Guerreiro da Vila, Léo completa 300 batalhas

Recuperado de uma lesão muscular que o afastou dos gramados por cerca de 10 dias, Léo aguarda apenas a confirmação de sua escalação para enfrentar o Internacional nesta quarta-feira (26), na Vila Belmiro, para atingir uma marca histórica: exatos 300 jogos com a camisa do Santos Futebol Clube. Apelidado pela torcida de Guerreiro da Vila […]
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Publicado em 26/08/2009 às 22h20

Recuperado de uma lesão muscular que o afastou dos gramados por cerca de 10 dias, Léo aguarda apenas a confirmação de sua escalação para enfrentar o Internacional nesta quarta-feira (26), na Vila Belmiro, para atingir uma marca histórica: exatos 300 jogos com a camisa do Santos Futebol Clube.

Apelidado pela torcida de Guerreiro da Vila em virtude da aplicação com que sempre participa de cada jogada, o lateral não esconde a alegria e o orgulho de entrar para o seleto grupo dos atletas que alcançaram o expressivo número. “Hoje em dia, é cada vez mais difícil um jogador completar 300 jogos por um clube. Todo mundo sabe do carinho e da identificação que tenho com o Santos e, por isso, estou muito feliz de chegar a essa marca. E, é claro, espero comemorar com uma vitória sobre o Inter, o que seria muito importante para o time em sua luta para chegar aos primeiros lugares do Campeonato Brasileiro”, declarou o camisa 3, que do atual elenco só é superado pelo goleiro Fábio Costa, com 340 partidas.

Trajetória

Atualmente com 34 anos de idade, Leonardo Lourenço Bastos é natural de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira no Americano, tradicional clube de sua cidade natal, em 1996, transferindo-se no ano seguinte para o União São João de Araras.

Após uma brilhante participação no Campeonato Paulista de 2000, Léo foi contratado pelo Santos FC. Em pouco tempo, tornou-se ídolo da torcida e teve participação decisiva na conquista do bicampeonato brasileiro em 2002 e 2004, além do vice da Libertadores, em 2003. Faturou ainda, em três oportunidades (2001, 2003 e 2004), a Bola de Prata da Revista Placar como melhor lateral-esquerdo do Brasileirão.

Em julho de 2005, logo após sagrar-se campeão da Copa das Confederações, na Alemanha, pela Seleção Brasileira, foi contratado pelo Benfica. Assim como aconteceu no Santos, o lateral também conquistou o carinho e o respeito da maior torcida de Portugal, sendo eleito por duas vezes, em 2006 e 2007, o melhor jogador de sua posição no campeonato nacional daquele país.

No início de 2009, pouco depois de completar 100 jogos com a camisa 5 dos encarnados, Léo anunciou sua volta ao Peixe, mesmo recebendo propostas de diversos grandes clubes da Europa. O lateral assinou contrato por duas temporadas e, para facilitar a negociação, abriu mão de receber qualquer valor a título de luvas.

Batalhas mais marcantes

Com 299 jogos e 21 gols marcados pelo Santos FC, Léo recorda os momentos mais marcantes de sua trajetória pelo Alvinegro Praiano.

– A estreia na Vila

Santos FC 2 x 3 Palmeiras

27/08/2000 – 1ª fase do Campeonato Brasileiro – Vila Belmiro. “Cheguei ao clube e em poucos dias fui lançado pelo técnico Giba. Mesmo sentindo a responsabilidade de estrear na Vila Belmiro e em um clássico, não me intimidei. Fizemos um jogo equilibrado, mas o Palmeiras acabou ganhando”.

– A decepção no último minuto

Santos FC 1 x 2 Corinthians

13/05/2001 – Semifinal do Campeonato Paulista – Morumbi. “O Santos estava completando 17 anos sem um título de expressão e a pressão da torcida aumentava cada vez mais. Um empate bastava para chegarmos à final, mas aquele gol do Ricardinho aos 48 minutos do segundo tempo foi como um golpe de faca no peito. Não consegui me conter e saí de campo chorando”.

– Uma alegria do tamanho do Morumbi

Corinthians 2 x 3 Santos FC

15/12/2002 – Final do Campeonato Brasileiro – Morumbi. “O troco do ano anterior, com juros e correção monetária. Ganhamos do maior rival, na casa deles e eu ainda fiz o gol da vitória no finalzinho. A festa começou no Morumbi e seguiu até a Vila Belmiro, passando pela Praça da Independência lotada. Inesquecível”.

– A batalha de Medellín

Independiente 2 x 3 Santos FC

18/06/2003 – Semifinal da Copa Libertadores – Medellín – Colômbia. “Pressão enorme, um verdadeiro clima de guerra. Chegamos ao estádio, que já estava lotado umas cinco horas antes de a partida começar, escoltados pela cavalaria. Jogamos maravilhosamente bem e vencemos por 3 a 2, com um gol meu no final. Os colombianos reconheceram e nos aplaudiram quando o jogo acabou”.

– O pênalti decisivo

Santos FC 2 x 0 LDU (5 x 3 nos pênaltis)

11/05/2004 – Oitavas-de-final da Copa Libertadores – Vila Belmiro. “Perdemos por 4 a 2 em Quito e, como o gol fora não era critério de desempate, a vitória por 2 a 0 no tempo normal levou a decisão para os pênaltis. O Vanderlei Luxemburgo, que estava estreando naquele dia, me incumbiu de fazer a última cobrança. Fui lá, fiz o gol e a Vila Belmiro fez uma grande festa”.

– O bi que pouca gente acreditava

Santos FC 2 x 0 Vasco

19/12/2004 – Última rodada do Campeonato Brasileiro – Rio Preto. “O Atlético Paranaense disparou no início do segundo turno e achou que o título já estava ganho. Nas últimas oito rodadas, ganhamos seis jogos e empatamos dois e levantamos a taça de novo. Pena que a festa não foi na Vila, que estava interditada”.

O “até breve”

Santos FC 0 x 0 Juventude

03/07/2005 – Campeonato Brasileiro – Vila Belmiro. “Disputei a Copa das Confederações na Alemanha pela Seleção e o Benfica me fez uma proposta irrecusável. Estava com 30 anos e era minha última oportunidade de jogar no exterior. Fui com o coração partido, mas sabia que um dia estaria de volta”.

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