Titular incontestável e multicampeã, a goleira Luciana continuará na Ferroviária. A equipe de Araraquara presentou a sua torcida no Natal com a renovação da jogadora de 36 anos. O contrato, que se encerrava no próximo domingo (31), agora é válido até dezembro de 2026.
O que você precisa saber?
- A jogadora recebeu uma valorização salarial com o novo acordo e chegará a dez temporadas consecutivas com a camisa grená.
- Em novembro, ela brilhou no segundo jogo da final da Copa Paulista. Com duas cobranças defendidas pela goleira, a Ferroviária venceu o Red Bull Bragantino por 3 a 1 nos pênaltis e conquistou o torneio pela primeira vez. Assim como no primeiro jogo, as equipes haviam empatado por 1 a 1.
- Luciana ganhou três prêmios individuais em 2023: melhor jogadora de setembro do Brasileirão, melhor goleira do Campeonato Paulista e Bola de Prata ESPN.
VEJA TAMBÉM
++ Sambafoot Series estreia com documentário sobre Zagallo
++ O que significa “Boxing Day” na Premier League? Veja os jogos da edição de 2023
++ Time de Marta acerta contratação de Luana, ex-Corinthians e PSG
Quer ficar por dentro do que acontece de mais importante no “Mundo da Bola”!? Então fique ligado no Sambafoot! Siga nossos perfis no Instagram, X (antigo Twitter) e Facebook!
Somando as duas passagens, Luciana acumula 276 jogos e seis títulos pela Ferroviária. Na primeira, entre 2013 e 2015, foram 44 partidas e três títulos: Brasileirão (2014), Paulista (2013) e Copa do Brasil (2014). Já na segunda, desde 2016, 232 atuações e – além da Copa Paulista – dois títulos: Brasileirão (2019) e Libertadores (2020).
Outras jogadoras que tiveram contratos renovados em dezembro são a zagueira Luana e as atacantes Amanda Brunner e Mylena Carioca. A Ferroviária já fez quatro contratações para 2024: a goleira Raíssa, a zagueira Rafa Soares e as atacantes Julia Beatriz e Dioneide Neném.A
Idolatrada pela torcida das Guerreiras Grenás, a arqueira foi homenageada, ao lado de Bia Zaneratto, pelo Páginas de Concreto – projeto que homenageia personalidades da história de Araraquara. Em novembro, o grafiteiro João Paulo, conhecido como Aracê, finalizou um mural que retrata as carreiras das jogadoras. A obra de arte está localizada na rua São Bento, no Centro.
Divulgação / Páginas de Concreto
Mineira de Belo Horizonte, Luciana teve breve passagem pelo Atlético-MG em 2009 e, além da Ferroviária, defendeu outras duas equipes paulistas: Francana e Rio Preto. A jogadora está no radar de Arthur Elias para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, tanto que esteve nas três últimas convocações da seleção brasileira.
Luciana participou de boa parte da era Pia Sundhage, mas ficou fora das convocações para a Copa do Mundo e Olimpíadas de Tóquio. Ela acumula 37 jogos pela seleção brasileira e estava no grupo que conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto.
Homenagem por atuação em luta contra o racismo
O 2023 da jogadora não teve apenas premiações pelo seu desempenho em campo. Uma das vozes mais atuantes na luta contra o racismo no futebol, ela participou de solenidade na Câmara Municipal de Araraquara em novembro para receber o Prêmio Zumbi dos Palmares.
Divulgação / Ferroviária SAF
Na cerimônia, Luciana também recebeu o título cidadã de araraquarense. Após receber as duas honrarias, a atleta relembrou um episódio de racismo:
“Me lembro uma vez que eu estava indo para a academia, e eu gosto muito de andar de bicicleta, então eu estava indo de bicicleta e eu percebi que uma viatura policial estava me seguindo, mas eu falei: ‘ah, acho que eles devem indo no mesmo caminho’. Quando chegou perto da academia, no estacionamento, desce um policial e uma policial feminina, já com a arma em punho, perguntando onde eu estava indo. Eu estava com uma camiseta preta, bermuda da Ferroviária e uma bolsinha. Eu parei e me assustei no momento, fiquei meio assim e falei: ‘estou indo para a academia’. Mas, o que eu fiquei mais triste foi quando já desceram com a arma em punho. Pensei: ‘o que eu tô vivendo aqui, eu nunca tinha passado por isso. Naquele momento me machucou muito. Prometi que a partir daquele momento eu não aceitaria, que eu lutaria pela causa do racismo e de qualquer preconceito”.
