O Santos dava pinta que faria um grande clássico no Morumbi, apesar da forte chuva na capital paulista. O Peixe começou tomando as rédeas da partida, assustando em belo chute de Marcos Leonardo. Diferente do último clássico, a equipe, montada por Odair Hellmann, parecia segura dentro de campo. O tempo, no entanto, mostrou uma fragilidade, que vem se repetindo nos últimos jogos — e não estamos falando somente de bola parada — mas também do poder de reação.
Hoje, não falaremos do lado técnico, do que o Santos deixou de fazer para vencer. E sim da fraqueza emocional do elenco, que impacta diretamente o desempenho em campo. Quando a equipe está abatida, não tem forças para reagir às tribulações.
O Santos inaugurou bem o San-São. Tinha, antes do primeiro gol, com Mendoza, o desafogo. No meio, Dodi e Camacho combatiam, enquanto Lucas Braga marcava as subidas de Welington. Um sistema bem estruturado, que foi se perdendo aos poucos.
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Àquela altura, a postura santista era outra. Parecia que, neste clássico, o Peixe quebraria um tabu, na temporada, e na história. Mas, como mencionado acima, o ímpeto durou pouco.
Em apenas oito minutos, o Santos levou dois gols, em jogadas de bola parada. Uma delas, ocasionou a expulsão de Lucas Pires. Com 24 minutos, o placar já estava com dois gols de diferença. Os comandados de Odair Hellmann pareciam por vencidos. Uma camisa tão pesada, com muita história, se entregando assim. Como?
Há uma semana, no mesmo estádio, o Santos foi derrotado pelo Palmeiras. O que mudou de lá para cá? Na ocasião, o Peixe também foi para o vestiário perdendo por 2 a 0. Será que o torcedor mais fanático acreditaria em uma reação?
Fato é: o Santos é fraco, psicologicamente. O time não mostra poder de reação em momento algum. Os líderes, como Maicon e João Paulo, se escondem. Jogadores que costumavam decidir, a exemplo de Ângelo e Marcos Leonardo, não aparecem. Nos dois jogos disputados contra equipes da elite do futebol brasileiro, o Peixe foi ENGOLIDO, seja tecnicamente ou mentalmente. Se o ambiente não mudar, a equipe seguirá estacionada.
É preciso muito mais do que jogadores, como sempre “reforça” Odair Hellmann. É necessário ter uma mentalidade vencedora, que hoje, o Santos não tem, infelizmente.
A tentativa de escapar dessa situação continua. Na quinta-feira, o Peixe encara o Santo André, às 19h30 (horário de Brasília), no Brunão.