Entrevista com Jair Ventura – “Eu não sou um treinador de uma nota só”

Em conversa com o Sambafoot, técnico diz ser um profissional mutável e que não se prende a rótulos
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Publicado em 01/03/2022 às 16h55

Jair Ventura é treinador e ex-jogador de futebol. Um dos principais nomes na nova safra de técnicos brasileiros, ele tem apenas 42 anos de idade, mas já trabalhou em alguns dos principais clubes do futebol brasileiro. Sua passagem de maior destaque até aqui foi no Botafogo, entre 2016 e 2017, mas ele também já comandou grandes equipes como Corinthians e Santos. Seu último trabalho foi no Juventude, time que comandou na reta final do Brasileirão 2021 e conseguiu o objetivo de manter a equipe na Série A.

Mesmo com o pouco tempo de carreira, ele já coleciona rótulos – que, segundo ele, sempre vão existir – e se considera um profissional flexível e aberto à troca de ideias com seus jogadores, “os protagonistas do jogo”, como ele diz.

Em entrevista exclusiva ao Sambafoot, Jair fala sobre como é atuar no futebol sendo filho de um dos principais jogadores da história do esporte no Brasil, revela os desafios dos trabalhos de recuperação em equipes da primeira divisão nacional, e as expectativas para a Copa do Mundo do Qatar no fim do ano. Abaixo, você confere na íntegra esse bate-papo com um dos treinadores mais jovens do Brasil que não acredita, acima de tudo, que um profissional “é melhor que o outro pela idade ou pela cor do passaporte”.

 

Sambafoot: Vamos começar falando sobre o seu início no futebol: A sua carreira como jogador foi muito curta. Por quê? Você se arrepende de ter parado tão cedo?

Jair Ventura: Minha carreira foi muito curta porque eu fiquei longe da excelência. Fiquei longe dos meus objetivos. Eu sou um cara que me cobro muito, e estava cada vez mais distante o sonho de atuar e trabalhar em grandes clubes. Quando eu me vi na segunda divisão do Rio, no Mesquita, onde joguei, e dois anos na África, no Gabão, eu decidi buscar um novo caminho no futebol, fora do campo. Então, em 2005, eu fui fazer faculdade de Educação Física e me formei em 2009. Já em 2010, eu fiz o meu primeiro jogo como treinador profissional.

Eu fico feliz que eu tenha parado (de atuar como jogador). Lógico que ainda sonho de vez em quando em estar jogando, poderia ter insistido um pouco mais. Mas como eu estava distante dos meus antigos objetivos, eu busquei novos. Hoje eu fico feliz de ter alcançado grandes clubes e de ter trabalhado por três anos nas categorias de base da seleção brasileira. Então, eu fico feliz de não ter alcançado de um lado, mas, ainda em início de carreira como treinador, já ter alcançado grandes clubes e também a seleção brasileira.

 

Sambafoot: Qual o peso de ser filho de Jairzinho, um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro? Qual influência que isso teve na sua trajetória como jogador?

Jair Ventura: O peso é muito grande, eu sempre falo isso nas oportunidades que eu tenho. Só de você nascer filho do Jairzinho, já é um privilégio. Eu saí de casa com 16 anos, mas até lá morar com um ídolo na porta do quarto ao lado é fantástico. Mas o peso, como eu fui atacante, principalmente aqui no Brasil, é grande. No exterior, tem vários exemplos de parentes no futebol, né? Ronald de Boer e o irmão Frank de Boer jogaram juntos, tem o Maldini e o filho dele e o próprio Mazinho que os filhos todos são brasileiros, mas fizeram carreira lá fora.

Aqui no Brasil é um pouco mais difícil, a cobrança é bem maior. Mas eu faria tudo de novo se eu pudesse escolher ser filho do Jairzinho. Se eu pudesse ser filho de novo eu aceitaria porque é um privilégio muito grande você ter um pai que é um ídolo e não só como isso, ele é referência para mim como pessoa, conduta, caráter e ser humano. Ele é, com certeza, a minha grande referência por tudo que ele é não só dentro do campo, mas sim como pessoa, principalmente, por tudo isso que eu falei.

 

Sambafoot:  Como técnico, você assumiu o Botafogo em 2016, após a saída do Ricardo Gomes, e fez uma campanha histórica. O que você acha que contribuiu para tanto sucesso em um período tão curto de tempo?

Jair Ventura: Primeiro os jogadores, né? Eles são sempre responsáveis por tudo. Lógico que eu tinha nove anos e 11 meses de Botafogo, e conhecer o clube ajuda. Mas o principal é você conhecer os seus atletas. Como eu era auxiliar da casa, eu conhecia as características de todos os jogadores. Sem exceção, incluindo os jogadores da base que eu sempre acompanhava. Então, é por isso que o treinador pede tempo. A gente vê os treinadores ficando pouco tempo nos clubes porque, quando você não conhece os jogadores, fica tudo muito mais difícil. Mas você me pergunta: “Você não conhece vendo os jogos e jogando contra?” Não! Você realmente conhece os atletas quando você trabalha com eles no dia a dia, nos treinos específicos.

O dia a dia te dá a oportunidade de ver o que eu fiz, por exemplo, com o Bruno Silva, que já tinha jogado até de zagueiro no Avaí, fazer praticamente um externo com a gente. Você trazer um Lindoso, que era camisa 10 do Madureira fazer o segundo volante, pra gente ganhar na fase de construção. Dobrar os laterais, como fizemos com Diogo Barbosa e Victor Luís. Essas são situações de você conhecer as características do seu elenco e que acaba facilitando muito o trabalho. E foi importante, é lógico, eles terem comprado a ideia e terem executado da melhor maneira possível. Eu acredito que os protagonistas do jogo são sempre os jogadores. 

 

Sambafoot: Ao final de 2016, você foi muito cobiçado por outros clubes, que talvez tinham até maior poder de investimento, mas preferiu renovar com o Botafogo por outras duas temporadas. Hoje, olhando para trás, você acha que tomou a decisão correta?

Jair Ventura: Eu tenho certeza! Eu fui muito questionado por isso no final de 2017 quando eu saí de lá, depois de 99 jogos e dez anos de Botafogo. Mas, naquele momento, em 2016, aconteceu aquela arrancada que foi um feito inédito no futebol brasileiro. Quando a gente assume na zona de rebaixamento e termina na Libertadores, de 16º para 5º lugar em um único turno, isso nunca havia acontecido antes no futebol brasileiro.

Lógico que, depois disso, aparecem convites de outras equipes e realmente apareceram. Mas eu entendia que ainda era o momento de eu continuar, de dar sequência no trabalho. Eu fiquei feliz e não me arrependo em nenhum momento de ter continuado (no Botafogo), tanto que 2017 foi o ano da confirmação. Um ano onde fomos até as quartas de final da Libertadores e saímos para o campeão Grêmio, até a semifinal da Copa do Brasil, saindo para o Flamengo e ainda, por um (1) ponto, a gente não conseguiu a classificação consecutiva para a Libertadores de 2018.

 

Sambafoot: Depois, em 2020, como técnico do Sport, você salvou o time do rebaixamento no Brasileirão daquele ano, o que fez com que um torcedor do clube tatuasse o seu rosto como uma forma de homenagem. O que você achou dessa situação?

Jair Ventura: Eu acho que, até hoje, não teve nenhuma forma de gratidão maior do que isso, né? Não foi só o rosto, o torcedor na verdade tatuou o meu corpo inteiro na perna dele. Ele “fechou” a perna. Foi uma situação que, quando me falaram, eu achei que era mentira, mas quando começaram a divulgar na mídia e eu vi, tomei um susto. Lógico que é muito gratificante, isso só mostra o quanto nós, que trabalhamos no futebol, somos responsáveis por levar alegria para o torcedor e saber o tamanho da paixão deles pelo clube.

Isso faz com que a gente se dedique e se empenhe cada vez mais para que a gente possa dar momentos felizes a esses torcedores. O Sport já era dado por muitos como o primeiro time a ser rebaixado, tinha o menor investimento daquele ano, e a gente conseguiu livrá-los do rebaixamento com duas/três rodadas de antecedência, e mantivemos o clube na Série A para o outro ano.

 

Sambafoot: O que houve com a Chapecoense no Brasileirão do ano passado que impossibilitou você e outros técnicos de evitarem o rebaixamento do time? A campanha da Chape, inclusive, foi a pior da história do Brasileirão por pontos corridos. Na sua opinião, quais foram os problemas da equipe?

Jair Ventura: A questão da Chape eu até já expliquei algumas vezes. Quando aconteceu o acidente, eu estava no melhor momento da minha carreira e perdi muitos amigos naquele avião. Um deles foi meu treinador e ex-auxiliar, o Caio Júnior. Naquele momento, eu não sabia o que aconteceria no meu futuro, na minha carreira. Mas eu fiz uma promessa para minha família e para minha comissão que, caso eu tivesse a oportunidade, eu trabalharia na Chape. Se você analisasse as circunstâncias, e eu sempre faço isso com os clubes que me convidam, eu não aceitaria o convite.

Agora, respondendo a sua pergunta: o time que classificou na Série B foi desmontado para disputar a Série A. Então, quando você vai para uma competição muito mais difícil com um time mais fraco que você tinha na Série B, fica complicado. A Chape perdeu as principais peças e não repôs, então dá no que deu. Por isso que eles tiveram cinco treinadores no ano passado e nenhum deles conseguiu dar uma resposta, porque o time foi desmontado da Série B para a Série A.

 

Sambafoot: A sua chegada no Juventude no último Brasileirão deu fôlego ao clube, que conseguiu se livrar do rebaixamento na última rodada. Quais foram os fatores determinantes para isso? E por que o trabalho não teve sequência esse ano?

Jair Ventura: Foi a terceira vez que pegamos um time na zona de rebaixamento e conseguimos livrar. Foi assim no Botafogo, no Sport e depois no Juventude. Eram 11 jogos e a gente estava a seis pontos pra sair da zona, e conseguimos a permanência na Série A. Foi difícil? Foi! Foi na última rodada? Foi! Mas a gente teve um percentual muito bom, maior do que o do Fortaleza, por exemplo, que se classificou para a Libertadores. E os atletas foram determinantes mais uma vez. Eu acreditava muito naqueles atletas. Apesar de eu ter perdido o Paulinho Boia, um jogador importante que fez só um jogo comigo e foi vendido na sequência… A gente perdeu um jogador desse na parte mais decisiva do campeonato, ficando com menos força. Eu também já tinha perdido o Matheus Peixoto, que era o artilheiro da equipe.

Mas graças à entrega e à dedicação dos atletas, a gente conseguiu esse feito aí. Assim como foi no Sport, o Juventude também era o time de menor orçamento naquela ocasião, e mesmo assim a gente conseguiu a permanência para o ano seguinte. E no outro ano o que aconteceu é aquilo que já falei, né? Não dá para te explicar, os responsáveis pela demissão que tem que explicar, mas fica claro que se você, em apenas quatro jogos, não alcança os resultados, as mudanças acontecem. Isso não acontece só no Juventude, mas no futebol como um todo.

 

Sambafoot: Aos 42 anos, você já passou pelo Botafogo, Santos, Corinthians, Sport, Chape e Juventude. Quais são seus planos para o futuro? Segue sempre estudando?

Jair Ventura: Sim, sigo sempre estudando. Principalmente nesses momentos que a gente está em casa. Porque, quando a gente está trabalhando, a gente vive o clube, seu time e o próximo adversário. Mas quando a gente está em casa, a gente consegue ver as tendências do futebol mundial. A gente consegue parar para acompanhar outras ligas. Estudar bastante é sempre bom. Me fizeram uma pergunta, se eu estava pronto para assumir o Botafogo em 2016, e eu disse que não. Os repórteres levaram um susto na entrevista coletiva: “Se você não está pronto, o que você está fazendo aí”?

E eu acredito que eu não vou estar pronto nunca. Eu acho que você tem sempre que estudar, sempre se aprimorar. Eu, com certeza, sou um treinador muito melhor do que era ontem. A gente faz reuniões semanais com a comissão, já buscamos novos treinos e coisas novas. Eu não posso ter resultados diferentes se eu fizer as mesmas coisas. A gente está sempre aprimorando e buscando coisas novas para evoluir. Não só como profissional, mas como pessoa. Isso que é a parte boa de ser um treinador jovem: a gente sempre tem coisas novas para aprender e para buscar evoluir.

 

Sambafoot:  Você foi rotulado por alguns jornalistas como um técnico “retranqueiro”, e já disse ter orgulho dessa fama. O que você pensa sobre as críticas ao estilo de jogo mais reativo? Você acredita que, dependendo do clube de atuação, essa é a melhor maneira de a equipe se portar em campo?

Jair Ventura: Os rótulos estão aí, né? Principalmente para as pessoas que fazem coisas importantes. Não tem jeito! Quando eu era auxiliar, eu não tinha rótulo porque eu não tinha assumido nenhum grande clube. O primeiro treinador que abriu as portas para eu estagiar foi o Cuca, que hoje é um dos maiores treinadores do futebol brasileiro, campeão de tudo. Quando eu comecei a estagiar, ele tinha o rótulo de perdedor, e hoje ele é um dos maiores vencedores do futebol brasileiro. Os rótulos estão aí para serem quebrados e vão sempre existir.

Eu acho que o grande segredo dos rótulos é respeitar a opinião das pessoas, mas não deixar aquilo te definir. Você tem que respeitar o que acham de você, mas saber que os rótulos que as pessoas colocam não te definem. Eu respeito a opinião de todo mundo, mas eles não me definem. Eu classifiquei na fase de grupos da Libertadores de 2017 com o Botafogo em primeiro lugar com uma rodada de antecedência com posse de bola de 44% por jogo, ou seja, era um futebol reativo. Eu fui para o Santos, onde eu tinha um elenco de jogadores com características totalmente diferentes dos atletas do Botafogo, e classifiquei em primeiro na fase de grupos da Libertadores de 2018, também com uma rodada de antecedência, mas agora com 78% de posse de bola.

Ou seja, você pode alcançar resultados bons com modelos de jogos diferentes, desde que você tenha jogadores com características para isso. Eu digo sempre que eu vou ser esse treinador: eu não vou ser um treinador de uma nota só. O time onde eu chegar, se tiver características de jogar de uma maneira, eu vou jogar. Eu só não sou um cara que vou chegar num lugar e fazer os jogadores, que não tem uma característica, fazer uma coisa que eles vão ter dificuldade de fazer. Eu vou sempre me adaptar às características dos clubes que eu estiver trabalhando. Eu hoje tenho mais de 220 jogos como treinador, e é isso que eu sempre procurei fazer em todos os clubes que passei.

 

Sambafoot: Você entrou em uma polêmica quando fez um comentário sobre a vinda de técnicos estrangeiros para o Brasil uns anos atrás. De lá pra cá, esse intercâmbio se tornou muito mais frequente. Como você rebateu às críticas e como enxerga hoje essa situação? E você pretende, algum dia, trabalhar em outro país?

Jair Ventura: Um dos meus rótulos também é de me posicionar. Eu sempre vou me posicionar naquilo que eu acho e acredito. Eu acho que, para você ser líder e ser gestor, você tem que ser um cara que sabe se posicionar. Eu me posicionei e me posiciono de novo em relação a isso. Eu falei e volto a repetir que eu acho que tem que ter reciprocidade. Se você exige uma licença pra gente trabalhar fora do país, por que não é exigido essa licença para quem vem trabalhar em nosso país? Muitas pessoas me perguntaram se tínhamos que ter só treinadores jovens, quando veio a leva de treinadores jovens, e eu falei que não. Eu falei que tem que ver quem são os melhores, e não ver apenas a idade.

E eu vejo a mesma situação com os estrangeiros. Tem que vir os melhores estrangeiros, tem que ficar no futebol aqueles que forem bons. Se forem jovens, mais experientes, não interessa. Se você achar que uma pessoa é melhor que a outra pela idade ou pela cor do passaporte, chega a beirar a ignorância, na minha humilde opinião. A pessoa pode ser boa independentemente de onde nasceu e da sua idade e experiência. Eu acho que tem que ficar no futebol brasileiro todos aqueles que estejam mais qualificados para que a gente possa sempre estar melhorando o nosso futebol como um todo.

 

Sambafoot: Quem são os treinadores que você mais admira e por quê?

Jair Ventura: Eu tenho uma série de treinadores que eu admiro. Eu fui auxiliar quase dez anos no Botafogo, e hoje eu sou treinador graças a todos os treinadores com quem eu trabalhei. Não vou citar o nome de todos porque foram muitos, mas eu tenho o respeito e gratidão a todos eles. Eu só sou treinador hoje graças a eles.

Mas a minha grande referência é o Zagallo. É um cara que é campeão de tudo e que é referência dentro e fora dos gramados. Mas eu acompanho o trabalho de diversos treinadores, cada um com as suas características e, como eu sou um cara mutável, eu aprendo com todos os treinadores, já que eu não sou um treinador de uma nota só.

 

Sambafoot: Qual foi o melhor jogador com quem você já trabalhou? O técnico também aprende e evolui dependendo dos jogadores com quem trabalha?

Jair Ventura: Difícil responder. Eu trabalhei com muitos jogadores bons e não posso ser injusto de citar apenas um. E eu acredito que sim, a gente aprende com os atletas. Eu fui staff muito anos. Fui preparador físico, analista de desempenho, observador técnico, auxiliar técnico e treinador de sub-20 até me tornar treinador profissional. Eu não sou um cara centralizador, eu respeito todos os setores. Lógico que as cobranças são feitas quando as coisas não acontecem, e a gente cresce muito nesses momentos não só como profissional, mas como atleta também.

Eu não tenho essa gestão de imposição, não sou um líder de impor, respeito aqueles que são, mas não é a maneira que eu acredito de agir. E eu troco ideias com meus atletas. É lógico que a última palavra é do treinador, mas eu os escuto sim, a porta da minha sala está sempre aberta para debater e crescer juntos. Então, é lógico que a gente cresce, com certeza. A gente cresce com as pessoas mais simples dentro de um clube, imagina com os protagonistas do espetáculo que são os jogadores? Com certeza a gente cresce com essa troca de ideias com eles.

 

Sambafoot: Para finalizar, uma pergunta sobre a seleção brasileira: O que você acha do trabalho do técnico Tite? Dá para confiar no tão esperado hexa esse ano?

Jair Ventura: Sobre o trabalho do Tite, eu acho que a gente tem hoje o melhor treinador no melhor cargo. Temos outros bons treinadores, mas você fica se perguntando: “Por que o Tite chegou na seleção?” Primeiro, porque ele ganhou a Libertadores e ganhou o Mundial. Em questão de títulos, ele alcançou o auge. Ele é o último ganhador mundial por clubes no futebol brasileiro. Então, ele tem méritos. Segundo, porque ele tem os melhores resultados de todos os treinadores que passaram pela seleção. E aí você me pergunta por que ele recebe críticas, e eu te falo do Zagallo, o maior vencedor de todos os tempos da seleção brasileira. Ele ia depois de todo jogo para as câmeras falar que a gente tinha que “engolir” ele. Vai ser isso com todos os treinadores que trabalharem na seleção, eu já disse isso algumas vezes.

Eu cheguei a ser rejeitado pelo Tite no Caxias, quando fui fazer teste lá pra ser jogador, e eu brinco que ele foi um visionário. Hoje, ele me fez um treinador em início de carreira. Mesmo naquela época, que eu fiquei lá no Caxias três meses fazendo teste, eu vi que ele era um treinador diferente. Mesmo jovem, ele ganhou o Gauchão e foi para o Grêmio e decolou. Eu tive o privilégio de ser jogador dele por um período curto, mesmo que ele tenha me mandado embora. Mas, com certeza, a gente tem hoje um grande treinador à frente da seleção. No jogo contra a Bélgica, na última Copa, teve aquela bola do Renato Augusto que passou perto do gol e um pênalti não marcado no Gabriel Jesus, e isso mudaria o jogo. O fato é que fomos eliminados, mas tivemos uma boa performance. Não só na Copa, mas agora também nas eliminatórias. Os números que ele vem conquistando deixam a gente bem representados, e espero que ele consiga trazer esse título para o Brasil, que é o que todos nós queremos.

 

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