No Irã, Jeferson Bahia relembra Água Santa, futebol português e define futuro

Zagueiro baiano, de 31 anos, defende atualmente o Foolad FC, um dos times mais tradicionais do Irã
Matheus Brum
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Matheus Brum
2023-12-28 18:00:56

Jeferson Bahia, de 31 anos, é um zagueiro experiente. Não pela idade – já que tenha muita lenha para queimar – mas pelas experiências que passou ao longo da carreira.

Cria do Palmeiras, Jeferson rodou em diversos times do interior do país até ter a oportunidade de jogar em Portugal. Depois, retornou ao Brasil para defender o Água Santa e outros clubes e agora está no Irã.

O que aconteceu:

  • Jeferson participou da montagem do elenco do Água Santa, vice-campeão paulista em 2023.
  • Atualmente, Jeferson joga no Foolad FC, do Irã, um dos mais tradicionais times do país.
  • O zagueiro acumula quase sete anos de futebol português.

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Jeferson Bahia conta sua carreira para o Sambafoot

Em entrevista exclusiva para o Sambafoot, Jeferson Bahia contou sobre a carreira, a chegada no Irã e também como vê o futebol brasileiro e o planejamento para o futuro da carreira.

Como foi a decisão para ir para o Irã?

Estava emprestado ao Brusque pelo Água Santa, havia feito nove jogos até aquele momento, e aí surgiu a oportunidade de ir para o Irã. O clube fez uma oferta ao Água Santa. Era uma boa proposta para mim também, e aceitei este novo desafio. Sou muito grato ao Água Santa e ao Brusque por terem acreditado no meu futebol. Vinha de um tempo atuando fora do Brasil e eles confiaram no meu trabalho, o que também possibilitou essa minha vinda ao Irã.

Como é o jogo aí no Irã?

O futebol iraniano é muito exigente. A liga é bem competitiva e não tem favoritos. Você vê pela seleção, como eles competem bastante. Eles participaram das últimas edições da Copa do Mundo, e o futebol cresceu muito por aqui. Por atuar na defesa, um setor que exige muito desse enfrentamento, acredito que consegui me adaptar rápido.

Qual a principal dificuldade que teve para se adaptar aí?

Acredito que, fora de campo, o idioma. Dentro de campo a gente consegue se virar com a comunicação. Tem a questão de ser um país fechado também, o que dificulta muitas coisas. Pessoalmente, sou tranquilo em relação a essas questões que envolvem adaptação, até por ter atuado em outros países, como a Bolívia.

Como que é a relação da torcida com vocês jogadores?

Aqui os torcedores são muito exigentes, mas como não entendo muito o que eles falam, fico na minha e faço o meu melhor em prol da equipe. Procuro absorver as coisas positivas sempre, mas posso dizer que eles são muito fanáticos e a cobrança é intensa.

Em relação ao campeonato, como avalia o início do Foolad na temporada?

Não começamos o campeonato muito bem. Já trocamos de treinador, veio um espanhol com uma filosofia diferente. Estamos nos adaptando ao sistema dele, cientes de que precisamos melhorar para buscar os nossos objetivos na temporada.

Como é para um baiano de Salvador ir jogar no frio da Europa e parte do Oriente Médio?

Posso dizer que sou destemido, não escolho lugares nem ambientes. Tenho muita confiança em mim, então não me preocupo com as adversidades que vou encontrar. Mesmo assim, reconheço que é difícil. Passei sete anos em Portugal, e nessa época do ano, é um frio de bater os dentes [risos]. Aqui no Irã também faz muito frio, chega a cair neve, mas como disse, sou destemido. Graças a Deus, sempre passei por todas essas dificuldades.

Falando de Brasil, você passou pelo Água Santa em 2022. Como foi?

Minha chegada ao Água Santa, para o Paulistão 2022, foi muito boa. Recebi confiança do professor Sérgio Guedes e de toda a direção, algo fundamental para qualquer jogador. O grupo era muito bem montado e sabíamos da responsabilidade que iríamos ter. O Água Santa havia acabado de subir da Série A2. O clube quando sobe no Paulistão, tem que ter um planejamento muito bom para se manter. Foi o que o Água Santa fez, e conseguimos esse objetivo.

Você sentia que o clube estava se preparando para a grande campanha no Estadual de 23?

O time chegaria na final em 2023, e todos viram como o projeto é sério. A direção é muito inteligente, reforçou bem o plantel, e deu no que deu. Gostei muito de ter conseguido ajudar o Água Santa em 2022, fiquei muito feliz com a campanha de 2023, e posso dizer que virei um torcedor do clube. Para jogar no Água Santa, tem que ser destemido. Acho que esse foi um dos motivos para eu me sentir tão identificado com essa camisa, além de ter sido super bem tratado no meu tempo lá, e do clube ter uma torcida apaixonada.

Em relação ao futuro, o que pensa para a carreira? Quer voltar para o Brasil?

Em relação ao meu futuro, entrego a Deus. Nós, jogadores, sabemos que o nosso amanhã nunca é garantido. Vivo um passo de cada vez. Estou aqui no Irã, tenho contrato e espero cumprir, mas estou ciente de que o futebol é dinâmico e tudo pode acontecer. Também não escolho lugar para atuar. Seja no Brasil ou em outro país, estou sempre pronto para novos desafios.

Você consegue acompanhar os jogos do Brasileirão aí? Se sim, qual time gosta de ver?

Acompanho o futebol do Brasil e da Europa. Sou muito apaixonado por futebol, então gosto de assistir. Também para colocar algumas jogadas no meu repertório. Acredito que temos que nos reciclar sempre. Se acharmos que sabemos tudo, entramos na rotina e ficamos para trás. Futebol é dinâmico e temos que nos atualizar sempre. No Brasil, gosto de assistir o Fluminense jogar, também o Santos. Gosto de acompanhar para fazer análises de outros jogadores da minha posição. Fiquei muito feliz que o Vitória, o meu time da infância, subiu para a Série A. Mesmo com a questão do fuso, sempre que possível, tento acompanhar as equipes do Brasil.