No último dia 17 de janeiro, o Red Bull Bragantino foi eliminado pelo América Mineiro por 1 x 0 e deu adeus a Copinha 2023 nas oitavas de final da competição. Por outro lado, estar entre os 16 melhores era o objetivo primário da equipe. Logo, o trabalho é visto como tendo sido bem feito.
Agora, alguns atletas do sub-20 devem ter oportunidades no time principal, enquanto outros seguem nos trabalhos com o time sub-20. Em entrevista exclusiva ao Sambafoot, o técnico do Massa Bruta sub-20, Artur Itiro, falou sobre e integração base-profissional, principalmente com um novo treinador no time principal.
O treinador ressaltou que os sistemas de jogo são alinhados do profissional para a base, mas vai além do esquema tático, estando mais para um modelo e filosofia de futebol da empresa.
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Entrevista com Artur Itiro, técnico do Red Bull Bragantino sub-20
“A gente tem esse perfil de agressividade, de futebol ofensivo, porque é o que remete a característica da empresa. Então, o braço futebol tem que ser também uma representação do que é a marca, a entidade. Quando a gente fala de filosofia de futebol, de modelo de jogo, a gente tem, sim, um alinhamento e ele parte dessa filosofia da empresa, que se reflete no futebol, que vai se refletir na empresa de fórmula 1, etc.
Já a contratação de um novo treinador não muda o formato com que a base trabalha, adiantou Itiro, uma vez que todo novo comandante contratado é quem se encaixa no estilo de futebol que o clube joga, não o inverso. Assim, o Red Bull Bragantino já busca técnicos com o perfil da agremiação.
“Não tive a oportunidade de conhecer o (Pedro) Caixinha pessoalmente, mas já entendendo que ele foi o treinador escolhido também por ter as características que o clube procura. Quando o clube vai atrás de um treinador, ele busca um perfil que se adeque a filosofia de futebol da empresa. Acho que temos totalmente alinhamento (com o treinador do profissional) vendo alguns jogos do Talleres (Argentina) dá pra ver que a características dele casa muito bem com o que a empresa procura”.
Artur Itiro também comentou sobre o funcionamento da integração entre categoria de base e elenco profissional. Dessa forma, enfatizou que com a filosofia de jogo do Bragantino facilita com que os jovens sejam melhor aproveitados pelos time profissional.
“A chance de um jogador da base ser aproveitado no profissional aumenta muito quando o que se faz na base tem muita relação com o que se faz no profissional. E a gente tinha a figura do Sandro que coordenadava essa transição de jogadores entre as categorias. No ano passado a gente teve o Nathan, por exemplo, que treinava no elenco profissional e descia para jogar conosco no sub-20, chegou a descer até para jogar no sub-17, porque tinha idade sub-17. Então, não dá pra fazer isso se não tiver um excelente alinhamento. E a gente consegue ver isso e vai consolidando cada vez mais esse trabalho”.
O treinador comentou sobre a escola de treinadores portugueses no Brasil. Em resumo, Artur Itiro trabalhou no Palmeiras antes de chegar ao Red Bull Bragantino. O técnico analisou de perto semanas inteiras de trabalho de Abel Ferreira. Entretanto, isso não foi o que mais lhe chamou a atenção no treinador do time alviverde.
“Tive a oportunidade de acompanhar semanas inteiras de trabalho do Abel Ferreira, inclusive preparações para jogos de Libertadores, tanto técnico-tática, desde a análise de desempenho, depois a parte de treinamento focado na partida e acompanhar a partida in loco. Mas o que me chama mais a atenção é o nível de organização e profundidade de conhecimento de todos os membros da comissão dele.
É um alinhamento muito forte que existe entre eles. Todos têm sintonia em sua função e sabem todo o conteúdo que está sendo trabalhado, o que fortalece na hora de passar setor por setor ou jogador por jogador. O alto nível de organização de treinamento, falando em termos de logística, como ele prepara o campo, transita de um exercício ao outro, como ele aproveita o tempo disponível para que os jogadores passem o mínimo tempo dentro do campo e que seja o mais proveitoso possível”.
Mas, apesar de não conhecer de perto o trabalho do português Pedro Caixinha, treinador do Bragantino que chegou esta temporada, o comandante do Toro Loko sub-20 elogiou o trabalho feito pelo técnico em outros clubes, enfatizando suas características ofensivas, que o fizeram ser contratado pelo clube.
“A característica técnico-tática dele é bem diferente do Abel. O Abel monta muito a estratégia em função do adversário, o Caixinha já tem uma filosofia, o que acaba combinando muito mais com a filosofia e o modelo do clube hoje, e não é atoa que ele foi escolhido.
Conversando com o Thiago Scuro, ele já deixou claro que o nível de organização do conteúdo e do conhecimento dele é uma coisa que marcou uma diferença antes mesmo dele começar a trabalhar.
Então, olhando em termos de método, a escola portuguesa traz a atualização tática como uma das ferramentas para construção de treino, para a organização de semana que não é uma coisa recente. É uma coisa que tem anos e anos sendo consolidada.
Não é atoa que tem muitos treinadores portugueses, não só em função da ferramenta, mas de ter muita gente estudando futebol em Portugal. É sempre bem-vinda uma cultura diferente. Vem só a agregar. Acho que tem excelentes valores aqui no Brasil, mas é sempre importante trazer coisas diferentes, visualizar outros métodos e outras abordagens”.
