A Copa América Feminina é a grande competição da modalidade na América do Sul, mas é difícil terminar com resultado diferente do que o Brasil campeão. Com a edição de 2022 em andamento, a hegemonia brasileira não deve terminar.
A Seleção Brasileira venceu com facilidade suas adversárias até o momento. Foram 11 gols marcados e nenhum sofrido em três jogos.
A vaga nas semifinais está praticamente garantida. Enquanto isso, a Colômbia, que também está invicta no Grupo A, não parece ter forças para enfrentar a equipe brasileira.
Isso é um retrato da diferença de investimento na modalidade entre os países do continente.
Investimentos do Brasil na modalidade são (muito) superiores
É pacífico que ainda há uma grande desigualdade no investimento no futebol masculino e feminino no Brasil. Porém, esse é o mesmo cenário encontrado na comparação com outros países da América do Sul na modalidade.
No futebol feminino, por exemplo, o Brasil é o único que tem três divisões nacionais e ainda conta com duas divisões nas categorias de base. Além disso, há uma movimentação para equilibrar as premiações da Seleção.
Ao mesmo tempo em que as grandes craques ainda jogam fora, a liga nacional vem se fortalecendo. Praticamente todos os times grandes contam com investimentos nas mulheres e o Brasileirão tem disputa acirrada pelo título.
Isso pode ser explicado pelas mudanças na CBF. A entidade trouxe mais mulheres para a diretoria e deu mais atenção à modalidade. A consequência é a grande diferença para as outras seleções do continente, que fica bem clara na Copa América.
Argentina e Colômbia são os países que mais se aproximam
No ranking da FIFA, o Brasil fica muito à frente das outras seleções. A primeira que aparece é a Colômbia, na 28ª colocação. O país “cafetero” aumentou seus investimentos na modalidade e tem uma forte seleção de base.
Mesmo sem um campeonato nacional do tamanho do Brasil, há algumas esperanças de futuro, como Linda Caicedo, de 16 anos. Talentosa, ela está no radar de grandes times da Europa e pode liderar essa nova fase da seleção.
Em 35º lugar no ranking mundial, a Argentina fez algumas mudanças recentes. Desde 2020, os times precisam ter, ao menos, oito atletas profissionais. Os gigantes River e Boca têm contrato com todas, mas isso ainda não é padrão.
Mesmo com a regra da Conmebol sobre times femininos, o futebol argentino ainda não comprou 100% a ideia. Por lá, muitas jogadoras não conseguem viver da bola e têm outros empregos. Tudo isso explica o domínio do Brasil.
Copa América Feminina tem grande domínio brasileiro
Em oito edições, o Brasil tem larga vantagem contra as adversárias na Copa América Feminina. Desde quando a competição foi criada, em 1991, são sete títulos brasileiros.
A única edição com resultado diferente foi em 2006, quando as principais jogadoras não disputaram o torneio. Jogando em casa, a Argentina venceu o Brasil por 2 a 0 na rodada final do quadrangular e garantiu a taça.
O resultado interrompeu uma sequência de três vice-campeonatos da Argentina para o Brasil. Nos últimos anos, a Colômbia virou o adversário mais forte, mas não teve muitas chances contra a Seleção.
Em 2022, o panorama segue o mesmo. Após três rodadas, Colômbia e Brasil lideram seus grupos com campanhas invictas. Com o novo regulamento, que instituiu o mata-mata, a tendência é que a final seja disputada entre as duas equipes.
Títulos da Copa América Feminina:
- Brasil – 7 títulos;
- Argentina – 1 título.
Na Libertadores Feminina, cenário é o mesmo
Na maior competição de clubes do continente, o Brasil também tem larga vantagem. Em 13 edições, nossas equipes venceram 10 vezes. São José e Corinthians são os maiores campeões, com três títulos cada.
Chile, Colômbia e Paraguai têm um título cada. Os dois primeiros conseguiram seus títulos contra times brasileiros na disputa de pênaltis. Somente em 2016 não houve brasileiras na final.
Naquela edição, o Sportivo Limpeño-PAR venceu o Estudiantes de Guárico-EQU por 2 a 1. O Foz Cataratas foi o melhor representante nacional, com o terceiro lugar.
Nos últimos anos, os times colombianos confirmaram seu bom momento e conquistaram dois vice-campeonatos. Porém, não foram páreo para Corinthians e Ferroviária.
Títulos da Libertadores Feminina por País:
- Brasil – 10 títulos;
- Chile – 1 título;
- Colômbia – 1 título;
- Paraguai – 1 título.
No fim das contas, a diferença de investimento entre os países fica clara nos resultados das competições de times e seleções. Mesmo longe do ideal, o Brasil vive um abismo no continente sul-americano.