Wagner Tardelli esclarece projeto inovador do Atlético

Contratado para integrar a comissão técnica do Atlético na função de instrutor de arbitragem, Wagner Tardelli irá desempenhar um trabalho pioneiro no Brasil, envolvendo tanto a equipe profissional como todas as categorias de base do clube. Segundo ele, a proposta é levar aos atletas o conhecimento das regras do futebol para que eles possam, de […]
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sambafoot_admin
Publicado em 07/01/2010 às 20h36

Contratado para integrar a comissão técnica do Atlético na função de instrutor de arbitragem, Wagner Tardelli irá desempenhar um trabalho pioneiro no Brasil, envolvendo tanto a equipe profissional como todas as categorias de base do clube. Segundo ele, a proposta é levar aos atletas o conhecimento das regras do futebol para que eles possam, de posse dessas informações, melhorar o seu rendimento.

“Venho trabalhando nesse projeto há três anos e tive a oportunidade, agora, em uma proposta inovadora no Brasil, onde o Atlético está dando o pontapé inicial na formação de seus atletas, isso nas categorias de base, e na formação ou melhora dos profissionais. A ideia é ensinar as regras do futebol para que o atleta, junto com o seu potencial técnico, possa conciliar o conhecimento da regra com a prática do futebol. Conhecendo a regra, o atleta vai usá-la em benefício do clube. Hoje, o que se vê é o jogador utilizando a regra contra o clube, contra a imagem dele, contra a imagem do treinador e da própria instituição. Então, o projeto é esse: ensinar a regra para que, sabendo a regra, sabendo usá-la, o atleta consiga melhorar ainda mais o seu desempenho”, explica Wagner Tardelli.

“Não vou ficar aqui recebendo árbitros, avaliando a arbitragem ou vetando árbitros. Se fosse para isso, eu seria observador da CBF, instrutor, porque poderia estar sendo hoje, ou até mesmo comentarista de arbitragem porque sou preparado para isso, tanto no campo como no jornalismo esportivo que tenho. Então, escolhi esse projeto porque é inovador, é um desafio interessante, e é uma coisa didática porque o árbitro vai ser sempre um educador. Procurei, dentro da experiência que tenho, inserir isso dentro do meio onde convivi 23 anos e formando atletas conhecedores da regra. Tenho certeza que é apenas o pontapé inicial que o Atlético está dando em benefício do futebol brasileiro”, acrescenta o instrutor.

Confira os demais pontos do projeto:

Importância – “Embora o Atlético tenha chegado em tempo, chegamos todos atrasados porque não é possível formar um advogado ou um engenheiro e não ensinar as regras da profissão. A técnica e o conhecimento da regra precisam caminhar juntos. Entendo e via isso, quando atuava, que o futebol estava na contramão nesse aspecto. Você colocava o atleta para jogar sem ele saber a regra do jogo, o que não se faz no basquete, no vôlei ou no futsal. Então, o diferencial vai ser esse, o jogador do Atlético, hoje, com o projeto continuando, seguindo, vai se formar também como conhecedor da regra. O Atlético sendo pioneiro nesse projeto e a repercussão foi de norte a sul. O clube está desenvolvendo a ideia de um projeto inovador e amplo, de nível nacional”.

Programação – “Ainda nesta semana, vamos liberar a rotina dos próximos seis meses. Em cada competição, o atleta do mirim, infantil, juvenil, junior e profissional vai saber que, em determinado dia, hora e local, depois do treinamento, terá uma aula de determinada regra. Então, o ano inteiro, as atividades serão montadas não só para treinamentos e jogos, mas para o aprendizado da regra”.

Metodologia – “Já temos todas as palestras prontas. Todo árbitro tem que ter sempre o seu perfil, a sua palestra, suas informações vindas da CBF, no meu caso da CBF e da Federação Estadual de Santa Catarina, que defendi na Fifa. Então, além de todo esse material didático, faremos o acompanhamento nos jogos, com um programa desenvolvido para avaliar o atleta em, aproximadamente, 20 itens, com percentual de 0 a 100, onde ele pontua para mais ou para menos. Cruzando as informações a cada três rodadas, vamos ter um gráfico de subida ou descida em cada item e aí veremos se o jogador caiu muito naquele item especifico para trabalhar em cima disso. Os números vão dizer onde precisamos trabalhar o jogador. Os atletas terão prazos para dominar determinadas regras e serão cobrados em cima disso. Eles irão receber um guia de regras para que isso passe a fazer parte da rotina deles”.

Fair Play – “Dentro dessa avaliação de 0 a 100 pontos, a gente estipulou, ate por ideia do professor Vanderlei Luxemburgo, o prêmio fair play. Na verdade, quando você ensina a regra e coloca o jogador com espírito profissional dentro de campo, mesmo que ele esteja ainda no momento amador, você desenvolve o fair play. Nada mais é do que a Fifa determina e gostaria que fosse feito no mundo inteiro, que é o jogo limpo. E, com o jogo limpo, você confraterniza, une gerações e une nações. Assim, participando bem, usando a regra em benefício do clube, usando o jogo limpo, eles vão pontuar. Ao final do ano, aquele que o programa indicar que foi o que melhor desempenhou a sua função e realmente vestiu a camisa do fair play, vai ter a premiação, que será estipulada pelo Vanderlei Luxemburgo. Acontecendo assim, você tem um campeonato bem disputado, mais limpo, mais fácil para o torcedor acompanhar e que, com certeza, vai agradar muito mais”.

Benefícios – Se nós tivéssemos aqui todos os clubes ou quase todos com um profissional qualificado para ensinar as regras, moldar aquele jogador para o procedimento correto em campo, claro que a qualidade da arbitragem e do espetáculo em si iria melhorar e muito. A melhora é no conjunto porque, quando um jogador é disciplinado, a arbitragem fica tranquila. Quando ele não é, é olhado diferente, é natural porque é uma preocupação a mais. Praticando o fair play, você evita lesões e cartões desnecessários”.

Posicionamento – “Vamos trabalhar, por exemplo, a questão do posicionamento dos atacantes, que é um trabalho direcionado no campo. Também vamos colocá-los na posição dos assistentes para que eles vejam a dificuldade que é. Então, o atacante vai ter que trabalhar para ajudar o assistente a errar menos. Ele vai ver a dificuldade que o assistente tem e, depois, vai se lembrar de ajudá-lo”.

Categorias de Base – “O conhecimento das regras só vai valorizar os atletas. A partir desse projeto, que eu espero que seja extenso e duradouro, o Atlético vai ter o orgulho de formar o jogador na categoria de base como um conhecedor das regras do futebol”.

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