Seleção Brasileira — entenda a polêmica do cabelo rosa de Yan Couto com a CBF

Jogador também foi convocado no ano passado, para as eliminatórias, e apareceu com o cabelo colorido
Publicado em 14/06/2024 às 19h08

Yan Couto, jogador do Girona e camisa 13 da seleção brasileira, apareceu com o cabelo “diferente" para os amistosos de junho, antes do início da Copa América.

O atleta, que jogou pelo Brasil com o cabelo rosa no ano passado, revelou o motivo de não estar com o cabelo colorido nesta convocação. O lateral-direito falou sobre o assunto durante entrevista ao portal UOL nesta semana.

Yan Couto na seleção brasileira

  • O jogador foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira principal em 2023;
  • Na ocasião, apareceu para os jogos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2026 com o cabelo na cor rosa;
  • Yan Couto deu uma assistência no amistoso diante do México, no último sábado (8).

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Entenda a polêmica do cabelo rosa de Yan Couto

Em entrevista ao portal UOL, o lateral revelou que a decisão de não se apresentar com o cabelo rosa partiu de um pedido da CBF. Não se sabe, no entanto, se a solicitação foi feita por algum membro da diretoria ou da comissão técnica.

Ao falar do pedido, Yan Couto discordou, mas disse ter respeitado e decidiu tirar a tintura do cabelo antes dos amistosos e da disputa pela Copa América.

“Foi um pedido, basicamente. Falaram que o rosa é meio ‘vacilão" assim. Eu não acho, mas vou respeitar, né. Me pediram, vou fazer", disse o jogador.

Na semana passada, durante coletiva de imprensa, o jogador foi questionado sobre o assunto, e se esquivou da pergunta:

“Estava jogando com o cabelo rosa a temporada toda. Na verdade, foi uma escolha minha, estava dando certo, foi legal. Mas foi uma coisa mais para o Girona, muita gente lá pintou o cabelo, foi meio que moda. Aqui na Seleção, o ciclo encerrou. Sou o Yan de cabelo preto, não muda nada, continua sendo o mesmo", respondeu, na ocasião.

Yan Couto entrou em campo com o cabelo rosa em sua primeira convocação no ano passado, sob comando de Fernando Diniz. O lateral foi titular no amistoso contra o México e reserva na partida contra os Estados Unidos, nesta Data FIFA de junho.

CBF nega pedido, mas orientações aos jogadores vazam e irritam diretores

A entidade brasileira de futebol, após a repercussão do assunto, disse que não fez qualquer pedido para que Yan Couto mudasse seu cabelo. Nesta sexta-feira (14), teriam vazado algumas orientações da CBF para os jogadores, com objetivo de “limpar a imagem" da seleção.

Além da questão do cabelo rosa, a entidade teria pedido para os jogadores:

  • Passarem imagem de seriedade;
  • Evitarem brincos chamativos;
  • Não usarem colares extravagantes;
  • Usarem as redes sociais de maneira sóbria e com discrição, sem brincadeirinhas;
  • Usarem o celular na mesa de jantar somente depois da refeição;
  • Evitarem chegar ao estádio com fones de ouvido ou música alta;
  • Evitarem aparecer em vídeos oficiais ouvindo música e brincando no vestiário;
  • Respeitarem horários;
  • Não atrasarem a saída do ônibus;
  • Não comerem nada fora do plano nutricional no quarto.

Estas orientações teriam sido discutidas com os atletas, e não impostas pela CBF. O vazamento da lista ainda teria irritado dirigentes da entidade.

Entidade divulga nota após repercussão do pedido

Na tarde desta sexta-feira (14), a CBF divulgou, em seu perfil oficial, uma nota se posicionando sobre a polêmica envolvendo o cabelo rosa de Yan Couto. No texto, a entidade afirmou ser contra qualquer tipo de preconceito no futebol.

A resposta de Yan Couto sobre o pedido para retirar a tintura rosa do cabelo incomodou torcedores e internautas, que entenderam como um caso de homofobia por conta da cor escolhida. Leia na íntegra a nota:

A CBF reafirma seu compromisso com a liberdade, a pluralidade, o direito à autoexpressão e livre construção da personalidade de cada indivíduo que trabalhe na entidade ou defenda a Seleção Brasileira. Para a entidade, o desempenho do colaborador fala por si só.

O compromisso da CBF é com o bom futebol e as melhores práticas de gestão. Cada colaborador ou atleta deve ter autonomia sobre sua própria aparência, credo, orientação sexual, expressão de gênero.

Desde o início da atual gestão, a CBF tem como uma das prioridades a luta contra o racismo e qualquer tipo de preconceito no futebol. A entidade é parceira do Observatório da Discriminação Racial no Futebol e do coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, e está sempre aberta a novas iniciativas para que o futebol brasileiro se torne um espaço mais inclusivo e livre de preconceitos.

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Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), iniciando a trajetória no jornalismo esportivo no Sambafoot. Já atuei em diversas editorias, mas minha...