Felipe Melo: personalidade e grande futebol na estréia pela Seleção Brasileira

Em campo, em seu primeiro jogo com a camisa amarela, passada e emoção inicial, Felipe Melo mostrou aos 26 anos um futebol de veterano, tamanha a personalidade com que se impôs diante dos italianos. Depois do Hino Nacional Brasileiro, em um trailer do sonho que teve a vida inteira, diz que chegou a deixar escapar […]
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sambafoot_admin
Publicado em 11/02/2009 às 22h51

Em campo, em seu primeiro jogo com a camisa amarela, passada e emoção inicial, Felipe Melo mostrou aos 26 anos um futebol de veterano, tamanha a personalidade com que se impôs diante dos italianos. Depois do Hino Nacional Brasileiro, em um trailer do sonho que teve a vida inteira, diz que chegou a deixar escapar uma lágrima nos primeiros minutos, no primeiro toque na bola.

Depois passou, como sempre aconteceu em sua carreira, desde a estréia pelo Flamengo, ainda com idade de juvenil, em um jogo no time de cima contra o Internacional – ele sempre se impõe, quando preciso, e depois que aprendeu a superar os problemas que tanto o atrapalharam no início da carreira.

Felipe Melo começou a jogar futebol aos 10 anos, no Flamengo, depois de se destacar em uma escolinha em Volta Redonda, onde nasceu. Muito novo foi lançado no time de cima, ganhou elogios fáceis, deixou-se levar. Com o casamento, vieram os filhos e a maturidade.

– Nasci em uma família cristã, somos evangélicos, mas andei perdido durante alguns anos, fazendo coisas erradas. Mas acredito que sempre existe uma coisa boa reservada para a gente, e foi isso o que aconteceu comigo. Hoje, tenho uma base, que é a minha família.

A mulher, Roberta, é descrita como uma pessoa especial. Os filhos, uma paixão que o impulsionam na vida: Linyker (cinco anos), Davi (três) e Pietra (dois meses). A coisa boa, em consequência, foi a Seleção Brasileira, que veio no melhor da sua forma. Ele é ídolo na Fiorentina, dos poucos que tem uma música da torcida o exaltando.

– Não tenho vaidade nenhuma em dizer isso. Mas sou ídolo mesmo em Florença, não consigo nem andar direito nas ruas. É bom ser querido e reconhecido na profissão, mas não me iludo, sei que um dia isso tudo vai passar. Tenho os pés no chão.

A emoção de Felipe Melo no início do jogo contra a Itália tem uma razão de ser. Foi resultado de uma conversa com a mãe, dona Silvana. Felipe contou-lhe, pelo telefone, que Dunga o tinha escalado para jogar contra a Itália.

– Ela chorou muito, convulsivamente, a ponto de me deixar preocupado. Pus até o telefone no viva-voz para o Daniel Alves escutar, e ele ficou impressionado.

Tudo que Felipe Melo poderia fazer para dona Silvana era jogar bem, como o fez. Cumprida a missão, recebidos os cumprimentos e os elogios dos companheiros e do técnico Dunga, chegara a hora de aproveitar o momento, relaxar.

Ao entrar no ônibus da Seleção Brasileira, terminado o jogo, ele deixou de ser o jogador que parecia um veterano – Felipe Melo passou a ser um “menino” querendo repartir a sua alegria. A primeira pessoa com quem falou foi a mãe.

– Ele estava muito feliz. Disse que, durante o jogo, só deixou meu irmão em frente à TV, de tão nervosa, não quis assistir com mais ninguém.

Felipe queria saber detalhes. Perguntou se fora elogiado na transmissão, qual fora a repercussão da sua atuação. Depois falou como irmão Nicolas, que joga nos juniores do Volta Redonda, para quem reservou palavras de carinho e incentivo.

A terceira pessoa para quem telefonou foi o pai, José Coelho, que está em Londres e assistiu ao jogo contra a Itália. Felipe Melo combinou um encontro com o pai, no hotel. Tinham muito que comemorar.

– O meu sonho era também o do meu pai, da minha família. Conseguimos, mas agora me cabe voltar a ser convocado.

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