Feminino x masculino: quais as principais diferenças no futebol praticado por homens e mulheres?

Apesar do crescimento, modalidade ainda escancara grandes diferenças entre as categorias
2023-07-16 00:00:01

 

A Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino começa no próximo dia 20 de julho e vai até o dia 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. Esta é apenas a nona edição do Mundial da categoria, que começou a ser disputada em 1991, e deve ser a maior em toda a história. Apesar do crescimento da modalidade para as mulheres, ainda existem grandes diferenças em relação ao futebol masculino.

 

Você precisa saber:

  • A seleção brasileira estreia no dia 24 de julho, diante do Panamá, às 8h (de Brasília).
  • O Brasil nunca foi campeão no Mundial Feminino, mas chegou a ser vice em 2007, edição que teve a Alemanha como campeã.
  • A edição de 2023 terá 32 seleções participantes, maior número até então.
  • Apenas quatro seleções já foram campeãs da Copa do Mundo Feminina: Estados Unidos (1991, 1999, 2015 e 2019), Alemanha (2003 e 2007), Noruega (1995) e Japão (2011).
  • A Copa do Mundo Feminina 2023 contará com oito equipes estreantes: Filipinas, Vietnã, Irlanda, Zâmbia, Marrocos, Haiti, Portugal e Panamá.

 

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Na última semana, uma propaganda da empresa francesa Orange chamou atenção nas redes sociais. O vídeo trazia uma partida de futebol com grandes nomes do futebol masculino fazendo lances incríveis. Mbappé, Giroud e Griezman brilharam até certo ponto, quando foi revelado que, na verdade, o jogo era da equipe feminina.

Apesar de estar cada vez mais em ascensão, é um fato que o futebol feminino é pouco assistido em comparação ao masculino. Na modalidade entre os homens, existem salários maiores, mais patrocínios, visibilidade maior, entre outras questões que ultrapassam as quatro linhas.

Mas quais são as principais diferenças entre o futebol feminino e o masculino?

 

Investimento

Em 2020, a pandemia acabou trazendo à tona a questão. Os jogos foram paralisados por conta do lockdown e do distanciamento social necessário, e na época, Andressa Alves (Roma e seleção brasileira) disse que o retorno do feminino dependia da volta do masculino, justamente por conta da diferença de investimentos.

“É um investimento muito maior [no masculino], principalmente nas questões de logística. Eles consegue viajar em voos fretados. Essas coisas que o futebol feminino, no Brasil, não consegue ainda oferecer. O masculino voltou porque sabemos que o investimento é muito maior, então, por isso, eles tiveram um controle superior e uma tranquilidade maior para jogar", explicou, em entrevista ao Estadão na época.

O futebol feminino na Europa chega a ser maior em questões financeiras e organizacionais, e chega a atrair diversos torcedores em partidas nos estádios, em comparação ao Brasil. Mesmo assim, ainda existe uma grande diferença em relação a modalidade masculina.

 

Salários

A realidade de muitas mulheres também atinge o futebol feminino. As jogadoras têm um salário menor que os homens que atuam no futebol profissional.

De acordo com o Valor Econômico, Marta, eleita a melhor jogadora de todos os tempos por seis vezes, recebe 125 vezes menos que Neymar. Os dois são grandes nomes da modalidade no Brasil. Segundo o portal, a jogadora do Orlando Pride recebe US$ 400 mil (cerca de R$ 1,9 milhão) por ano, enquanto o camisa 10 do PSG ganha US$ 50 milhões (cerca de R$ 245,9 milhões) por temporada.

 

Transmissão e cobertura

A Copa do Mundo não deixa de ser um grande evento. Com o passar dos anos, outros meios de assistir aos jogos foram surgindo, com as plataformas de streaming, que agora fazem parte do calendário da competição. Antes disso, a TV aberta era a opção para quem queria acompanhar.

Contudo, o Mundial Feminino só foi contar com transmissão na TV aberta na última edição do torneio, em 2019. Além disso, a cobertura das modalidades feminina e masculina nos veículos de jornalismo esportivo também escancaram as diferenças na modalidade, já que a maior parte das pautas é voltada para os elencos masculinos.

 

Proibição no Brasil

Dá para acreditar que o futebol das mulheres foi proibido por anos? Desde o início da modalidade no Brasil, os homens sempre praticaram tranquilamente. No entanto, em 1941, o esporte na categoria feminina foi banido, tendo a proibição derrubada apenas após a Ditadura Militar. Anos depois, em 1983, foi finalmente regulamentado, permitindo que as mulheres pudessem competir.

No último dia 8 de março, a CBF regulamentou o futebol misto na categoria amadora da modalidade. A iniciativa visa promover igualdade de oportunidades no esporte, criando mais possibilidades para que as mulheres cheguem ao profissional na melhor forma.