De imperador de Milão a praticamente ex-jogador: assim se resume a carreira de Adriano Leite Ribeiro. Constantemente envolvido em polêmicas, o atacante declarou, em entrevista recente, ter perdido a vontade de jogar futebol. Prefere ficar no Rio de Janeiro, curtindo a família. Isso depois de ter sumido sem deixar vestígios e dar satisfações a ninguém, tanto da seleção brasileira, como do seu atual clube, a Internazionale (ITA). Até sua morte chegou a ser cogitada pelos setores mais sensacionalistas da imprensa.
Quem se recorda do garoto que estreou no Flamengo, aos 18 anos, destacando-se pelo vigor físico e pela poderosa perna esquerda, não consegue acreditar que ele chegou a esse ponto. O torcedor brasileiro sente saudades daquele Adriano cheio de vontade, exalando técnica e marcando golaços com a amarelinha (em especial contra a nossa arquirrival Argentina, no último segundo!).
É complicadíssimo julgar as atitudes alheias com imparcialidade completa. A maioria não considera o fator psicológico que envolve essa teia de confusões em que o craque brasileiro se meteu. Entretanto, nada justifica as declarações de seu agente, Gilmar Rinaldi, dizendo que “é difícil ser o Adriano”. Oxalá todos os brasileiros tivessem uma vida tão complicada assim. Vida de imperador Calígula.