“Bahia City”? O que esperar do clube baiano em 2023 com SAF vendida

Acordo entre Bahia e Grupo City deve ficar na faixa de R$ 1 bilhão e depende apenas da aprovação final do Conselho do clube
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Publicado em 10/10/2022 às 09h27

Não era segredo que o Grupo City queria investir em um clube da América do Sul. Houve negociações com o Atlético-MG, mas o Bahia foi o time em que as negociações avançaram. Agora, o acordo está por detalhes para ser finalizado.

Com isso, o Bahia deve ser o próximo time brasileiro a se transformar em SAF. Nesse caso, é um investimento que traz curiosidade, porque vem de um conglomerado gigante e com grande sucesso no Manchester City.

Logo, o que esperar do “Bahia City” nos próximos anos com o novo investimento?

Detalhes do acordo entre Bahia e Grupo City

Assim como em outros acordos, o Grupo City vai comprar a parte majoritária das ações da SAF do Bahia, com a associação ficando como sócia minoritária. Com isso, os novos donos assumem a gestão completa do futebol.

Confira um resumo do acordo entre Bahia e Grupo City:

  • Grupo City vai investir R$ 1 bilhão por 90% das ações da SAF do Bahia;
  • Desse valor, 50% serão para a compra de jogadores, 30% para quitar as dívidas e 20% para investimentos em infraestrutura;
  • O prazo para o uso do dinheiro é de 15 anos, mas ele deve ser utilizado em cinco anos;
  • A folha salarial da SAF deve ficar em R$ 120 milhões ou em 60% da receita bruta da SAF, com a exclusão da transferência de jogadores (o que for maior);
  • A identidade visual, como escudo, cores e hino, não será modificada;
  • Toda a dívida da associação será liquidada com a compra da SAF.

Finalização do contrato depende da aprovação do Conselho

O último passo para a assinatura do contrato e transferência da gestão para o Grupo City é a aprovação do Conselho Deliberativo, que tem prazo de 30 dias. A tendência, igual aos outros clubes, é que não haja empecilhos para confirmar a mudança.

Vale lembrar que a negociação entre as partes levou, aproximadamente, um ano. Esse fato gerou até uma certa angústia nos torcedores, mas a venda caminha para um final feliz.

Resultados apenas no médio e longo prazo

Ainda que o Grupo City possa assumir a gestão do futebol e investir em reforços nos próximos meses, o projeto do “novo” Bahia é para médio e longo prazo. Portanto, não há a expectativa de grandes títulos em pouco tempo.

O atual presidente, Guilherme Bellintani, deixou claro que o torcedor não deve esperar uma briga de igual para igual com clubes poderosos do futebol brasileiros nos primeiros anos.

Porém, ao contrário de outros clubes comprados pelo City, o Bahia não será apenas um formador de talentos. Ou seja, haverá um investimento para tornar a equipe como potência no futebol local.

Logo, a expectativa para 2023 e os próximos anos é ganhar competitividade. Primeiro na Copa Sul-Americana, mas depois aparecer com frequência na Libertadores. Além disso, o orçamento ficará entre os dez primeiros do país.

“Não vamos ganhar o Campeonato Brasileiro todo ano, ou ter o domínio pleno do futebol brasileiro. Não é isso o projeto. O projeto é ter uma dimensão nacional”, afirmou o presidente em entrevista.

Estilo de jogo similar ao Manchester City

Bellintani também confirmou que o objetivo é trazer o estilo de jogo de Pep Guardiola para o Bahia. Ou seja, adaptar o esquema tático, treinador e jogadores para essa filosofia de jogo.

Esse sistema é aplicado mundialmente. Naturalmente, haverá algumas adaptações, porque os jogadores são diferentes. Porém, alguns pontos são consenso, como trazer um técnico que compactue com esse estilo.

As contratações seguirão uma linha de conseguir colocar em prática essas ideias. Logo, os goleiros serão estimulados a jogar com os pés e os zagueiros terão maior participação nas jogadas, indo além da força física.

Investimento em jovens reforços

Por fim, o Bahia deve investir em jovens talentos para montar seu elenco. Dentro das receitas geradas, 60% serão destinados para a compra de atletas. Ou seja, quanto maior o faturamento, mais contratações de impacto.

De qualquer forma, o investimento será muito maior do que o atual. O presidente do Bahia estima que ele pode ficar entre cinco e sete vezes maior, com espaço para expandir essa margem.

Na montagem do elenco, terá uma prioridade para os jovens. Porém, haverá um equilíbrio com atletas experientes, porque a nova gestão avalia que é importante ter essa mescla. Nomes como o atacante Wesley, do Palmeiras, foram especulados, mas ainda não há nenhuma confirmação.

O fato é que, com a chegada do Grupo City, o Bahia pode atingir um novo patamar e se transformar em uma potência do futebol brasileiro nas próximas décadas.