No duelo das seleções campeãs do mundo, nesta terça-feira, em Londres, prevaleceu a maior categoria do Brasil pentacampeão do mundo sobre a Itália quatro vezes vencedora. Elano e Robinho marcaram na inquestionável vitória da Seleção Brasileira, que teve uma atuação em que a aplicação tática e o talento se fizeram presentes para deixar o público que lotou o Emirates Stadium agradecido com a exibição que acabara de assistir – na saída de campo, os jogadores brasileiros foram intensamente aplaudidos.
A vitória do Brasil começou a ser construída na preleção do técnico Dunga e do assistente Jorginho no Hotel Hilton Park Lane. Dunga pediu ao time que jogasse com a disciplina tática que muitos teimam em não atribuir ao jogador brasileiro, a mesma disciplina que caracteriza, por exemplo, a seleção italiana.
Feito isso, Dunga lembrou, se o Brasil fosse eficiente na marcação e aplicado taticamente, a técnica e o talento surgiriam em natural consequência para fazer a diferença.
Foi exatamente o que aconteceu, e pôde ser visto com clareza nos lances dos dois gols.
O primeiro, o de Elano, foi resultado de uma jogada de troca de passes precisos, de primeira e envolvente, que terminou com a conclusão certeira do meio-campo do Manchester City.
O segundo, o de Robinho, foi obra de puro talento, mas que começou com a raça de Lucio conduzindo a bola desde a defesa, em velocidade, e passou pela insistência de Robinho em retomar a bola. Roubou-a de Pirlo, que tentou sair jogando, como pede e quer Dunga, e depois partiu para o desfecho de craque, marcando um golaço .
Já no vestiário do Emirates Stadium, os jogadores mostraram que estavam determinados em conseguir uma vitória com grande exibição. Na tradicional corrente que é formada, no momento da oração, eles vibraram muito, com gritos mútuos de incentivo, em um ambiente de companheirismo e união.
Terminada a partida, a atitude de Julio Cesar deu bem a dimensão da felicidade pela vitória e pelo que o time tinha feito em campo. O goleiro entrou no vestiário pulando, as gritos, extravasando toda euforia que vivia.
Ao ver a reação de Julio Cesar, o supervisor Americo Faria comentou.
– Ele está me lembrando muito um jogador, que fazia o mesmo depois de cada vitória.
Esse jogador era Dunga, o capitão do tetracampeonato em 1994.