Inglaterra e País de Gales recuam e vão jogar sem braçadeira com cores do arco-íris

Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça também foram obrigadas a recuar depois de ameaça da Fifa.
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Publicado em 21/11/2022 às 11h28

As seleções da Inglaterra e do País de Gales recuaram e decidiram não usar as braçadeiras com as cores do arco-íris, usada para demonstrar apoio à comunidade LGBTQIAP+, após uma ameaça da FIFA de que os capitães poderiam receber um cartão amarelo instantâneo e multa.

“A Fifa deixou muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo”, disse um comunicado conjunto das Associações de Futebol da Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça.

 

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Fifa está preparada para impor duras sanções

“Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo da FIFA”, continua o comunicado.

As equipes disseram ainda que estão preparadas para “pagar multas que normalmente se aplicariam a violações dos regulamentos”, mas que “não podem colocar nossos jogadores na situação em que possam receber um cartão amarelo ou até mesmo serem forçados a deixar o campo de jogo”.

“Estamos muito frustrados com a decisão da Fifa, que acreditamos ser sem precedentes – escrevemos à Fifa em setembro informando sobre nosso desejo de usar a braçadeira One Love para apoiar ativamente a inclusão no futebol, e não tivemos resposta”, acrescentou o comunicado.

Declaração Polêmica

A posição da entidade máxima do futebol ocorre depois que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse “hoje me sinto gay” durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (18), no qual ele sugeriu que entendia a situação de vários grupos minoritários porque era ruivo.

“Hoje me sinto catariano. Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto (como) um trabalhador migrante”, disse ele.

“Claro que não sou do Catar, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas me senti assim, porque sei o que significa ser discriminado, sofrer bullying, como estrangeiro em um país estrangeiro. Quando criança sofri bullying porque eu tinha cabelo ruivo e sardas, além de ser italiano, então imagine.”

FSA se pronuncia

A Football Supporters Association (FSA) emitiu um comunicado expressando toda a sua indignação para com a FIFA, onde deixou claro entender a decisão das que optaram por recuar diante de possíveis sanções severas.

“Parafraseando o presidente da Fifa, Gianni Infantino, hoje os torcedores LGBT+ do futebol e seus aliados vão ficar com raiva”, disse a entidade em um comunicado postado no Twitter.

“Hoje nos sentimos traídos. Hoje sentimos desprezo por uma organização que mostrou seus verdadeiros valores ao dar o cartão amarelo aos jogadores e o cartão vermelho à tolerância”, continua a declaração.

“Nunca mais uma Copa do Mundo deve ser entregue apenas com base em dinheiro e infraestrutura. Nenhum país que não cumpra os direitos LGBT+, direitos das mulheres, direitos dos trabalhadores ou qualquer outro direito humano universal deve receber a honra de sediar uma Copa do Mundo.”

A Inglaterra abre sua campanha na Copa do Mundo ainda hoje (21) contra o Irã, às 10h (horário de Brasília) e o País de Gales joga contra os EUA, às 16h.

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Meu nome é Tatiana Oliveira, sou jornalista e estou dando meus primeiros passos na cobertura esportiva. Anteriormente, atuei como redatora e editora de entretenimento no...