansa, o jogador disse confiar no seu excelente histórico de gols nos clubes por onde passou e também pelo Verdão: desde que chegou ao Palestra Itália, Robert fez apenas 4 dos 13 jogos disputados como titular e já marcou 6 gols.
“Eu não ligo em ser o número 9, o 20 ou o 100. Meu pensamento está sempre para o que acontece dentro de campo e em fazer gols. Para ser ídolo, não importa o número da camisa. Tem que representar em campo balançando as redes e fazendo bons jogos”, disse o jogador, no início desta semana, na Academia de Futebol.
Robert deixou claro que não teme a concorrência no ataque. “Se vier alguém para o ataque, não tem problema. Mas também se não vier, estou preparado. Quero que esse seja o meu ano e tenho condições de assumir essa responsabilidade. Em 2009, tive poucas chances porque o Palmeiras tinha atacantes que vinham marcando gols, casos do Obina e do Vagner Love. Agora, posso ter mais oportunidades e estou preparado para corresponder. Não me falta confiança e personalidade para isso.”
Tamanha sinceridade nas palavras tem a ver com o excelente retrospecto de gols nos clubes por onde passou. Aos 28 anos, Robert fez sucesso ainda garoto no Botafogo de Ribeirão Preto, vice-campeão Paulista em 2001. No mesmo ano, o atacante foi convocado para a seleção brasileira sub-20 e disputou o Mundial da categoria na Argentina. Ele foi o artilheiro do Brasil na disputa, com 6 gols.
“Sou um jogador que procuro me posicionar bem dentro da área. Acho que um dos segredos é o dia-a-dia dos treinos. Sempre dei importância muito grande no trabalho que eu desenvolvo durante a semana, pois quando o jogo começa, as chances sempre vão aparecer. É preciso estar concentrado”, comentou.
Depois de se destacar no Botafogo-RP e na seleção brasileira sub-20, Robert ganhou projeção internacional. Desde 2002, passou por Servette-SUI, Spartak Moscou-RUS, Kawasaki Frontale-JAP, Atlas Guadalajara-MEX, PSV Eindhoven-HOL, Bétis-ESP, AlIttihad-ARA, Monterrey-MEX, Tecos de Guadalajara e América-MEX.
“Por onde eu passei, fiz muitos gols. Em especial no Bétis e no futebol mexicano”, relembrou. No México, o atacante teve uma passagem de destaque. Em 2004, foi considerado o principal goleador do país, quando marcou 32 gols em 48 jogos. Alguns anos depois, na temporada 2006/07, marcou 22 gols pelo Bétis, da Espanha, e também foi apontado como uma das revelações da disputa.
De volta ao futebol brasileiro para jogar no Palmeiras, Robert agradeceu a chance de renovar seu vínculo com o clube por mais uma temporada.
“Já no final do ano passado, o técnico Muricy e a diretoria haviam demonstrado interesse em permanecer comigo. Fiquei extremamente feliz. Quando voltei para o Brasil, queria voltar para um clube vitorioso e construir história. Não queria sair agora. Sei que esse grupo tem potencial para colocar o nome do Palmeiras novamente no topo do futebol nacional.”
Sobre o futuro, o camisa 20 palmeirense afirmou depositar confiança no atual elenco, admitiu que vai brigar pela artilharia dos campeonatos que a equipe disputar e pediu um voto de confiança dos torcedores.
“Temos potencial. Fizemos grandes jogos em 2009 e ficamos 19 rodadas na liderança. Esse grupo tem consciência que pode chegar longe. Se eu continuar tendo essas oportunidades, é certo que vou lutar pela artilharia. Atacante vive disso e eu vou procurar fazer a minha parte. A torcida sabe disso e peço que confie em mim e no grupo”, explicou o atacante, autor de um dos gols na vitória de 5×1 sobre o Mogi Mirim, pela estreia do Paulistão.
