O ex-jogador Zé Carlos, um dos maiores ídolos de todos os tempos do Cruzeiro, e que defendeu o time celeste por 12 anos, entre 1965 e 1977, acompanhou toda a V Cruzeiro Youth Cup. Atualmente, Zé Carlos é funcionário do Departamento Internacional do Clube e um dos organizadores da competição.
O ídolo da china azul destaca que, vendo os jogos dos times sub-15, recorda da época em que estava começando no futebol.
“A gente fica com saudade, mas se passaram muitos anos, eu parei em 1983 e hoje tenho 64 anos. A gente gosta porque estamos no futebol. Eu, por exemplo, me tornei profissional aos 16 anos, no Sport Clube Juiz de Fora, minha terra natal. Depois vim para o Cruzeiro em 1965”, recordou.
Sobre a V Cruzeiro Youth Cup, Zé Carlos acredita que a competição é muito importante para o desenvolvimento atlético dos garotos.
“Vendo essa garotada correndo a gente sabe que o Cruzeiro está no caminho certo. O time tem procurado revelar jogadores e tem revelado. Este torneio cria uma forma de disputa que possibilita o Cruzeiro avaliar o potencial seu grupo e de outros times do Brasil”, ressaltou.
Zé Carlos está todos os dias na Toca da Raposa I e assistiu a todos os jogos da V Cruzeiro Youth Cup. O ex-jogador disse que gostou do nível técnico da competição.
“Tivemos bons jogos. Todos se enfrentam durante a semana e eu vi, no mínimo, quatro jogos com o nível técnico muito bom”, disse.
Zé Carlos é o jogador que mais vestiu a camisa estrelada do Cruzeiro com 631 partidas e marcou 87 gols. Além disto, participou de duas grandes gerações do Clube. O ex-volante foi campeão em duas grandes conquistas da Raposa: a Taça Brasil de 1966 e a Copa Santander Libertadores de 1976.
“Eu levo a alegria de ter participado destes dois momentos importantes do Clube. Foram duas gerações de grandes jogadores e que deram grandes conquistas para o Cruzeiro. Neste período todo foram dez Mineiros, a Taça Brasil de 1966 e a Libertadores de 1976”, salientou.
Seleção Brasileira
Zé Carlos esteve muito próximo de disputar a Copa de 1970 com a Seleção Brasileira que foi tricampeã no México. Ele esteve no grupo dos treinadores João Saldanha e Zagallo juntamente com outros três jogadores do Cruzeiro: o volante Piazza, o meia Dirceu Lopes e o atacante Tostão.
O ex-volante lembrou de uma passagem interessante, em março de 1970, quando o Brasil de João Saldanha se preparava para enfrentar o Chile, em um amistoso. Zé Carlos disse que o treinador sabia que iria cair e começou a dizer que Pelé era míope e não era apto para jogar futebol.
Zé Carlos se imaginou entrando no Morumbi, local da partida, cheio e com a camisa 10 da Seleção Brasileira. No entanto, poucos dias antes do jogo João Saldanha foi demitido e no seu lugar entrou Zagallo, que escalou Pelé. A partida terminou 5 x 0 para o Brasil com dois gols do Rei.
“Como era um jogador de personalidade, fiquei pensando como seria substituir o Pelé, em um estádio cheio e com a torcida toda querendo ver um dos maiores jogadores de todos os tempos. Mas eu iria jogar normalmente, pois sabia que, se estava na Seleção, tinha méritos por estar lá”, observou.
Confira a ficha de Zé Carlos
Nome completo: José Carlos Bernardo
Data de nascimento: 28/04/1945
Carreira como jogador: Sport-JF (1964); Cruzeiro (1965 a 1977); Guarani-SP (1978); Botafogo (1980); Bahia; Maringá; Blumenau; Uberaba; Villa Nova (1983).
Títulos como jogador: Copa Libertadores 1976; Taça Brasil 1966; Campeonato Mineiro 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975, 1977; Taça Minas Gerais 1973; Torneio Início 1966 (Cruzeiro); Campeonato Brasileiro 1978, pelo Guarani.
Carreira como técnico: Guarani (1984); Mogi-Mirim; Avaí; Criciúma (1986/87); Cruzeiro (1988); Botafogo; Pinheiros; Atlético de Maringá; Flamengo-VG (1989); Blumenau; El Riad (Arábia Saudita); Valério; Tupi (1991)
Títulos como técnico: Campeonato Catarinense 1986 pelo Avaí; Campeonato Árabe 1991, pelo El Riad
