Ironicamente, dois jogadores da Arábia Saudita, time que venceu a Argentina por 2 a 1 na fase de grupos, já jogaram no Brasil. Al-Faraj, volante titular e capitão do time árabe, e Al-Abid, meia que entrou em campo no segundo tempo, tiveram uma breve passagem pelo Fluminense, em 2009.
Os atletas participaram de um intercâmbio em Xerém, com outros jogadores, entre os meses de junho e julho daquele ano. O grupo de 15 atletas fazia parte das categorias de base do Al Hilal, maior clube da Arábia Saudita. Os jovens participaram de um amistoso na cidade de Três Rios, no interior do Rio de Janeiro.
Na ocasião, o gerente e tradutor do grupo era Mohamad Alsalloumi, ele explica como o intercâmbio aconteceu.
“No Brasil, Xerém sempre foi a melhor categoria de base. Comentei várias vezes, estava trabalhando no Al Hilal, e falei com o príncipe sobre levar esses jogadores, com talento, para melhorar em Xerém. Ele aceitou, e eu organizei tudo e fui com eles. Eles aprenderam muito. E tinha um treinador árabe, Other Valanteno, que também seguiu conosco, trabalhava no Al Hilal. Eu era o tradutor deles”, Alsalloumi também trabalhou com o ex-tricolo Thiago Neves durante a passagem do atleta pela Arábia Saudita.
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A boa relação do Fluminense com o Al Hilal se confirma em uma carta, enviada pelo tricolor carioca, ao diretor estrangeiro para elogiar os jogadores árabes.
“Primeiramente queremos parabenizá-los pelo excelente time. Fizemos um grande trabalho aqui neste mês porque os jogadores já tinham um bom nível, então pudemos submetê-los a exercícios de qualidade e jogos difíceis. (…) Nós recomendamos que o grupo trabalhe duro porque tem um bom futuro no esporte”.
A comunicação tinha assinatura de André Medeiros, atualmente coordenador do programa de intercâmbio do Flu. Ao comentar a experiência com os jovens árabes, Medeiros destacou a capacidade técnica dos atletas que promoveram a primeira zebra do Qatar, em 2022.
“Em 2009, recebemos em Xerém um grupo de jogadores da base do Al-Hilal, da Árabia Saudita. Na ocasião, a diretoria da base do clube era a mesma de hoje, com Rui Reisinger e Orlando Souza. Antônio Garcia também já trabalhava conosco. Realizamos um bom trabalho, incluindo amistosos e treinos. Tudo o que precisávamos para preparar os jogadores. É motivo de orgulho saber que seis se tornaram profissionais, seja do próprio Al-Hilal ou de outras equipes, como o Al-Faraj, que vai para a terceira Copa do Mundo, a segunda como capitão”.
O intercâmbio nas categorias de base é desenvolvido desde 2001 pelo Fluminense. Em determinados períodos, a iniciativa é intensificada para confirmar a importância do programa e a capacidade de transformação que o clube busca proporcionar aos atletas.