Após participar do treino tático, o atacante Kléber foi chamado a falar no final da manhã desta segunda-feira a respeito de evento do qual participou no fim-de-semana, em São Paulo. O jogador reconheceu que se encontrou no sábado com amigos em torneio de futebol organizado por uma torcida organizada do Palmeiras, time que defendeu em 2008.
O jogador assinalou que estava de folga, assim como o elenco, e não vê como o episódio possa interferir na partida da próxima quarta-feira, às 21h 50, entre Cruzeiro e Palmeiras, no Mineirão.
“Umas três semanas atrás o pessoal da torcida do Palmeiras tinha me ligado e me falaram que ia começar um campeonato interno entre eles e pediram que eu fosse lá dar uma incentivada e prestigiar. Eu fui, sem problema nenhum. Tenho amigos lá. Passei por lá, fiquei umas duas horas e meia com eles e depois fui para minha casa. Foi isso que aconteceu. Não vejo problema nenhum, porque tenho amigos lá”, relatou.
Kléber está em recuperação de uma pubalgia que o tirou de ação nos últimos cinco jogos do Cruzeiro. Treinou com bola no sábado, na segunda-feira e deve reforçar o Cruzeiro na quarta-feira. O Gladiador não negou que vestiu uniforme e chegou a participar de uma partida do torneio no sábado em São Paulo, mas sem fazer esforço maior.
“Pediram para eu brincar um pouco, mas não foi nada sério, eu nem corri. Foi mais um negócio para estar presente mesmo, prestigiar o campeonato deles. Não teve esforço nenhum, todos sabiam e eu já tinha falado que ia para incentivar, não ia me esforçar”, disse.
Homem que convive no futebol desde a adolescência, Kléber acha inevitável que tenha amizade com torcedores ou atletas de outros clubes. E citou como exemplo muito próximo a ida à festa aniversário do atacante Ronaldo, no domingo, em São Paulo.
“Também teve uma festa do Corinthians que eu estive presente. Não vejo problema nenhum ter amigos em outros clubes, em outras entidades de outros times. Não vai mudar em nada minha relação com o Cruzeiro”, comentou.
Kléber julga como positiva a relação que tem com o Palmeiras e entende que a rivalidade não deve ultrapassar os limites do bom-senso. E citou que compareceria a eventos em torcidas organizadas do Cruzeiro se fosse chamado.
“Eu tive uma passagem legal lá e as pessoas gostam de mim. Minha intenção foi ir lá sem problema nenhum. Se o torcedor vê pelo lado da violência, já é outro assunto. Eu iria na Máfia Azul com o maior prazer e sem o menor problema. Eu não vejo tanta rivalidade entre Cruzeiro e Palmeiras. Para mim, a maior rivalidade é Cruzeiro e Atlético-MG, Palmeiras e Corinthians. E ontem (domingo) eu fui a uma festa do Corinthians. Se o palmeirense for entender dessa maneira também, não entro mais no Palmeiras”, observou.
Em que pese a grande rivalidade, Kléber cultiva amizades no Atlético-MG. “Não vou deixar de ter amigos, tenho amigos no Atlético-MG também. Daqui a duas semanas a gente tem rodada contra o Atlético-MG e eu não vou deixar de jantar com o Corrêa, o Renan, a gente sempre sai. Para mim não muda nada. Tenho que ser cobrado pelo que faço dentro de campo, se eu corro, se me dedico. Isso nunca faltou aqui no Cruzeiro”, afirmou.
Depois de expor suas razões, Kléber se dirigiu especificamente ao cruzeirense que tenha se desapontado com o ocorrido. O Gladiador se desculpou, sem esquecer de citar uma mágoa com alguns torcedores que compareceram à Toca da Raposa II semanas atrás.
“Primeiro, se alguém se sentiu incomodado ou ofendido com isso, desculpa, não foi minha intenção. Em segundo lugar, eu também não gostei quando veio torcedor falar aqui que eu tinha falado que queria jogar no Palmeiras, o que não foi verdade. Foi relatado pela imprensa, veio torcedor aqui na Toca e falaram um monte para mim, me ofenderam até com palavras. Também não gostei. Muitas coisas que saem na imprensa não são verdade, outras são. Quando é verdade, eu venho aqui e falo”, ponderou.
O Gladiador reiterou o sentimento que nutre pela camisa celeste. “Eu respeito muito o Cruzeiro. Já disse que as duas equipes que eu jogaria no Brasil se um dia eu sair seriam Palmeiras e Cruzeiro. O mesmo sentimento que tenho pelo Palmeiras, tenho pelo Cruzeiro, podem ter certeza. O meu relacionamento com o torcedor sempre foi muito bom. O incidente não fez mudar nada o que eu sinto pelo torcedor e o Clube. É isso”, relatou.
Kléber não teme ficar marcado pelo episódio e lembrou que não é jogador de recusar desafios ou sucumbir a qualquer tipo de pressão. O torcedor verá em campo o mesmo Gladiador de sempre.
“A pressão tem que existir para todo jogador que veste a camisa do Cruzeiro, um Clube grande, que tem uma história maravilhosa. Lógico que tem um ou outro jogador de que se espera mais e isso é normal. Eu estou sempre preparado, nunca fugi, nunca me escondi, sempre vesti a camisa do Cruzeiro e honrei com orgulho”, destacou.
Por fim, Kléber confidenciou uma brincadeira que fez com os amigos palmeirenses no sábado. O Gladiador está com muita gana de derrotar o ex-clube no Mineirão. “Não teve aposta, só falei que vou fazer dois gols e vamos ganhar o jogo. Disse que não adianta pedir para tirar o pé que a gente precisa ganhar e vai ganhar”, contou.