No início do ano passado foi deflagrada a Operação Penalidade Máxima, que investigou e expôs um esquema de manipulação de resultados para lucrar em sites de apostas esportivas no futebol brasileiro. Jogadores profissionais e apostadores estavam envolvidos.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu 22 jogadores que participaram do esquema. Do total, cinco foram banidos do futebol profissional, enquanto o restante foi suspenso com penas que variam de 360 a 720 dias.
Operação Penalidade Máxima
- A operação foi deflagrada em fevereiro de 2023, após denúncias de supostas manipulações de jogadores durante as partidas para beneficiar apostadores;
- Os apostadores iam até os atletas e ofereciam uma quantia para cometer infrações, como levar cartões e forçar faltas, por exemplo;
- Alguns jogadores já cumpriram suas penas e voltam a jogar, enquanto a maioria ainda aguarda o fim da suspensão. Cinco foram banidos.
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Penalidade Máxima: veja a situação de cada jogador envolvido no esquema de manipulação
Quais jogadores já voltaram a jogar?
Dos 17 jogadores que receberam suspensão, sete já cumpriram as penas e podem retornar ao futebol profissional. Seis possuem vínculo com algum clube, são eles:
- Igor Cariús (Sport);
- Eduardo Bauermann (Everton-CHI);
- Sávio (Remo);
- Bryan Garcia (Independiente del Valle-EQU);
- Kevin Lomónaco (Independiente-ARG);
- Alef Manga (Coritiba);
- Fernando Neto (sem clube, jogava no Operário-PR na época).
Manga foi o último a cumprir a pena, com a punição encerrada na última quarta-feira (25). Após cumprir os 360 dias de suspensão, foi reintegrado ao elenco do Coritiba, que disputa a Série B em 2024. No entanto, ainda não tem data definida para retornar aos gramados, por ter passado muito tempo sem atuar.
Igor Cariús voltou no início de agosto e já entrou em 10 partidas pelo Sport. O jogador, inclusive, vem sendo titular nas últimas rodadas da Série B e já teve oportunidade de marcar o primeiro gol desde o retorno, na vitória por 1 a 0 sobre o Paysandu.
Outro jogador que retornou foi Thonny Anderson, que teve apenas que pagar multa. O atleta disputa a Série B pelo Ituano. Por fim, Fernando Neto, que era do Operário-PR na época dos fatos, cumpriu a suspensão completa, mas está sem clube.
Quem ainda está cumprindo suspensão?
Nove atletas foram punidos pelo STJD com suspensões mais longas pelo envolvimento no esquema de apostas esportivas. Os jogadores buscam manter a forma física com treinos e competições amadoras. Veja abaixo a lista de jogadores que ainda estão suspensos e a pena de cada um:
- André Queixo (600 dias);
- Dadá Belmonte (600 dias);
- Mateusinho (600 dias);
- Paulo Sérgio (600 dias);
- Gabriel Domingos (720 dias);
- Paulo Miranda (720 dias);
- Nino Paraíba (720 dias);
- Moraes (720 dias);
- Vitor Mendes (720 dias).
Sem poder atuar no profissional, alguns jogadores buscam outras fontes de renda. É o caso de Gabriel Domingos, que trabalha em um depósito de material para construções e tem o sonho de voltar a jogar profissionalmente após o fim da suspensão.
Quem foi banido do futebol?
Cinco jogadores foram punidos com as penas mais severas e acabaram banidos do futebol profissional. Estes jogadores teriam tido um papel mais ativo no esquema, intermediando contatos com apostadores ou recebendo valores mais altos para forçar lances.
- Romário (ex-Vila Nova):
O volante, ex-Vila Nova, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, pela Série B. O jogador admite ter errado em aceitar o dinheiro, mas afirmou nunca ter forçado cartões ou cometer faltas de propósito para beneficiar apostadores. Não se sabe a atividade atual do ex-atleta.
- Matheus Gomes (ex-Olaria-RJ):
Ex-goleiro, trabalha atualmente como motorista de aplicativo em Belo Horizonte. O jogador apresentou Fernando Neto a um apostador, resultando na pena mais severa. Além disso, Matheus alega não ter recebido os R$ 100 mil prometidos e considera a punição injusta.
- Ygor Catatau (ex-Sampaio Correa):
O ex-atacante agora joga futevôlei e participa de competições da modalidade. O jogador foi identificado como intermediário em um esquema envolvendo jogadores do Sampaio Corrêa. Além disso, precisou pagar multa de R$ 70 mil.
- Gabriel Tota (ex-Juventude):
Ex-meia, Tota se dedica a campeonatos amadores nos dias atuais. O jogador foi acusado de receber dinheiro da quadrilha de apostas para influenciar o desempenho de Paulo Miranda, forçando cartões amarelos em partidas do Juventude. Os dois foram investigados por uma chamada de vídeo com o chefe da quadrilha antes de uma partida.
- Diego Porfírio (ex-Coritiba):
O ex-lateral também está no futebol amador, e confessou ter aceitado R$ 50 mil para receber cartão amarelo em um jogo do Coritiba contra o América-MG. Porfírio também indicou Alef Manga para o mesmo esquema, e os dois receberam cartões no duelo.
Relembre o caso
Deflagrada em fevereiro de 2023, a Operação Penalidade Máxima expôs um esquema de manipulação que envolvia jogadores profissionais e apostadores. Os participantes do esquema ofereciam quantias aos atletas para forçarem lances e lucrarem em sites de apostas esportivas no futebol brasileiro.
As investigações revelaram uma rede complexa de corrupção. Jogadores eram aliciados com promessas de dinheiro para cometer infrações nas partidas, como receber cartões amarelos, cometer pênaltis e forçar outros lances.
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