O zagueiro brasileiro Roger Ibañez entra em campo nesta quarta-feira (31) para decidir o seu segundo título europeu consecutivo pela Roma. No ano passado, a equipe comandada por José Mourinho conquistou a Conference League e, agora, subiu mais um degrau.
A decisão da Europa League contra o Sevilla será em Budapeste, na Hungria, às 16h (de Brasília).
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Antes disso, Ibañez bateu um papo com o Sambafoot pouco antes de ser convocado mais uma vez à seleção brasileira. Ele se apresenta ao grupo, novamente comandado por Ramon Menezes, em 12 de junho para os amistosos contra Guiné (17) e Senegal (20).
“Em questão de carreira, já atingi a seleção principal, mas só atingir não era o meu objetivo. Meu objetivo é permanecer ali. Venho trabalhando muito para isso. Se você se mantém em alto nível, concentrado dentro do clube, aquilo vem como uma conquista. É isso que eu procuro fazer, ter um foco total aqui na Roma, trabalhar o mais forte possível, estar o mais preparado possível para que, se acaso venha uma convocação, eu esteja pronto para estar ali", disse ele.
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O que deu certo nessa nova temporada e colocou vocês na final da Europa League?
Muito gratificante o ano que a gente está tendo. É algo muito incrível estar em mais uma final europeia em dois anos seguidos. Sabemos que vai ser um jogo muito difícil, contra um adversário muito forte. Querendo ou não, são os recordistas da Europa League, então sabemos que vai ser bem difícil, mas a gente está trabalhando nisso, trabalhando para reconhecer o time deles, para aprender mais sobre eles e chegar dentro do campo pronto para aquela final. Vamos para a final para jogar tudo possível.
Como foi a estrada até aqui?
Desde o início do ano, foi falado, querendo ou não, jogamos a Europa League e no início quase tivemos risco de cair fora na fase de grupos. Tivemos que jogar até o playoff para continuar, mas no momento que foi andando a competição foi se concretizando mais para a gente e fomos focando ali, não deixando as outras competições de lado. Mas, agora que estamos numa final, temos que focar nela e esse jogo vai ser muito importante para a gente.
Como é o carinho dos torcedores com você?
É muito bom. Bem gratificante o carinho que eles têm pela gente. Se você sai na rua, vão ter aquelas pessoas que vão pedir foto, vão pedir vídeo. É bem gratificante receber esse carinho dos torcedores. Mas, ao mesmo tempo, eu procuro não sair muito, procuro ficar mais privado na minha casa e eu sou mais assim.
No ano passado, você ganhou a Conference, foi pai pela segunda vez e convocado. Qual o planejamento para agora?
Não, tenho meu casalzinho [de filhos] já (risos). A gente entrou num consenso e preferiu ficar nos dois filhos. Temos uma menininha de dois anos e o pequeno vai fazer um. Para mim, está sendo muito lindo ter minha família por perto, muito bom. Em questão de carreira, já atingi a seleção principal, mas só atingir não era o meu objetivo. Meu objetivo é permanecer ali. Venho trabalhando muito para isso.
Por que o jogador de futebol precisa amadurecer rápido?
Acho que o jogador de futebol evolui muito rápido na questão de maturação porque passa a viver sozinho desde os 16, passa a aprender coisas sozinho, então é meio que uma obrigação se amadurecer assim tão rápido. A questão é que tem que ter as pessoas certas ao seu lado para te ajudar nisso. Tem que ter a família, poder conversar muito bom eles, ter um apoio dos procuradores, isso tudo ajuda muito a manter o foco dentro de campo. A partir disso, o essencial é o jogador ter mesmo a cabeça para amadurecer o mais rápido possível.
Você já falava italiano? Como foi a questão da língua?
Não, eu não falava nada. Só falava o português mesmo, o inglês básico do básico, mas quando cheguei aqui, no primeiro mês, fiz 10 aulas de italiano e depois fui aprendendo dentro do vestiário. O Tolói, na Atalanta, me ajudava bastante, traduzia algumas coisas, outras eu entendia mais ou menos e dali para frente fui aprendendo italiano. Hoje, já me viro muito bem.
Inclusive, queria saber se tem alguma história inusitada que você possa contar. Alguma confusão por conta do idioma ou alguma brincadeira com amigos do time.
Perrengue, perrengue, não. Eu fui bem malandro. Quando eu cheguei aqui, já que eu não falava nada e precisava de um carro para ir para os treinos e tudo, a primeira coisa que eu fiz foi pegar o Tolói e levar na concessionária e ele falava tudo para mim (risos). Mas, perregue, perrengue, não passei, graças a Deus.
A Roma e os brasileiros têm uma história próxima. Juan, Aldair, Toninho Cerezo, Cafu, Falcão, enfim… Já conversou com algum desses ídolos?
Juan, eu cheguei a jogar contra ele no Fluminense enquanto ele estava no Flamengo, e o Aldair, no verão passado, passei uns dias na praia e encontrei ele e jogamos futevôlei juntos. Uma pessoa excepcional. Me abraçou, perguntou tudo aquilo que tinha para perguntar, eu também perguntei, e o que eu precisasse poderia chamar ele. É um cara muito excepcional aqui. Não é à toa que é um ídolo da Roma e como pessoa é excepcional.
Tem algum conselho específico dele?
Foram vários assuntos (risos). Desde a brincadeira até um assunto um pouco mais sério, mas foi uma conversa muito boa, deu para aprender bastante. É um cara muito descontraído, que dá para levar como exemplo e eu agradeço muito.
Você já falou que a formação no futebol italiano é muito boa para os defensores. Como é o tipo de trabalho feito aí?
O futebol italiano te faz aprender muito sobre sistema defensivo, não só individualmente como em conjunto, então aprendi muito desde que cheguei aqui. Eu tinha 18 para 19 anos, era um gurizinho ainda, mas aprendi muito sobre movimentação, sobre posição, sobre estar posicionado dentro de campo, posição de corpo, bola, é muita coisa que eles ensinam e você vai aprendendo nos treinos, num dia mais específico. No dia a dia, se conseguir assimilar bastante, consegue aprender bastante.
Você fez algum trabalho para ganho de força ou físico?
Não. Quando eu cheguei, não, mas a Atalanta era um time que fazia muito trabalho de força na academia em geral. Não era algo para atletas específicos, mas em grupos. Me ajudou muito, muito mesmo, eram feitos trabalho de academia duas vezes por semana, trabalhos fortes, e alguns outros para estar alinhado.
Queria que você falasse um pouco sobre a sua relação com o Mourinho. O que ele tem de diferente?
É um trabalho excepcional. É uma pessoa muito especial. Ele sabe como lidar com cada um. É um cara que trabalha muito no mental, conversa com cada jogador da maneira que ele acha melhor possível, desde o dia que se apresentou até os dias de hoje ele continua sendo a mesma pessoa. É um cara muito competitivo, que quer ganhar sempre, então não tem muito o que dizer dele mesmo. Só as expressões dele na beira do campo já diz tudo.
FINAAAALEEEEEE @OfficialASRoma 💛❤️💛❤️ @EuropaLeague pic.twitter.com/3OOLB4veBi
— Roger Ibañez (@ibanez41oficial) May 18, 2023
E esse momento do Fluminense?
Tenho acompanhado alguns jogos. Na última convocação que teve, estive com o André, volante, porque encontrei ele na base do Fluminense quando cheguei e ele estava lá também. Agora, vendo ele no profissional, indo bem e tendo continuidade e fiquei feliz por ele. Esse momento que o Fluminense está com o Diniz é um momento muito bom, estão bem demais, encaixados e entrosados, e isso ajuda muito. O Diniz é um cara que eu sou grato, que me ensinou bastante, mesmo com o pouco tempo que tive com ele.
Sobre o Fernando Diniz, como ele era?
Para ser sincero, foi pouco tempo mesmo, mas foi um pouco tempo muito legal. É um cara que, o que ele tiver que falar para ti, ele vai falar, sendo bom ou ruim, ele vai falar na sua cara e isso é muito interessante dele. Acho isso muito interessante nele. É uma maneira que ele tem de ser e, para mim, como jogador, é a melhor coisa que tem. É a melhor coisa ter alguém para falar a verdade na cara, sendo bom ou ruim, então isso acho que o torna bastante especial também. De trabalho, é um cara bem diferente, que procura aprender cada vez mais e cada trabalho que ele dava dentro de campo era diferente a cada dia.
Você está vivendo mais uma grande temporada. Qual a sua expectativa para essa convocação da seleção brasileira?
Acho que a seleção vem de tudo aquilo que você faz dentro do clube. Se você se mantém em alto nível, concentrado dentro do clube, aquilo vem como uma conquista. É isso que eu procuro fazer, ter um foco total aqui na Roma, trabalhar o mais forte possível, estar o mais preparado possível para que, se acaso venha uma convocação, eu esteja pronto para estar ali.
Orgulho e honra! Vamos Brasil 🇧🇷 @CBF_Futebol pic.twitter.com/pL06h4GRhQ
— Roger Ibañez (@ibanez41oficial) May 28, 2023
Você acha que agora vai ser um jogador constante nesse novo ciclo de Copa? O que você sente?
Espero o melhor da seleção brasileira. Sabemos que, como seleção brasileira, a gente tem os melhores jogadores sempre e são muitos, então a competitividade é muito grande para estar ali e isso de se manter em forma, o melhor possível, é uma coisa muito importante.
O que você aprendeu nas convocações anteriores?
Cara, é um momento muito especial estar ali no meio de tantos jogadores que são idolatrados no mundo inteiro. Aprende-se só de estar sentado, jantando, tomando um café, imagina dentro de campo. Dentro de campo é outro nível, outra história, em que se aprende muito fácil.
E a explicação do nome Ibañez?
O nome Ibañez vem da minha mãe, que é uruguaia. Quando eu subi para o profissional no Fluminense, me fizeram uma pergunta sobre o que eu queria colocar na camisa, se Roger ou Ibañez. Eu pensei que Roger tem vários jogadores, então eu seria mais um. Ibañez é mais impactante, o marketing é mais legal (risos). É mais impactante, muito forte.
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