Prejuízos da guerra: Shakhtar cobra milhões da FIFA por suspensão de contratos

Maior entidade do futebol internacional permitiu que atletas de clubes ucranianos pudessem se transferir para outras equipes
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Publicado em 29/07/2022 às 07h43

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia, iniciado em fevereiro desse ano, traz prejuízos e problemas econômicos não só nesses dois países, mas em todo o mundo. No futebol não é diferente.

Os russos invadiram o país vizinho em 24 de fevereiro e, desde então, as atividades comuns do dia-a-dia tiveram que ser paralisadas por lá. A FIFA, maior entidade do futebol internacional, permitiu, então, que os jogadores que atuavam em clubes de ambas as nações pudessem romper seus contratos e assinar com outros clubes.

O problema é, quem vai pagar as contas dos danos que as equipes ucranianas tiveram com essa situação?

Shakhtar processa a FIFA na justiça desportiva

O Shakhtar Donetsk, um dos maiores clubes da Ucrânia, entrou com uma ação contra a FIFA, em 20 de julho, na Corte Arbitral do Esporte (CAS) – a instância mais alta da Justiça Desportiva no mundo.

A maior entidade do futebol internacional permitiu que jogadores que trabalham tanto na Rússia quanto na Ucrânia suspendam seus contratos com seus clubes para assinarem com equipes de outros países até 30 de junho de 2023.

Os contratos não foram totalmente rompidos, já que os jogadores podem apenas assinar por empréstimo com equipes de outros países até o meio do próximo ano. Pedrinho, que era do Shakhtar, por exemplo, foi cedido temporariamente ao Atlético-MG.

Razão do processo do Shakhtar

A FIFA tomou essa decisão pensando na preservação de segurança dos jogadores, mas o Shakhtar, que tem 14 estrangeiros em seu elenco, ficou indignado com a suspensão.

Isso porque o clube tinha várias negociações em andamento para vender os jogadores e, assim, diminuir um pouco o prejuízo econômico causado pelo conflito. Com essa ação, vários jogadores já assinaram rapidamente com outros clubes, por empréstimo, e deixaram o clube sem poder de decisão.

CEO do Shakhtar ficou na bronca

“Por causa da decisão da FIFA, o Shakhtar perdeu a oportunidade de transferir quatro jogadores estrangeiros por um valor total de 50 milhões de euros. É uma grande pena, A FIFA não se importa conosco”, disse Sergei Palkin, CEO do Shakhtar, nas redes sociais.

“Como é possível me darem uma semana para fechar negócios com 14 jogadores estrangeiros? Quando você está lidando com clubes, jogadores a gentes, fica impossível fazer tudo isso em uma semana. Quando a FIFA emitiu a decisão, em dois dias, perdemos acordos diretos de no mínimo 26 milhões de euros”, completou o dirigente.

Brasileiros que se beneficiaram da ação da FIFA

Confira, na tabela a seguir, os jogadores brasileiros, do Shakhtar, que foram emprestados a outros clubes após a ação da FIFA. Todos os acordos são válidos são até 30 de junho de 2023, menos o de Maycon, que é até dezembro desse ano.

imagem tabela jogadores shakhtar

Outros que estão e estavam no elenco

O zagueiro Marlon, ex-Fluminense, e o lateral-esquerdo Ismaily, que chegou a ser convocado para a seleção, pelo técnico Tite, em 2018, ainda continuam com seus contratos em vigência com o clube ucraniano e não anunciaram um novo destino.

Antes dessa ação atual, a FIFA já havia liberado os jogadores que estavam na Ucrânia e na Rússia, pouco depois do início do conflito, a fecharem com outros clubes até junho desse ano – a nova medida alongou a data.

Havia, naquela época, mais brasileiros no elenco do Shakhtar. Confira quem eram esses jogadores, e para onde eles foram, na lista abaixo.

  • Alan Patrick (meia): foi para o Internacional;
  • David Neres (meia-atacante): foi para o Benfica, de Portugal;
  • Dodô (lateral-direito): foi para a Fiorentina, da Itália;
  • Fernando (meia-atacante): foi para o Red Bull Salzburg, da Áustria;
  • Júnior Moraes (atacante): foi para o Corinthians;
  • Marcos Antônio (volante): foi para a Lazio, da Itália.
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