Agora é oficial. Após alguns meses de espera, o Vasco acertou a venda de 70% das ações da sua SAF para a 777 Partners. Os sócios aprovaram a negociação em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no último domingo (07).
O conglomerado dos Estados Unidos vai investir, pelo menos, R$ 700 milhões no futebol vascaíno. Ainda falta a parte burocrática, mas o acordo foi selado.
A novidade vem gerando empolgação na torcida, principalmente pela possibilidade de grandes contratações. Porém, há também muitas perguntas sobre como será essa nova fase do Vasco.
Portanto, veja como vai funcionar a SAF do Vasco!
O que muda com a SAF do Vasco
Com a aprovação dos sócios, o Vasco vai abrir o CNPJ da Vasco SAF nos próximos dias. Ela vai ser inscrita no Brasileirão Série B e receberá todos os ativos do futebol. Nessa constituição, 70% será da 777 Partners e o restante do clube.
Portanto, a partir desse momento, que pode levar até 15 dias, a empresa norte-americana vai fazer a gestão do futebol do Vasco. De fato, eles já estão à frente das decisões nesse processo de transição.
Ou seja, a principal mudança é que a 777 Partners vai assumir o controle do futebol vascaíno. A tendência é uma gestão mais profissional, já que seus administradores terão responsabilidades mais claras no futuro da SAF.
Nova diretoria tem nomes conhecidos
A 777 Partners anunciou os primeiros nomes que vão compor essa nova diretoria. Luiz Mello será o CEO da SAF. Ele atualmente trabalha como CEO do Vasco e ajudou nesse período de constituição da empresa.
De acordo com o GE, a decisão não foi bem recebida por alguns integrantes da atual diretoria. Porém, a empresa não deve voltar atrás e o executivo já está ativo no período de transição.
Além dele, Paulo Bracks será o diretor esportivo da SAF do Vasco. Seu último trabalho foi no Internacional, mas ele tem passagens pelo América-MG, Federação Mineira de Futebol (FMF) e foi auditor do STJD.
777 Partners vai investir R$ 700 milhões no futebol vascaíno
A venda foi acertada em R$ 700 milhões por 70% das ações da SAF. Esse valor deve ser investido diretamente no futebol do Vasco nos próximos três anos.
Uma parte (R$ 70 milhões) foi destinado à associação como empréstimo-ponte durante as negociações, em março. O valor foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube e completamente utilizado pela diretoria anterior.
Além disso, a 777 também assumiu R$ 700 milhões em dívidas do clube. Isso explica o motivo do Vasco ter defininido o negócio em R$ 1,7 bilhão, já que a associação segue com 30% das ações. Essa participação teria uma avaliação de R$ 300 milhões.
Investimento pode ser maior
Além dos R$ 70 milhões emprestados, a 777 tem obrigação de injetar os outros R$ 630 milhões até 2026. A previsão é que R$ 120 milhões sejam investidos ainda em 2022.
O dinheiro vai servir para pagar salários, fazer melhorias no CT Moacyr Barbosa e anunciar novas contratações. Pelo prazo curto, esses reforços devem chegar somente em dezembro.
Porém, a 777 vai fazer maiores investimentos no futebol do Vasco. A partir de 2027, o desempenho esportivo vai ditar o valor. Se alcançar as metas, há um investimento mínimo fixo, corrigido pela inflação.
Por outro lado, mesmo sem esse desempenho, o Vasco deve ter um dos cinco maiores orçamentos do Brasil. De qualquer forma, a 777 pode investir mais do que está previsto em contrato, porque não há um limite máximo.
Empresa controla outros clubes no mundo
Com a 777 Partners de acionista, o Vasco agora faz parte de um grupo de clubes de futebol, que conta com Genoa (ITA), Standard Liège (BEL) e Red Star (FRA).
Don Dransfield é o CEO global do grupo, enquanto Johannes Spors é o diretor de futebol. Eles devem tomar as decisões importantes, mas o dia a dia será tocado pela diretoria anunciada.
Enquanto isso, o Vasco terá um conselho de administração com sete membros, sendo que dois serão indicados pela associação e cinco pela 777 Partners. No Conselho Fiscal, a relação será de dois para um em prol do conglomerado americano.
SAF está em alta no futebol brasileiro
O Vasco se junta a outros clubes que constituíram uma SAF em busca de investimento externo. Os mais conhecidos são Cruzeiro (Ronaldo Fenômeno) e Botafogo (John Textor). Esses times já são controlados pelos novos donos.
Ao mesmo tempo, dezenas de outros clubes já mudaram seus estatutos, mas ainda não receberam injeção financeira. É o caso de América-MG, Cuiabá e Coritiba.
Ainda é cedo para fazer qualquer previsão, mas com investimentos e um reequilíbrio nas contas, o Vasco tem tudo para viver dias mais felizes e, quem sabe, voltar a brigar por títulos em poucos anos.