O técnico do Irã, Carlos Queiroz, criticou os torcedores que protestaram nas arquibancadas nesta segunda-feira (21), durante o jogo da seleção contra a Inglaterra. Para Queiroz, os problemas políticos podem ter afetado seus jogadores durante a partida.
Protest by Iranian fans – booing their own national anthem ahead of match against England. #Qatar2022 #iran pic.twitter.com/3YN5V2y7BO
— Jonathan Swain (@SwainITV) November 21, 2022
O duelo, válido pela 1ª rodada da fase do Grupo B da Copa do Mundo, terminou em 6 a 2, com vitória dos ingleses. No momento do hino do Irã, os torcedores que estavam presentes vaiaram, e os atletas iranianos ficaram em silêncio, se recusando a cantar. Iranianos levantaram placas que tinham as cores da bandeira do país e as palavras “mulheres”, “vida” e “liberdade”.
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Protestos continuam onda iniciada após morte de iraniana
“Todos os iranianos são bem-vindos ao estádio. Eles têm o direito de criticar o time. Mas aqueles que causam perturbações por problemas fora do futebol não são bem-vindos. Em 2014 e 2018, tivemos total apoio dos torcedores. Agora, veja o que aconteceu hoje. Os fãs que não estão tão dispostos a torcer, deveriam ficar em casa”, disse o técnico após o jogo.
Já temos o 1º momento marcante da Copa! Torcida iraniana vaiou e os jogadores não cantaram o hino do Irã, em protesto ao regime autoritário no país e a repressão às mulheres.
Pra quem acha que política e esporte não se misturam, tá aí mais uma baita demonstração do contrário! pic.twitter.com/UPw5zCAZtR
— Pedro Moreno (@pedromoreno90_) November 21, 2022
“Não importa o que eles façam ou falem, todo mundo joga pelo povo, representam todo o povo, sem religião, sem cor. Então deixem eles jogar. Não significa que eles não têm opinião. Eles têm. No momento certo eles vão expor”, completa.
Os protestos exigiam liberdade ao direito das mulheres no Irã. As manifestações dão continuidade a uma onda de protestos no país, que começaram após a morte de Mahsa Amini, iraniana de origem curda de 22 anos que foi detida pela Polícia da Moralidade no Teerã há cerca de dois meses.
A mulher foi acusada de infringir o código de vestimenta feminino, que é rígido no país, ao deixar uma mecha do cabelo aparecer. Mahsa entrou em coma e faleceu três dias após o ocorrido, no hospital. Apesar do Irã afirmar que Amini morreu por uma doença, a família alega que houve espancamento.