Renata Silveira (32 anos) foi a responsável pela primeira narração de um jogo de futebol feita por uma mulher na Globo, a emissora de TV aberta de maior audiência no Brasil. A carioca comandou as transmissões de Flamengo e Grêmio (09/2), na semifinal da Supercopa do Brasil Femina, e Corinthians e Grêmio (13/2), na grande final da competição.
A ex-bailarina vem se destacando em um ambiente dominado por homens por décadas. Ela já vinha fazendo narrações no SporTV e Premiere (que pertencem ao Grupo Globo) desde 10 de março de 2021, quando fez a sua estreia na goleada do Botafogo por 5 a 0 contra o Moto Club, em jogo válido pela Copa do Brasil.
Formada em educação física com pós-graduação em jornalismo esportivo, ela teve suas primeiras experiências no rádio: venceu um concurso da Rádio Globo em 2014 e, como prêmio, teve o direito de narrar dois jogos na Copa disputada no Brasil (Uruguai 1×3 Costa Rica e Croácia 1×3 México). Ficou ainda mais conhecida por suas narrações na Copa do Mundo da Rússia em 2018, quando trabalhava nos canais FOX Sports. Ela narrou Brasil 1×1 Suíça, Brasil 1×2 Bélgica e França 4×2 Croácia naquela época.
Após a narração de seu primeiro jogo na TV aberta, entre Flamengo e Grêmio, Renata foi elogiada na internet. A colunista Milly Lacombe, do UOL, por exemplo, foi uma que celebrou o fato: “a voz de Renata é a nossa voz. Não apenas das mulheres que trabalham com esporte, mas das mulheres que desejam. A voz de Renata inaugura sonhos possíveis. É a voz que faz a criança de hoje imaginar a mulher de amanhã”.
Renata, em entrevista distribuída pela Globo nas redes sociais, também comemorou: “estou muito feliz, porque isso demonstra que estou no caminho certo e que as pessoas confiam no meu trabalho. Desde que cheguei, busquei conquistar o meu espaço aos poucos, aproveitando todas as oportunidades que tive, para estar 100% preparada para esse momento, que parecia um sonho e que agora se tornou realidade”.
Outras narradoras
Além de Renata Silveira, outras profissionais do jornalismo esportivo vêm buscando o seu espaço e reconhecimento na narração de jogos de futebol. Conheça alguns desses nomes.
Isabelly Morais
Mineira de 24 anos, Isabelly é formada em Comunicação Social e se tornou a primeira mulher a narrar uma partida de futebol profissional nas rádios de Minas Gerais, no jogo entre América-MG e ABC-RN, pela 34ª rodada da Série B de 2017.
Participou das narrações femininas da FOX Sports na Copa do Mundo da Rússia em 2018. Desde outubro de 2020 faz parte da equipe de jornalistas femininas da Band, onde faz parte de um quadro dentro do programa Show do Esporte, além de apresentar e narrar os jogos do Campeonato Brasileiro Feminino.
Luciana Mariano
Luciana Mariano (46 anos) foi a primeira mulher a narrar jogos de futebol na TV brasileira, quando liderou as transmissões do Torneio Primavera de Futebol Feminino de 1997, na Band. Após ter ficado alguns anos afastada, a paulista de Jundiaí voltou à função nas oitavas de final da Europa League de 2018, pela FOX Sports, no jogo entre Leipzig e Zenit.
Em maio do ano passado, ela teve o seu contrato renovado pelo Grupo Disney (dona dos canais ESPN e FOX Sports). Luciana é presença constante em transmissões principalmente do futebol feminino, como na Liga dos Campeões Feminina da UEFA e na Copa da Rainha da Espanha. O período do novo contrato não foi divulgado.
Natália Lara
Formada em Comunicação e Estudos da Mídia, a narradora de 28 anos tem passagens por FOX Sports, Federação Paulista de Futebol TV, CBF TV, TV Cultura, DAZN, ESPN, entre outros. Foi contratada pelo Grupo Globo em maio de 2021.
Em 2021 se tornou a primeira mulher da TV brasileira a narrar um jogo da NBA, a maior liga de basquete do mundo, e do Campeonato Inglês – as transmissões foram da ESPN Brasil. Fez a sua estreia no Grupo Globo no Premiere, quando narrou Ceará e Grêmio pela 1ª rodada do Brasileirão do ano passado, no dia 30 de maio.
Futebol feminino brasileiro em 2022
Em 13 de fevereiro chegou ao fim a Supercopa do Brasil Feminina, que o Corinthians se sagrou campeão, abrindo a temporada 2022 do futebol feminino no país. Ainda teremos o Brasileirão (março a setembro), os Estaduais (setembro a dezembro) e a Libertadores (outubro) para acompanhar e ver nossas estrelas em campo e, é claro, agora também nos microfones.