Dorival em números: Como o treinador recuperou o futebol do Flamengo

Desde a sua chegada, equipe subiu de produção, conquistou classificações importantes e espantou fantasma de Jorge Jesus
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Publicado em 29/08/2022 às 15h37

Anunciado pelo Flamengo no início de junho, Dorival Júnior chegou a 21 jogos no comando do Flamengo com excelente aproveitamento. Esse fato pode até ser surpreendente, visto que o treinador não tinha o perfil buscado pelos dirigentes anteriormente.

Fato é que o rubro-negro, novamente, é um dos times mais fortes do futebol brasileiro. Com a possibilidade de conquistar três títulos em 2022, os números mostram que Dorival pode até conseguir uma campanha mais impressionante do que a do ídolo Jorge Jesus.

Dorival Júnior supera início de Jorge Jesus

Ao menos nesse início de trajetória, Dorival Júnior tem uma campanha melhor do que o técnico português. Ao comparar o desempenho nos primeiros 20 jogos com os técnicos recentes do Fla, Dorival perde apenas para Renato Gaúcho.

São 15 vitórias, um empate e quatro derrotas para o treinador atual. O número atualizado chega a dois empates, depois do 1 a 1 contra o Palmeiras no Allianz Parque, pelo Brasileirão. Ainda assim, é uma campanha acima de 70%.

Jesus também teve um bom início no Flamengo, mas empatou bastante (seis vezes). Isso comprometeu o seu aproveitamento inicial. Vale destacar que Rogério Ceni, campeão brasileiro com a equipe em 2020, aparece apenas na sexta colocação.

Confira o aproveitamento inicial dos últimos técnicos do Flamengo.

Aproveitamento nos primeiros 20 jogos
Técnico Aproveitamento Vitórias Empates Derrotas
Renato Gáucho 80% 16 2 2
Dorival Júnior 76% 15 1 4
Jorge Jesus 70% 12 6 2
Paulo Sousa 68% 12 5 3
Domènec Torrent 66% 12 4 4
Rogério Ceni 58% 10 5 5

Início foi complicado

O mais impressionante é que Dorival encontrou dificuldades em suas primeiras partidas. Foram três derrotas em quatro jogos, que deixaram a torcida preocupada. Muitos acreditaram que a contratação havia sido um erro.

Porém, desde então, o Flamengo é um outro time. Em 17 jogos, a equipe foi superada apenas uma vez, contra o Corinthians. Naquele jogo do Brasileirão, realizado em 10 de julho, o técnico poupou alguns jogadores importantes e perdeu por 1 a 0.

Nesta quarta-feira, contra o São Paulo, o Fla vai completar um mês e meio sem derrotas e busca estender essa sequência.

Classificações importantes em pouco tempo

Por sinal, o Flamengo é o último time brasileiro que está vivo nas três principais competições do futebol brasileiro. A classificação para as semifinais da Copa do Brasil e Libertadores foi assegurada, e o rubro-negro ocupa a terceira colocação do Brasileirão.

Se tiver sucesso nos três campeonatos, Dorival terá uma temporada melhor do que Jorge Jesus. O português venceu o Brasileirão e a Copa do Brasil (além do Carioca), mas caiu precocemente na Copa do Brasil.

O grande adversário é o Palmeiras, que lidera o Brasileirão e está na outra chave da Libertadores. No mata-mata nacional, o time pega o São Paulo e busca voltar a vencer a competição, o que não acontece desde 2013.

Escolha por Pedro titular ajudou na melhora de desempenho

Um dos motivos que explica o bom desempenho do Flamengo de Dorival é a titularidade de Pedro. O atacante chegou ao Ninho do Urubu no início de 2020, mas passou dois anos e meio na reserva de Gabigol.

Os treinadores anteriores, como Renato Gaúcho e Paulo Sousa, dificilmente escalavam os dois juntos. Pelos números e idolatria do companheiro, a corda sempre arrebentou para Pedro.

Porém, depois da lesão de Bruno Henrique, Dorival resolveu fazer diferente. Mexeu no esquema e trocou a posição de Gabigol. Pedro virou a referência no ataque e não decepcionou.

Nos últimos 15 jogos, Pedro marcou 12 gols e deu cinco assistências. Ao lado de Germán Cano, do Fluminense, é o centroavante mais “quente” do momento. Em pouco tempo, já está no radar de Tite e pode jogar a Copa de 2022 pela Seleção Brasileira.

Após quase dois meses e meio de trabalho, já fica claro que Dorival tem tudo para ser o melhor técnico da era pós-Jesus. Se vai passar o português em números e idolatria, só o futuro vai dizer.