É muito raro vermos mulheres em posições administrativas nos times de futebol, não só do Brasil, mas de todo o mundo, não é verdade? Ainda mais quando formos analisar os clubes mais poderosos de cada país.
Mas, no Brasil, uma mulher foi capaz de se tornar referência não só no futebol, mas, também, no mundo dos negócios. Trata-se de Leila Pereira, 57 anos, a atual presidente do Palmeiras, um dos clubes de futebol mais importantes do país.
O sucesso de Leila Pereira
Leila Pereira hoje é conhecida pelos amantes do esporte como a principal investidora do Palmeiras nos últimos anos, fato que a ajudou a se tornar a primeira presidente mulher da história do clube.
Mas, fora dos assuntos esportivos, ela também é muito bem-sucedida: é presidente da Crefisa, uma empresa de crédito pessoal, e também da Faculdade das Américas (FAM), uma instituição de ensino superior presencial e à distância.
Tantos cargos importantes lhe tornaram poderosa financeiramente. Segundo levantamento recente da Forbes, uma revista estadunidense de negócios e economia, Leila é, hoje, a quinta mulher mais rica do país, com uma fortuna avaliada em R$ 7,2 bilhões.
Como Leila virou milionária
A “Tia Leila”, como é carinhosamente chamada pelos torcedores do Verdão, é casada com o empresário palmeirense José Roberto Lamacchia, desde 1998. No início na década seguinte, ela começou a trabalhar com o marido e, em pouco tempo, se tornou uma executiva de sucesso.
Leila assumiu o comando não só da Crefisa e da FAM, mas de todas as outras 11 empresas pertencentes ao seu marido. Com o sucesso empresarial, veio a vontade do marido de ajudar o seu clube de coração: o Palmeiras.
Parceria com o Palmeiras
Leila, que é carioca, era vascaína na infância, mas a paixão de seu marido pelo Palmeiras falou mais alto quando ela pensou em investir no futebol, no final de 2014.
“Era fim de semana. Um sábado. Eu estava tomando café da manhã. O Palmeiras estava quase caindo para a segunda divisão e meu marido estava se recuperando de um linfoma, tendo alta. Eu sugeri: ‘Beto, por que você não patrocina o Palmeiras?’”, recordou a empresária, em entrevista para o UOL.
“Depois de certa dificuldade, consegui marcar uma reunião com o presidente e, à tarde, assinávamos o maior contrato da história do Palmeiras. O maior contrato da América do Sul”, completou.
Resultados dentro de campo
O valor de patrocínio da Crefisa ao Palmeiras é, hoje, de R$ 80 milhões fixos por ano e pode chegar a até R$ 120 milhões, de acordo com os resultados alcançados (títulos). O dinheiro foi usado para reforçar o clube, dentro e fora de campo, que se firmou como uma das potências do futebol sul-americano.
A parceria se iniciou em 2015 e trouxe várias taças ao clube paulista, como duas Libertadores (2020 e 2021) e dois Brasileirões (2016 e 2018). Consequentemente, a torcida começou a idolatrar Leila Pereira que foi eleita, em 15 de dezembro do ano passado, presidente do clube.
Eu e meu marido José Roberto Lamacchia, na cerimônia onde tomei posse como Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. @palmeiras. 💚🇮🇹🐷 pic.twitter.com/shAAINY7ll
— Leila Pereira (@leilapereiralp) December 15, 2021
Outras comandantes no futebol
Leila Pereira é a primeira mulher a se tornar presidente do Palmeiras, mas não é a primeira a administrar um clube do futebol brasileiro. Corinthians, Flamengo e Tupi-MG, também já tiveram as suas comandantes no passado.
Marlene Matheus
Vicente Matheus foi um dos principais presidentes da história do Corinthians, clube que administrou em oito oportunidades, entre 1959 e 1991. Sua esposa, Marlene, aproveitou o prestígio de seu marido e o sucedeu após seu último mandato, entre 1991 e 1993. Ela faleceu em 2019.
Patrícia Amorim
Patrícia é ex-atleta de natação do Flamengo e, entre 2010 e 2012, foi a presidente do clube. Ela ficou conhecida por ter dado um pouco de ordem à casa – com pagamentos em dia – e por ter sido a responsável pela contratação do ex-craque Ronaldinho Gaúcho.
Myrian Fortuna
Advogada e empresária apaixonada pelo modesto time mineiro Tupi, Myrian Fortuna administrou o clube entre 2013 e 2019. Sob o seu comando a equipe da cidade de Juiz de Fora alcançou bons resultados e disputou, inclusive, a Série B do Brasileirão, em 2016.