Neste domingo (27), durante a partida entre Espanha e Alemanha, alguns torcedores do Qatar mostraram cartazes do meia Mesut Özil das arquibancadas do Al Bayt. Cobrindo a boca com a mão, a atitude foi para ironizar, mais uma vez, os protestos feitos pelos atletas alemães na estreia, que fizeram o gesto de censura antes de serem derrotados para o Japão.
O “contra-ataque” feito pelos torcedores teve como objetivo lembrar aos alemães que o ex-jogador da seleção acusou a Federação Alemã de Futebol de racismo e desrespeito, sendo este também um dos motivos para anunciar a aposentadoria da equipe que representa seu país após a Copa do Mundo da Rússia. Özil tem ascendência turca, e em 2018, afirmou ser perseguido e discriminado também por expressar opiniões favoráveis à imigração e ao multiculturalismo na Alemanha.
VEJA TAMBÉM:
++ Copa do Mundo: confira resumo da 2ª rodada do Grupo E no torneio
++ Manuel Neuer torna-se um dos goleiros com mais jogos disputados em Copas do Mundo
++ Copa do Mundo: o que cada equipe do Grupo E precisa fazer para garantir vaga nas oitavas de final
Aproveite e siga o Sambafoot no Facebook, no Instagram e no Twitter!
Özil se aposentou da seleção alemã por se sentir perseguido e discriminado
Özil teria causado polêmica ao postar uma foto ao lado do presidente da Turquia, Recep Endogan. A possível conotação política desse encontro, que também contava com o meia Ilkay Gündogan (também descendente de turcos), não teria agradado a Federação. De acordo com o ex-jogador da seleção alemã, a intenção não era alimentar uma polêmica antes e durante o Mundial, mas após o torneio, revelou o descontentamento com a maneira como foi tratado desde antes do episódio pelos dirigentes esportivos da Alemanha, entre outras pessoas.
A fan goes around the Germany fans holding up a poster of Mesut Ozil and covering his mouth. pic.twitter.com/AfSPhKWP8L
— SPORTbible (@sportbible) November 27, 2022
Na ocasião, o atleta afirmou ter ficado bravo por ter sido acusado de desrespeitar os direitos humanos, além de ser alvo de discriminação, e também por não ter sido defendido pelos dirigentes da Federação. “Eu costumava vestir a camisa alemã com tanto orgulho e emoção, mas agora não uso. Sinto-me indesejado e penso que o que consegui desde a minha estreia internacional em 2009 foi esquecido”, escreveu Özil, em comunicado de 2018.
Na partida de estreia, os titulares da Alemanha posaram para a foto oficial da equipe de antes do jogo com as mãos na boca. O protesto era contra a proibição da FIFA em relação a braçadeira de capitão, com mensagem e símbolo de apoio aos LGBTQIAP+. O goleiro Manuel Neuer ia usar o item, mas a federação determinou uma punição para quem descumprisse a medida adotada. No Qatar, as práticas homossexuais são consideradas crime, podendo resultar em uma pena de oito anos de prisão ou até mesmo de morte.
Atualmente, aos 34 anos, Mesut Özil atua no İstanbul Başakşehir, após sair do Fenerbahçe, ambos da Turquia. Ele foi revelado pelo Schalke 04, passou pelo Werder Bremem, e também defendeu o Real Madrid e o Arsenal. O atleta foi campeão mundial em 2014, na Copa do Mundo do Brasil, que consagrou a Alemanha com o tetracampeonato.
A Alemanha retorna aos campos na próxima quinta-feira (1), às 16h (de Brasília), contra a Costa Rica.