A atitude de Kaká chutando a bola para a arquibancada, após o lance do jogo em que a trave evitou o gol com seu chute colocado, definiu bem o sentimento de todos os jogadores da Seleção Brasileira:
– Foi um pecado aquela bola não entrar. A gente queria muito dar de presente essa vitória ao torcedor de Campo Grande.
Ao final do jogo contra a Venezuela, mesmo com o empate, os jogadores agradeceram o apoio aplaudindo o comportamento das pessoas.
Desde sábado, quando Kaká, Gilberto Silva e Luís Fabiano, que se anteciparam à delegação, chegaram a Campo Grande, o torcedor não parou de incentivar a Seleção Brasileira.
Reunidos na porta do hotel, sob sol forte na maioria dos dias ou da forte chuva que caiu durante quase toda a segunda-feira, os torcedores não se afastavam da frente do hotel. Da manhã ao final da noite, ficavam pacientemente à espera de um contato ou de um aceno dos jogadores que usavam o elevador panorâmico para se dirigir ao refeitório do Bahamas Hotel.
A demonstração de idolatria, a que os jogadores já estão acostumados pelos lugares pelos quais passam, dessa vez em Campo Grande deixou todos muito impressionados. Adolescentes chorando, jovens gritando os nomes dos craques, casais com filhos de colo, pessoas que vieram de cidades de vários estados do país, tudo isso formou um cenário de cerco carinhoso à Seleção que sensibilizou os jogadores e integrantes da comissão técnica.
A identidade do povo com a sua Seleção ficou claramente comprovada na estada do grupo em Campo Grande. Mesmo com a maioria dos jogadores atuando fora do país, a força da camisa pentacampeã do mundo ficou mais uma vez evidenciada.