Portugal é o país que conta com mais jogadores brasileiros fora do Brasil. A 1ª divisão portuguesa, por exemplo, conta com 517 atletas. Destes, 120 são brasileiros. A facilidade com a língua faz com que muitos jogadores do Brasil vão buscar a sorte no país irmão. Bem como, os clubes portugueses buscam nos brasileiros a qualidade que muitas vezes falta em seu futebol.
Mas nem todos os atletas veem o idioma como facilitador. Há aqueles que veem dificuldade na língua, pois os portugueses falam rápido e contam com gírias próprias, o que pode ser um impedimento inicial. Este é o caso de Fabiano Gomes da Silva Junior, popularmente conhecido como Juninho.
Em sua primeira temporada no futebol português, o atleta já mudou de clube com apenas 7 jogos, visando ainda mais crescimento profissional. Antes de sair para lá, foram três gols em cinco jogos pelo Rondoniense, o que chamou à atenção do futebol português. Juninho ainda teve que vencer dois adversários fundamentais para permanecer no Velho Continente: o frio e a língua.
“Eu morava em Pernambuco, é só calor, muito calor mesmo. Até agora está sendo um pouco difícil acostumar com o frio. Muito frio! Está chegando a negativar. Ficar -1. E é bem difícil acostumar, mas graças a Deus estou reagindo bem.
Até hoje me enrolo com algumas coisas que eles falam, mesmo sendo o “português”. Falam rápido e com uma gíria um pouco diferente, às vezes custo para entender. Eles usam o “Fod*-se” para tudo, como se fosse uma palavra normal. Assim que cheguei muito engraçado”, destacou.
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Juninho fala sobre vida no futebol e parceria com campeão do Mundial de Clubes
Revelado pelo Náutico, Juninho, ainda nas categorias de base do Timbu, viu o jovem Rony, hoje sucesso e bicampeão da Libertadores com o Palmeiras, de perto. Lá de Pernambuco já conseguia ver o talento do camisa 10 do Verdão.
“O mesmo desempenho que o Rony tem com o Palmeiras, ele tinha no Náutico. Nos treinamentos dava para perceber algo diferente dele. O cara já mostrava que poderia ser o que se tornou agora com a camisa do Palmeiras”.
Além das quatro linhas, fora de campo, ele pode se deleitar de um papo de outro jogador à época no Náutico. De perto, pode conversar com Jorge Henrique, campeão do Mundial de Clubes da FIFA com o Corinthians. O atleta definiu em uma palavra o ídolo corintiano: resenha.
“O Jorge Henrique, ex-Corinthians, é muito resenha. Toda hora ficava resenhando, até cheguei a dividir fisioterapia com ele, em um dos momentos ruins da minha vida, quando estava machucado. Ele é muito engraçado, diferente do que mostra dentro de campo, com aquela vontade e “cara de mal”. Toda hora ficava de resenha e não deixava ninguém em paz. Inspirava a garotada”.
Foram anos de convivência na integração entre a base e o profissional do Náutico, entre 2016 e 2020, com os nomes que grandes torcidas acostumaram a chamar de ídolo. Nesse meio-tempo, Juninho colocou os ensinamentos em campo.
Para seguir sua história, o atacante trocou o Coimbrões pelo Aljustelense e entra em campo contra o Odemirense no domingo (5), às 13h (horário de Brasília), e espera a primeira vitória para um dia chegar a uma trajetória como de Rony, Jorge Henrique e, claro, Neymar, do PSG, a quem o jogador se inspira:
“Acho que todo brasileiro hoje é fã do Neymar, por tudo que ele representa e faz dentro de campo. Acredito que todos daqui deveriam olhar pra ele. Em alguns aspectos, me acho incluse com o estilo de jogo, o drible e a velocidade parecido com o que ele propõe. A ousadia e alegria de jogar futebol. Quero jogar, trazer a vitória ao clube, fazer gols para um dia ter sucesso na Europa e em times grandes”, finalizou.
